5 pontos que não podem faltar na revisão do PPP da sua escola
Confira as sugestões de três gestores sobre os temas que precisam ser contemplados
Fazer a revisão do PPP pode ocorrer por diferentes motivos. A consultora de NOVA ESCOLA Joice Lamb, diretora pedagógica da EMEF Prof. Adolfina J. M. Diefenthäler, em Nova Hamburgo (RS), aponta algumas razões para que o documento passe por uma reestruturação. Uma delas está relacionada com fatores externos, como a alteração do regimento sobre o ensino ou quando uma nova legislação federal entra em vigor e impacta na Educação. Foi o caso da homologação da Base Nacional Curricular Comum (BNCC), em 2017.
Outra situação que exige que o PPP sofra mudanças pode ocorrer quando a escola percebe que os problemas centrais da instituição não estão contemplados no documento por ações que visam solucionar aquelas questões que impactam os objetivos centrais da escola.
Abaixo, reunimos as sugestões de três gestores sobre os pontos principais que precisam ser contemplados na hora de revisar o PPP na sua escola.
Princípios do PPP
Claudio Neto, diretor da EMEF Infante Dom Henrique, em São Paulo, aponta que definir os princípios é fundamental para orientar tudo o que vai acontecer na escola. Ele conta que a qualidade de ensino, a gestão democrática e o direito à aprendizagem são os três pilares que sustentam cada uma das ações e decisões tomadas na escola. Para saber como isso se aplica na prática, confira comentários de Claudio sobre o PPP da escola aqui.
Expectativas
É importante ter claro no PPP o que a escola espera dos seus alunos. Qual o compromisso da escola com esses jovens e o que eles devem aprender em cada um dos ciclos. O ideal, comenta Cláudio, é que se desenhe os ciclos de aprendizagem que fazem parte da escola.
Avaliação
O diretor da EMEF Prof. Antonio Duarte de Almeida, em São Paulo (SP), José Silveira, diz ainda que é importante dedicar um espaço para tratar sobre a avaliação, explicando de que forma a escola faz o acompanhamento dos seus alunos e de que forma os estudantes podem conhecer esse processo. “A gente quer construir uma escola justa. Para isso, antes de tudo, ela precisa ensinar e deixar claro para o estudante quais são as expectativas sobre ele. Não existe justiça se eu digo o que a escola exige do aluno. Por isso, é preciso ter um processo de avaliação claro, que todo mundo entenda.”
Sobre esse aspecto, Joice sugere que a metodologia de avaliação seja revista, ainda que temporariamente, para contemplar o contexto de ensino remoto, previsto para acontecer neste semestre. “Não temos os alunos o tempo todo juntos. Seria importante discutir e ressignificar a autoavaliação. O aluno precisa prever na agenda espaço para se avaliar, visto que ele está durante muito tempo sozinho em casa.”
Instâncias de participação
Claudio e José lembram da importância de documentar quais são as instâncias de participação democrática daquela instituição e como se dão essas relações. O PPP deve definir, por exemplo, o que é o Conselho Escolar, a Associação de Pais e Mestres, os Grêmios estudantis, as assembleias gerais e o que os alunos precisam fazer para participar mais das tomadas de decisão.
Ensino remoto e ensino híbrido
Joice ressalta também a importância de haver um registro sobre o contexto de ensino durante a pandemia no documento: “É preciso que a escola entenda o que é exatamente ensino remoto e ensino híbrido para aquela escola naquele contexto. Se as escolas não registrarem esse pensamento, haverá diversas interpretações sobre isso dentro da equipe”.
Acolhimento
A pandemia também faz repensar a maneira como se dá acolhimento no contexto escolar, diz Joice. Deve-se discutir e registrar “como a escola entende acolhimento, como as relações devem ser construídas, como acolher e em que lugar o acolhimento das crianças e dos professores se coloca dentro da filosofia da escola”. A ideia, segundo ela, é refletir e compreender como as relações se constroem dentro do contexto de distanciamento e como a escola entende que devem ser resolvidos os conflitos.
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