Reportagem

O lugar da pandemia na pauta da semana pedagógica

Busque fontes confiáveis de informação e planeje como os protocolos de segurança contra a covid podem ser aplicados à realidade da escola

Mosaico de Ilustrações abstratas de máscaras durante a pandemia de covid-19.
Ilustração: Barbara Quintino/NOVA ESCOLA

Em 2020, a pandemia forçou a parada das aulas presenciais em escolas de todo o mundo. Em 2021, uma série de protocolos sanitários contra a covid-19 começou a ser estabelecida e aplicada no retorno parcial ou total das escolas. Agora, em 2022, o desafio é revisar o que deu e o que não deu certo no ano passado e manter os cuidados. A semana pedagógica é momento importante para que a equipe converse sobre os protocolos e todos estejam afinados quando os alunos chegarem.

O Centro Pedagógico da Universidade Federal de Minas Gerais é uma escola de Educação Básica e Profissional localizada dentro do campus da Universidade em Belo Horizonte (BH) e por isso os protocolos de prevenção contra a covid foram estabelecidos em conjunto com a UFMG. Desde 2020, a universidade conta com o Comitê Permanente de Enfrentamento do Novo Coronavírus, formado por professores virologistas e infectologistas (entre outros profissionais) e oferece assessoria técnica e científica sobre o Sars-CoV-2 e a Covid-19.

Já no Centro Pedagógico, foi criada uma comissão composta por docentes, funcionários técnico-administrativos, funcionários da limpeza e pais e responsáveis de alunos, para pesquisar quais cuidados deveriam ser tomados e como eles seriam aplicados na rotina. “Os protocolos foram construídos de forma colaborativa. Não tivemos problemas de informação entre a equipe e entre as famílias porque tudo foi muito dialogado. Mesmo quem não fazia parte da comissão, como eu, tinha acesso a todos os documentos e podíamos enviar sugestões e dúvidas”, diz Kely Cristina Nogueira Souto, professora do Centro. Segundo Kely, a preocupação agora está em revisar as regras para garantir que elas continuem sendo viáveis quando todos os alunos retornarem - até o fim de 2021, somente 40% dos estudantes estavam frequentando as aulas de forma presencial.

Assim como aconteceu no Centro Pedagógico da UFMG, é preciso que a gestão da escola procure documentos orientadores oficiais do município e do estado e o aconselhamento de profissionais qualificados, na Secretaria Municipal ou Estadual de Saúde e da Educação, para estabelecer os protocolos de segurança contra a covid-19 na unidade escolar. Com base nisso, será possível chegar com informações concretas e científicas na semana pedagógica e, com a participação da equipe, planejar como as regras podem ser aplicadas à realidade e ao dia a dia de aulas. Ou seja, não faz sentido nenhum criar ou excluir protocolos com base em achismos, medos e conselhos recebidos em grupos de WhatsApp. 

É possível pensar, por exemplo, se a escola oferece estrutura física para que a entrada e a saída dos alunos sejam feitas por portas distintas, se há a possibilidade de que a merenda seja oferecida em local aberto, se há verba suficiente (ou possibilidade de solicitá-la) para que as mesas do refeitório sejam divididas com placas de acrílico para diminuir o contato de um aluno com outro.

“Temos também uma preocupação com saúde mental e social, pois temos crianças em situação de vulnerabilidade social e pensamos muito nesse processo de readaptação das pessoas depois do período difícil da pandemia”, explica Luíza Santana, vice-diretora do Centro Pedagógico da UFMG, ao se referir sobre a preocupação da equipe em traçar estratégias de acolhimento. “Não gostamos muito do termo distanciamento social, usamos distanciamento físico. Mesmo on-line, continuamos socialmente próximos. Não queremos distanciamento social, o contato social precisa ser mantido, remotamente ou seguindo todos os protocolos e a distância física de segurança”, defende a vice-diretora.

Por fim, vale planejar como os protocolos serão informados às famílias. Essa comunicação, inclusive, pode já começar a ser realizada pelas redes sociais e via mensagens SMS ou de WhatsApp antes mesmo do início das aulas. As crianças também devem ser comunicadas sobre as regras e ter as dúvidas respondidas. “Quando o aluno vê que os educadores estão seguindo as regras, sente-se impulsionado a fazer o mesmo e passa o exemplo para a família”, conta Luíza.

Mais sobre esse tema