Ei, professor! Prepare-se para a semana pedagógica
O momento vale ouro para trocar ideias com a equipe e planejar os primeiros dias de aula. Confira dicas para se preparar bem
Um novo ano letivo desponta no calendário e com ele surge também a necessidade de planejar muita coisa que vai acontecer dentro e fora das classes. E Isso precisa, obviamente, acontecer antes que os alunos retornem à escola para o início das aulas.
Esse momento, a famosa semana pedagógica, rende muitos bons frutos quando a escola se planeja para aproveitá-lo ao máximo. Uma série de reuniões sobre o Projeto político-pedagógico (PPP) deve acontecer para discuti-lo, repensá-lo e até mesmo reorganizá-lo, bem como o traçado dos projetos coletivos que serão realizados ao longo do ano e o planejamento de ações mais pontuais, como o acolhimento, o diagnóstico inicial dos alunos, as atividades para marcar os primeiros dias de aulas.
Neste momento de pandemia que o mundo atravessa, ainda é necessário incluir na pauta da semana pedagógica debates e regras sobre os protocolos de segurança contra a covid-19 que a escola precisa adotar e como eles serão comunicados à comunidade.
Dicas para a semana pedagógica render
1. Como há muito o que ser planejado num curto tempo (uma ou duas semanas, no máximo em algumas escolas, e menos de uma semana em outras), é essencial que a equipe gestora organize o cronograma da semana pedagógica e o compartilhe com os professores. Os docentes, por sua vez, devem preparar-se para cumpri-lo da melhor forma possível - inclusive, organizando-se dias antes, estudando a pauta e checando o que é necessário levar para as reuniões. “Antes do retorno, recebemos um e-mail com a grade do que está previsto para ser realizado”, conta Priscila Cristina Demasi Esteca, professora do 2º ano na Escola Viva, em São Paulo. Na programação, está previsto, dentre outros momentos, que os docentes se reúnam com os colegas que lecionam para a mesma série para revisar o planejamento anual de cada componente curricular. E também é marcado um horário com os gestores, para que eles compartilhem projetos novos e apresentem os novos funcionários.
2. Tradicionalmente, a semana pedagógica é marcada por um excesso de demandas e muitas ideias, planos e vontades por parte de todos. Por isso, é importante que em grupo e individualmente, todos tracem prioridades para se dedicar. Priscila escolhe focar no planejamento dos primeiros dias de aula. “Todo mundo tem uma expectativa muito grande sobre a primeira semana de aula: professores, alunos e pais. Pensamos em fazer uma semana com situações de acolhimento para os alunos se conhecerem, interagirem uns com os outros e com os professores”, diz ela.
3. Durante o planejamento inicial numa época de pandemia, é essencial manter à vista questões pedagógicas e estruturais. Renata Capovilla, formadora de professores e capacitadora do Google For Education, explica que em um momento de tanta incerteza e insegurança como este, é preciso pensar em possibilidades variadas para trabalhar com os alunos - seja de forma remota, seja presencial ou no formato semipresencial. “O professor tem de parar e refletir: 'Se tiver de atuar presencialmente, o que vou fazer no diagnóstico inicial? E se for remoto? O que muda?' Tendo isso em mente, ele tem de planejar os dois modelos de trabalho”, reflete.
4. Por menores que sejam, as crianças sabem o que está acontecendo em relação à pandemia e também precisam seguir uma série de regras. Agora, também estão prestes a ser vacinadas. Os alunos também estão vivendo momentos de inseguranças: a escola é segura? Vou ou não ser vacinado? Quando vai acontecer? Vai doer? Preciso usar máscara? Então, todos - professores e gestores - têm de estudar sobre a pandemia e os protocolos sanitários. “Muitos estudantes ficam à mercê de informações disponíveis na internet, fake news, opiniões de familiares. Temos de estudar sobre as vacinas, levantar evidências científicas sobre elas, antecipar as dúvidas que os estudantes podem levantar e acolher famílias também”, explica Renata Capovilla.
5. Pautar um espaço da semana pedagógica para articular um plano de comunicação sobre protocolos sanitários contra a covid-19 e planejar a rotina da escola com base nele. Em 2020, o Centro Pedagógico da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em Belo Horizonte, estabeleceu uma comissão – formada por docentes, funcionário e pais – para atuar junto ao Comitê Permanente de Acompanhamento das Ações de Prevenção e Enfrentamento do Novo Coronavírus da UFMG. E assim trabalhou no estabelecimento de protocolos contra a covid-19. “Nós terminamos 2021 com o ensino híbrido, grupos menores de alunos em sala e professores também escalonados. Em 2022, o retorno será diferente, pois é previsto o retorno de todos. “Mas as crianças de 6 a 8 anos ainda não estarão vacinadas. Em quais espaços vamos atuar, como vamos organizar a rotina, como organizar o horário de refeitório e a entrada e saída? A pauta principal são os protocolos de retorno alinhados ao bom acolhimento das crianças”, diz a professora Kely Cristina Nogueira Souto.
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