Para usar com a sua turma

PARA BAIXAR: Tabela que ajuda a escolher o melhor conto para o seu aluno

A classificação dos 14 contos desta coletânea foi feita por Maria José Nóbrega, com base nos estudos da crítica literária Nelly Novaes Coelho

Imagem: Duda Oliveira/Caronte

Os 14 contos escolhidos por NOVA ESCOLA para integrar a coletânea desta caixa podem ser apreciados por leitores de várias idades. Mas você deve estar se perguntando: como saber se ele é adequado para a minha turma?

O caminho mais óbvio seria classificar os contos por etapa: este é para ler na Educação Infantil, aquele, para os alunos do 8º ano do Fundamental e assim por diante.

Separar os contos nessas “gavetinhas” é possível, mas essa é uma estratégia limitada. Pois quem disse, por exemplo, que todos os alunos do 8º ano estão no mesmo nível em termos de leitura? Ou que todas as crianças do 3º ano estão praticamente alfabetizadas?

Por isso, a especialista Maria José Nóbrega, do Instituto Vera Cruz, em São Paulo (SP), sugere uma classificação diferente. Ela se baseou nos estudos da ensaísta e crítica literária Nelly Novaes Coelho (1922-2017) para preparar uma tabela que mostra como cada um dos 14 contos desta caixa pode ser lido por cada categoria de leitor:

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Entenda a tabela

No livro Literatura Infantil - Teoria, Análise, Didática, Nelly descreve cinco categorias de leitores, levando em consideração não apenas a faixa etária, mas o nível de proficiência em um momento de leitura autônoma (ou seja, quando o indivíduo está lendo sozinho). As categorias são as seguintes, segundo a síntese feita por Maria José:

Pré-leitor

Conquista da linguagem oral e da percepção do próprio ser

de 1 a 5 anos (Educação Infantil)

O pré-leitor é o indivíduo que ainda não tem a competência de decodificar a linguagem verbal escrita. Ele inicia o reconhecimento da realidade que o rodeia principalmente pelos contatos afetivos e pelo tato, tendo a imagem o predomínio absoluto. Nesta primeira fase de construção do leitor, são indicados os livros de imagem, sem texto verbal, para que o indivíduo possa, por meio do reconhecimento de sequências de cenas, tomar contato com alguns elementos estruturais da narrativa, como o espaço, as personagens e o tempo.

Leitor iniciante

Aprendizagem da linguagem escrita

De 6 a 7 anos (1º e 2º ano do Ensino Fundamental)

O indivíduo começa a tomar contato com a expressão escrita da linguagem verbal. A curiosidade sobre esse universo cultural e o mundo que se descortina por meio do reconhecimento da palavra escrita ganha algum espaço sobre a imagem, sendo que a última ainda deve predominar. Essa é a fase de socialização e de racionalização da realidade.

Leitor em processo

Consolidação da leitura autônoma

De 8 a 9 anos (3º e 4º ano do Ensino Fundamental)

Fase em que a criança já domina o mecanismo da leitura. O conhecimento do mundo é aguçado pela organização do pensamento lógico e a motivação do adulto ainda é bastante importante.

Leitor fluente

Dompreensão dos mundos possíveis criados pela literatura

De 10 a 11 anos (5º e 6º ano do Ensino Fundamental)

É a fase em que se consolida o domínio dos mecanismos do ato da leitura, além de haver mais capacidade de compreensão do universo contido no livro. Nesse momento, desenvolve-se o pensamento hipotético-dedutivo e atividades de reflexão são importantes para o amadurecimento do leitor,

Leitor crítico 

Capacidade de reflexão do plano do conteúdo e da expressão em maior profundidade, podendo depreender a visão de mundo construída pelo texto

De 12 a 14 anos (7º a 9º ano do Ensino Fundamental)

Fase de total domínio do processo de leitura, na qual o indivíduo já estabelece relações entre micro e macro-universos textuais, além de entender os processos de semioses especiais presentes no texto. Essa também é a fase do desenvolvimento do pensamento reflexivo e crítico



Como você leu no início deste texto, os 14 contos podem ser lidos por alunos de diferentes categorias. Mas isso não significa dizer que essa leitura será sempre autônoma. Alunos de uma certa categoria podem não conseguir ler um conto sozinho, mas, em uma leitura compartilhada, isso se torna possível!

Por isso, a tabela criada por Maria José Nóbrega assinala, para cada conto, não apenas a qual categoria de leitores ele se adequa melhor, mas qual modalidade de leitura é mais eficiente em cada caso. As modalidades são duas: leitura compartilhada (que pode compreender uma série de estratégias de leitura coletiva de um texto) e leitura autônoma.

Agora, fica mais fácil utilizar o material desta caixa. Mãos à obra!

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