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Planejar é essencial! 6 dicas para organizar a sua prática

Como aproveitar melhor as atividades com as crianças

Ilustração: Duda Oliva

1. Planejar as experiências é fundamental para transformar a intenção em aprendizagem e desenvolvimento
O planejamento nada mais é do que projetar o que está por vir. No ato de planejar, a educadora toma decisões considerando suas concepções: quem é o bebê ou a criança, como ela aprende, quais competências e habilidades importantes em cada faixa etária, qual é o papel do professor, qual é o material mais adequado para determinada situação, quanto tempo é necessário para cada experiência, como a organização do espaço pode favorecer o desenvolvimento e a aprendizagem de cada um e do grupo como um todo.

2. Não existe receita de bolo
Para essa ação que antecede a prática, não existe um modelo único. O planejamento tem estruturas diversas que estão relacionadas com o tempo que se pretende organizar e prever – um dia, uma semana, alguns meses, um ano. No entanto, diferentes tipos de planejamentos são importantes para que todas as experiências tenham por trás um objetivo claro. Nesse sentido, ao planejar, é necessário pensar sobre a organização do tempo, do espaço, dos materiais e sobre o agrupamento das crianças. É importante que se dediquem tempos diferentes para cada experiência, o tempo de uma brincadeira é diferente do tempo dedicado à leitura de uma poesia.

3. Não se esqueça dos materiais
Preparar os materiais que serão utilizados com antecedência evita que sempre sejam oferecidos os mesmos e cria novas formas de utilizá-los. Os velhos bloquinhos de madeira podem ser usados dentro da sala para a montagem de uma fazenda e, no parque, podem se transformar em estrutura para a construção de uma represa no tanque de areia. Variar os agrupamentos também é necessário, a interação no grande grupo tem uma qualidade completamente diferente das interações que acontecem em grupos menores.

4. Saiba flexibilizar
Planejar não significa ser rígido e pouco sensível às experiências vividas pelas crianças. Pelo contrário, é criar contextos de aprendizagem nos quais elas aprendam sobre si mesmas e sobre o mundo, indo além do que seu cotidiano poderia lhes oferecer. Quanto mais clareza a professora tem de suas intenções educativas, mais tranquilidade e flexibilidade terá para fazer mudanças no momento da experiência. E isso pode acontecer em virtude de diversos fatores: as crianças realizaram uma ação mais rápido que o previsto pela professora? Deram outro caminho para a continuidade da proposta? Elas se interessaram por algo inesperado? O planejamento faz com que o professor tome decisões mais conscientes e não só resolva problemas.

5. Para se organizar, é preciso ter tempo
Sabemos que a vida de uma professora é muito corrida, mas busque encontrar em seu espaço de trabalho o tempo para fazer seus planejamentos. Se fizer isso na escola, ainda poderá trocar ideias com outros colegas e, assim, conhecer maneiras de planejar, ampliar seu repertório de atividades e discutir sobre o modo como as crianças aprendem.

6. Planejar deve ser mais um apoio à prática do que uma obrigação
Planejar é uma forma de dar mais consistência à ação cotidiana. É nesse exercício de prever ações dos adultos e das crianças e clarificar objetivos de aprendizagem, para depois vivenciá-las, que o professor terá a chance de se aproximar, cada vez mais, do modo como as crianças aprendem e do seu papel como parceiro mais experiente.

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