Sugestão de Atividade

Grandes Mulheres: das histórias de resistência para as aulas de Língua Portuguesa

Conhecer a vida de mulheres inspiradoras pode ser a ponte para empoderar as meninas do 1º ao 9º ano do Fundamental. Saiba as orientações de Mara Mansani

Ilustração de livro aberto onde nele é possível ver algumas mulheres acima.
Ilustração: Julia Coppa/NOVA ESCOLA

Muito se fala sobre os alarmantes números da violência contra a mulher no Brasil. A casa, o lugar por excelência de proteção para todos, muitas vezes é justamente o espaço onde as agressões ocorrem. Mas é preciso contar também as histórias das mulheres que reagem às injustiças e opressões; que se levantam com as armas que possuem, e recriam suas trajetórias, rompendo com o ciclo da violência. 

Nos primeiros anos do Fundamental 1, os pequenos ainda estão na fase de construir repertório. Ao mesmo tempo, estão atentos e assimilam os estereótipos que a sociedade reforça, como a falsa fragilidade feminina. Ou o que é próprio dos homens e meninos, e o que é próprio das mulheres e meninas. 

Contar histórias é uma atividade central nas etapas de alfabetização. Contar histórias de grandes mulheres, com suas admiráveis trajetórias, ajudará as meninas a reconhecerem a sua força, e nos mais diversos papéis, e os meninos a enxergá-las, desde cedo, por outro prisma. 

Nesta sugestão de atividade a professora de alfabetização Mara Mansani propõe a leitura e os jogos como formas de conhecer e se reconhecer. Confira:

Divisória de atividade

Contando histórias de grandes mulheres


Indicado para: Turmas do 1º ao 5º ano 

Materiais: Conexão com a internet, papel, lápis, impressora

Na BNCC: EI02EF06 - Criar e contar histórias oralmente, com base em imagens ou temas sugeridos.

EI02EF05 - Relatar experiências e fatos acontecidos, histórias ouvidas, filmes ou peças teatrais assistidos etc.

EI02EO04 - Comunicar-se com os colegas e os adultos, buscando compreendê-los e fazendo-se compreender.


PASSO A PASSO 

Para os anos iniciais do Fundamental 1

1. Conte uma história
Para os menores, é possível explorar o tema durante o ano todo, trazendo histórias de mulheres inspiradoras, que se destacaram por ações na luta pelo direito das mulheres. 

Uma sugestão é a história de Malala. “Sempre que conto essa história as crianças ficam incrédulas, mas também maravilhadas com a força da Malala. Elas se identificam e se envolvem”, argumenta Mara.

2. Converse
Proponha uma conversa com os alunos sobre os aspectos que envolvem a história dessa mulher, e porque ela é importante. No caso de Malala, a luta pelo direito das meninas a frequentar a escola.

3. Dê sequência
Crie um calendário da turma, e cada mês conte a história da vida de uma mulher inspiradora diferente. Faça isso de forma colaborativa, incentivando que os alunos pesquisem essas histórias, e decidam juntos quais serão as histórias do ano. 

Incentive que a pesquisa abarque histórias de mulheres brasileiras, de outros países e da própria comunidade. 

4. Tematize
Para cada história, encontre um eixo central para o debate com a turma. Por exemplo: mulheres podem fazer ciência? 

Para os anos finais do Ensino Fundamental 1

1. Brinquem
Os jogos de memória são boas estratégias de ensino no primeiro ciclo escolar, inclusive na alfabetização. O jogo Kontaê!, disponível gratuitamente para download, traz a história de vida de grandes mulheres – verdadeiras heroínas negras, protagonistas de suas trajetórias de emancipação. 

Segundo os criadores: “O principal objetivo do jogo KONTAÊ! é divertir enquanto discute a representação e o protagonismo negro no período pós-Abolição no Brasil, com destaque para os importantes feitos de quatro heroínas negras brasileiras: Antonieta de Barros, Carolina Maria de Jesus, Laudelina de Campos Melo e Tia Ciata (versão inicial)”.

Apresente o jogo, explique o conteúdo dele e jogue com as crianças.

2. Abra para conversa
Ao longo do próprio jogo, ao ler as histórias das heroínas, tematize os aspectos principais do texto. Pergunte se eles já conheciam esse jogo e peça que eles deixem suas impressões sobre as histórias. Isso pode ser feito ao longo do próprio jogo. 

Adaptação:

Uma possibilidade de adaptação para o ensino remoto é as crianças criarem suas próprias cartas, incluindo mais histórias de mulheres, escrevendo legendas para as imagens e pequenos textos com os principais acontecimentos da vida delas. 

Seria um jogo de memória, mas, em vez de encontrar um par de cartas, poderiam ser três, uma carta com a imagem, outra com o nome e legenda dessa mulher e na outra o texto. 

O professor disponibiliza as imagens e faz as leituras sobre a histórias das mulheres; as crianças leem, escrevem e aprendem com elas. No retorno à sala de aula, as crianças podem trocar as cartas, como fazem com as figurinhas, e brincarem juntas. 

O mais importante é tematizar os aspectos marcantes da vida dessas mulheres e problematizar suas histórias com os alunos, de forma que faça sentido para a vida delas.


Esta sugestão de atividade foi pensada por Mara Mansani, professora de Ensino Fundamental 1 da EE Prof. Laila Galep Sacker, em Sorocaba (SP) e colunista de NOVA ESCOLA.

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