10 obras clássicas e contemporâneas para pensar o folclore o ano todo
O trabalho com o folclore não pode ficar restrito ao mês de agosto. Conheça referências para aproveitar o tema ao longo do ano letivo
Quando pensamos em folclore, para muitos a primeira coisa que vem à cabeça são os livros e histórias de Monteiro Lobato. Os livros seguem como referência essencial, mas de lá para cá as fontes e formatos diversificaram-se bastante - e foram até parar na Netflix.
Veja abaixo uma seleção de obras clássicas e contemporâneas para lançar mão do imaginário popular ao longo do ano letivo, e não apenas em agosto.
Cidade invisível (série, Netflix, 2021)
Nessa produção dirigida pelo brasileiro Carlos Saldanha, o policial que investiga um crime ambiental se vê envolvido com criaturas míticas evoluídas do folclore brasileiro, tais como o saci, a cuca, o boto. A série traz também um mito do folclore nacional quase desconhecido, o corpo-seco.
O Saci, de Monteiro Lobato (diversas editoras)
Publicado em 1921, é um dos primeiros livros infantis de Lobato. Na obra, Pedrinho consegue caçar um saci e, por meio dele, entra em contato com outros personagens do folclore brasileiro, como a cuca e o boitatá. Antes dele, em 1917, o escritor havia publicado seu primeiro livro, Sacy-Pererê: Resultado de um inquérito, sob pseudônimo, no qual coletou histórias de sacis junto aos leitores do jornal O Estado de S. Paulo.
Além da Lenda (série de animação, TVBrasil)
São dez episódios de animação curtos, produzidos pela Viu Cine e dirigidos por Alisson Ricardo, disponíveis no site da Empresa Brasileira de Comunicação (https://play.ebc.com.br/), onde o curupira e outras lendas brasileiras se encontram em crise existencial porque as pessoas não acreditam mais nelas. A solução pode ser encaminhar as personagens para um terapeuta, que tentará ajudar as personagens do folclore a se modernizarem. Bom humor e aventura com sabor de cultura popular.
Missão Carbúnculo, de Gustavo Rosseb (Jangada, 2019)
Voltado a leitores do Fundamental 2, esse livro traz Pedro Malasartes unindo-se a Cosmo, um boto-cor-de-rosa capaz de assumir forma humana, em busca do carbúnculo, lagarto que tem uma joia na testa. Segundo esse mito do folclore gaúcho, quem encontra o carbúnculo pode fazer um pedido que será atendido. Mas, para chegarem até esse ser, os dois protagonistas precisarão superar sete desafios. No caminho, encontrarão a caipora, o pavão misterioso e outros personagens do imaginário popular.
Salseirada, HQ de Al Stefano (Zapata Edições, 2020)
Essa história em quadrinhos impregnada de elementos do folclore conta a história de uma rabeca que faz chover e foi encontrada por um menino no Sertão. Sempre que ele toca a rabeca, começa a chover. O menino da rabeca começa a ser perseguido por isso e seres do folclore vão ajudá-lo a impedir que a rabeca mágica seja levada embora.
Salvos por um Fio, de Silvana Rando (Escarlate, 2021)
Eric sempre quis conhecer o sítio da avó, mas seu pai ficava cheio de mistérios sobre aquele lugar. E logo antes de chegar lá, o garoto vê um gato preto, de olhos de fogo, que acena para ele. À noite, um uivo sinistro. No dia seguinte, a vizinha Yandra o arrasta para a floresta. Uma leitura divertida para crianças do Fundamental 1 começarem a se aproximar do tema do folclore.
Histórias à Brasileira, de Ana Maria Machado, ilustrações de Odilon Moraes (Companhia das Letras)
São quatro volumes escritos pela escritora ganhadora do Prêmio Hans Christian Andersen, considerado o Nobel da literatura infantojuvenil, com recontos de histórias do folclore nacional, como a Moura Torta, João Bobo e dezenas de outras que a autora selecionou.
Armazém do Folclore, de Ricardo Azevedo (aplicativo para celular)
O escritor e ilustrador Ricardo Azevedo vem recontando e desenhando histórias da cultura popular desde seu Armazém do Folclore (Cia. das Letras, 2000). Seguiram-se Contos de Enganar a Morte (Ática, 2003), Contos de Espanto e Alumbramento (Scipione, 2005), Contos de Adivinhação (Ática, 2008) e Meu Livro de Folclore (Ática, 2011), este último com destaque para parlendas e adivinhas. O escritor disponibilizou parte desse acervo para leitura em celulares, por meio do Meu Aplicativo de Folclore (https://edshelf.com/tool/meu-aplicativo-de-folclore/).
Salada, Saladinha, de Maria José Nóbrega e Rosane Pamplona, ilustração de Marcelo Cipis (Moderna, 2005)
Nesse livro de parlendas voltado a crianças da Educação Infantil e primeiros anos do Ensino Fundamental, os textos foram agrupados em razão das circunstâncias em que são usados, nas diferentes atividades sociais que remetem ao universo das brincadeiras infantis: parlendas de tirar, parlendas de arreliar, parlendas de pular corda, parlendas de brincar e parlendas de acabar.
Dicionário do Folclore Brasileiro, de Luís da Câmara Cascudo (Global, 2012)
É o livro mais conhecido do importante folclorista brasileiro e se tornou obra de referência sobre folclore no Brasil, com mais de 660 páginas organizadas em forma de verbetes. A ideia desse livro, segundo o pesquisador, surgiu em 1941, como um plano para "dez anos de trabalho sereno, sem pressa e sem descanso". Cascudo acabou levando 15 anos para finalizar seu Dicionário, que foi lançado em 1954, sendo revisto pelo autor até sua morte, em 1986.
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