Como conversar com as famílias sobre o desenvolvimento dos filhos
Não se trata apenas de apresentar os registros, mas de construir uma parceria positiva para ambos lados.
Os pais e responsáveis na Educação Infantil se fazem mais presentes. Nesta fase, eles estão mais próximos das escola e dos avanços dos pequenos, e o professor precisa se preparar para conter os anseios das famílias e responder as perguntas.
Para Karina Rizek, especialista em Educação Infantil e formadora da Escola de Educadores, as perguntas mais comuns variam conforme as crianças crescem. Com os bebês, a alimentação é uma grande questão; para as crianças bem pequenas, o desfralde e conflitos são tópicos comuns; e para as crianças pequenas “quando meu filho vai aprender a ler e escrever?” é uma das perguntas mais ouvidas. No entanto, é preciso ir além de responder as dúvidas das família e os envolver no processo de acompanhamento do desenvolvimento e aprendizagem dos filhos.
A avaliação também pertence às famílias, por isso cabe ao professor (e à gestão escolar) incentivar que elas tenham uma participação ativa desse processo, ouvir o que eles têm a dizer sobre o desenvolvimento e experiências das crianças. Para tal, as reuniões são um momento privilegiado para criar momentos de troca. Também é possível envolver as famílias na produção do portfólio individual ou coletivo, isto é, contar com eles para escolher as produções que entrarão nesse documento e pedir a opinião deles.
“A observação envolve estar atento à família. Perguntar-se o que a família quer saber e o que a escola precisa comunicar”, afirma Karina. Para ela, esses momentos de troca precisam ser bem organizados e com propósito. É possível oferecer, por exemplo, reuniões mais formativas ou propor pautas de conversa para pensar em momentos importante para as crianças. “As famílias não entendem o que é uma escola para bebês, tem uma ideia de assistencialista, de prover os cuidados enquanto os pais trabalham. Eles não sabem o que seus filhos podem aprender. É importante comunicar essas questões e falar sobre desenvolvimento e evolução das crianças”, afirma a formadora.
Estabelecer esse “território comum” facilita a construção de uma parceria pautada na colaboração em prol da aprendizagem e desenvolvimento das crianças, e não em momentos de simples apresentação do que foi feito e do que está planejado ou em uma sessão de reclamações e cobranças.
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