PARA USAR COM AS CRIANÇAS

Atividade 1: Brinquedos e brincadeiras favoritos para facilitar a readaptação

Na hora de acolher as crianças, combine a memória escolar anterior à pandemia com aquilo que elas gostaram de fazer no isolamento

A proposta tem foco nas conquistas das crianças na quarentena. Ilustração: Nathalia Takeyama/NOVA ESCOLA

No início do ano letivo, uma das melhores formas de acolher as crianças bem pequenas é pedir aos familiares que relatem quais são seus brinquedos e brincadeiras favoritos, para criar um espaço convidativo na transição entre a casa e a escola. Após o isolamento social, a mesma atividade pode ser feita, mas com foco nas conquistas das crianças durante o período de quarentena. De  quais brinquedos elas têm mais gostado? Que músicas e histórias ouviram com a família? 

Pensando em formas de  contemplar e acolher essas conquistas, adaptamos o plano de atividades “Brinquedos e Brincadeiras Favoritos” com a ajuda da professora-autora Nilcileni Aparecida Ebani, criadora da proposta original.



ATIVIDADE: Brinquedos e brincadeiras favoritos

Retomando as atividades na escola a partir das experiências vividas no isolamento


Indicado para: Crianças bem pequenas (1 ano e 7 meses a 3 anos e 11 meses)

Material: Tapetes emborrachados, tecidos para cabanas, objetos de apego das crianças, brinquedos, livros de histórias infantis, letras de cantigas

Na BNCC: EI02EF01, EI02EF05 e EI02CG01

1. Investigue as conquistas das crianças no período: Quando a volta à escola estiver definida, peça que os pais ou responsáveis façam um resumo das principais conquistas da criança no período. Esse bate-papo pode ser feito por telefone, WhatsApp ou outro meio de comunicação (como não se sabe ainda quais serão os protocolos sanitários, evite realizar essa reunião presencialmente na escola). Pergunte quais foram os brinquedos, objetos, histórias, músicas e atividades preferidas das crianças durante o isolamento. Nilcileni sugere ainda perguntar que histórias e brincadeiras da infância dos familiares eventualmente foram compartilhadas com os pequenos durante o isolamento. Peça que os pais separem os objetos, brinquedos e livros e enviem à escola.

PONTO DE ATENÇÃO: Ressalte com os pais a importância de higienizar os objetos antes de compartilhá-los. Ao recebê-los, a escola deve fazer o mesmo.

2. Valorize a memória escolar anterior à pandemia: Assim que houver autorização para planejar a volta no ambiente escolar, organize o espaço de acolhimento das crianças e seus familiares (eles também participarão da atividade de readaptação), combinando os brinquedos e objetos compartilhados pelas famílias com os desenhos, pinturas e caixas de brinquedos e de livros que ficaram nas escolas na hora. “Além da memória construída no isolamento social, é importante recuperar a memória do grupo na escola e valorizar as produções que ficaram pelas paredes desde antes do isolamento”, recomenda Nilcileni. No caso de creches com amplo espaço externo, ela sugere que esse lugar de recepção seja organizado ao ar livre. Caso contrário, uma boa dica é transformar cada sala em uma estação diferente, o que permite o revezamento mais seguro de crianças e adultos.

PONTO DE ATENÇÃO: Caso haja o uso de tapetes emborrachados ou tecidos para montar cabanas, por exemplo, é importante garantir a higienização desses materiais. Nilcileni lembra que, mesmo antes da pandemia, os protocolos de sua rede exigiam a limpeza de materiais emborrachados com água sanitária, uma vez por semana, e com álcool 70%, diariamente.

3. Receba as crianças e os familiares: No primeiro dia de volta, recepcione as crianças e suas famílias com uma cantiga que tenham aprendido no isolamento social e com outra que gostavam de cantar antes da pandemia. Se atente às reações das crianças e seja um facilitador da adaptação delas ao ambiente. Se ofereça para brincar com ela e pegue ou peça para ela indicar os objetos e brinquedos preferido no espaço escolar. Tente estabelecer uma relação de confiança. 

PONTO DE ATENÇÃO: Ainda não se sabe quantas crianças poderão se reunir ao mesmo tempo, e essas orientações podem variar de rede para rede. Originalmente, a atividade foi pensada para ser feita com cerca de dez crianças, mas é provável que esse grupo tenha de ser menor no retorno.

4. Incentive a interação do grupo: No decorrer da atividade, as crianças podem se interessar e interagir com brinquedos e objetos dos outros. Observe os sentimentos delas nesse momento e respeite quando uma delas ou sua família se sentirem inseguros quanto ao compartilhamento desses objetos. Caso alguma criança chore se outra pegou um brinquedo que é dela, desafie-a a pensar em uma forma de tê-lo de volta, sempre de forma colaborativa e respeitosa. 

5. Peça que os responsáveis se distanciem aos poucos: Sinalize aos adultos que se distanciem das crianças aos poucos ou saiam da sala comunicando que darão uma volta e retornarão em breve. Peça que permaneçam na escola e voltem, se for necessário. Perceba se as crianças notam a ausência dos adultos e como reagem. Considere os sentimentos delas, mas também, de seus familiares - eles podem ficar bastante inseguros nesse momento.

6. Organize um momento de leitura: Após a interação com objetos, convide as crianças a se reunirem em um cantinho para a leitura de histórias. Explore os livros compartilhados pelas famílias e aqueles que estavam na escola antes do isolamento social. Perceba se alguma pega sua história preferida e lhe entrega. Leia as histórias para a turma. 



Esta sugestão de atividade foi adaptada da sequência Adaptação e Acolhimento para crianças bem pequenas. Para conferir a sequência na íntegra, clique aqui.

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