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Para saber mais da Mãe do Rei Gav ao Gambito da Rainha: as mulheres no xadrez

Para inspirar a turma a aderir ao jogo, apresente a história de mulheres enxadristas famosas, além de explorar quatro dicas de filme, livro e sites sobre o tema

Ilustração de enxadristas (uma mulher e um homem) simulando a partida entre Judit Polgár e Garry Kasparov, em 2002.
Ilustração: Paola (Papoulas Douradas)/NOVA ESCOLA

Uma maneira de mostrar para alunas e alunos que o xadrez é para todos e, assim, inspirá-los a também jogar, é apresentar histórias de grandes mulheres enxadristas, como a da chinesa Hou Yifan, de 26 anos, que atualmente leva o título de melhor jogadora feminina de xadrez do mundo, de acordo com o ranking da Federação Internacional de Xadrez (Fide). 

Em 2008, Yifan foi nomeada Grande Mestre, o mais alto título internacional de xadrez que um jogador pode alcançar, e que ela compartilha com outras 36 mulheres, versus os 1.762 Grandes Mestres homens. Quando recebeu o título, a enxadrista tinha apenas 14 anos,  o que a tornou uma das jogadoras mais jovens da história a receber a titulação.

Aqui pelo Brasil, vale a pena conhecer Juliana Terao, 29 anos, que é a melhor jogadora feminina de xadrez do país. A hexacampeã brasileira começou a aprender o jogo aos 5 anos de idade, com seu pai. Ela acompanhava o irmão mais velho, também enxadrista, em todos os torneios e ficava de olhos atentos nas jogadas. Já aos 11 anos tornou-se Campeã Pan-Americana e aos 18 se encontrava entre as dez melhores jogadoras do país.

Agora, quando o tema é fazer história, é Judit Polgár, 44 anos, quem ganha os holofotes. A jogadora húngara é considerada a enxadrista mais forte de todos os tempos. Aos 11 anos, Judit derrotou seu primeiro Grande Mestre e, aos 12, era a 55ª colocada no ranking mundial. Foi a primeira mulher a constar entre os oito melhores jogadores do mundo e, dentre as mulheres, liderou o ranking internacional de 1989 a 2014, quando se aposentou. 

Um de seus grandes feitos ocorreu em 2002, quando tornou-se a primeira mulher a vencer o número 1 da classificação mundial, título que pertencia ao russo Garry Kasparov. 

A origem do xadrez é incerta, mas a teoria mais aceita é a de que ele foi criado na Índia por volta do século 6º. Uma das lendas conta que o jogo foi inventado a pedido da mãe do rei Gav. Ela queria uma prova de que ele não havia provocado a morte do irmão durante uma batalha e, então, solicitou a reconstituição da luta no tabuleiro. 

Partidas e jogadas para inspirar os alunos

Conheça algumas movimentações famosas que podem servir para começar a ensinar a turma a jogar xadrez, e veja como foi o final da partida em que Judit Polgár derrota Garry Kasparov.

O Gambito da Rainha - Este modo de começar um jogo de xadrez, que ficou famoso após a série homônima da Netflix, é assim chamado porque o primeiro peão a ser movido é o que fica em frente à dama. Aliás, entre os enxadristas, dama é o nome correto da peça, e, portanto, essa configuração é conhecida como gambito da dama. 

A jogada completa envolve o movimento de três peões. O quarto movimento, que cabe às peças pretas, vai dizer se o gambito foi aceito ou recusado. Se o peão preto comer o peão branco, diz-se que o gambito foi aceito e as brancas ganham vantagem. Se o peão preto não comer o peão branco, ele pode perder a peça, mas ganhar a oportunidade de organizar sua defesa de uma maneira diferente. 

Defesa Siciliana - Judit Polgár ficou conhecida por seu estilo de jogo agressivo e impiedoso. Quando jogava com as peças pretas, essa era uma de suas aberturas preferidas. Nomeada pelo enxadrista italiano Gioacchino Greco no século 17, essa abertura, em vez de espelhar o movimento das peças brancas, cria uma posição assimétrica que complica o cenário do adversário.

A vitória contra Kasparov - Em 2002, Judit Polgár venceu Garry Kasparov, então campeão mundial de xadrez, em uma rápida partida. Ao final do jogo, o rei de Kasparov é cercado pelas duas torres de Polgár. Você pode mostrar o vídeo a seguir para os alunos e explicar as movimentações e estratégias, para que eles possam ver como se delineia o fim do jogo e celebrar a vitória dessa grande enxadrista.

4 sugestões para apresentar o xadrez às crianças

Juliana Terao começou a jogar xadrez ainda pequena e recomenda, de maneira entusiasmada, encorajar outras crianças a se aproximarem desse jogo apaixonante. “Uma boa maneira de introduzir o jogo é ir contando histórias sobre as peças, que têm suas próprias características, e fazer analogias com um campo de batalha”, sugere a hexacampeã. 

Confira, abaixo, uma lista de conteúdos para apresentar o xadrez às crianças: 

Rainha de Katwe - Este filme da Disney conta a história real de Phiona Mutesi, uma xadrezista de Uganda que se tornou Candidata a Mestre aos 14 anos, após ótimos desempenhos nas Olimpíadas de Xadrez de 2010.

A Menina Que Não Sabia Jogar Xadrez, Flamingo Edições - Taís Julião, enxadrista brasileira e autora deste livro, escreveu a história para apresentar o jogo à sua filha. Indo muito além de explicar as regras, a obra fala sobre as lições de vida que o xadrez pode trazer.

Uma partida contra Beth Harmon - O site chess.com e seu aplicativo gratuito, Xadrez - Jogar e Aprender, além de conter vários materiais para aprender a jogar, permite realizar uma partida contra um computador que imita a protagonista da série O Gambito da Rainha em diferentes idades.

Capivara do Xadrez - Este canal do YouTube, que se dedica a ensinar xadrez e contar curiosidades e histórias sobre o jogo, possui uma série de vídeos dedicados às crianças.

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