Veja o que muda entre os PCNs e a BNCC de Língua Portuguesa
Conheça as principais mudanças listadas para cada uma das práticas de linguagem
Veja ponto a ponto do que mudou com a chegada da Base Nacional Comum Currilar nos eixos Escrita, Leitura, Produção de Texto, Oralidade e Análise Linguística.
ESCRITA
Como era nos PCNs
1. escrita já era abordada em sua dimensão discursiva, ou seja, enquanto produto da interação social, mas a produção de textos aparecia como um conteúdo essencialmente procedimental, demandando uma metodologia adequada à aprendizagem desse “saber fazer”.
Como ficou na BNCC
1. A BNCC inclui, de forma objetiva, alguns determinantes sociais da escrita, no momento da produção textual: os próprios campos, o gênero, a situação de comunicação, o interlocutor, a variação linguística etc.
2. Frequentemente, a habilidade de produção aparece articulada com outras práticas linguísticas, especialmente as de leitura e as de análise linguística/semiótica.
3. O novo documento traz ao processo de ensino-aprendizado da Língua Portuguesa as especificidades da leitura e da escrita em ambientes digitais.
Esta reportagem aborda técnicas de escrita com base na obra de Clarice Lispector.
LEITURA
Como era nos PCNs
1. Havia uma recomendação de que os textos fossem considerados em um contexto. Os gêneros textuais se baseavam sobretudo na linguagem escrita e nos suportes analógicos, como cartazes, jornais, livros etc.
Como ficou na BNCC
1. Há uma atenção especial à questão da escuta ativa, como um comportamento necessário à interpretação do texto oral, especialmente nos anos iniciais do Ensino Fundamental.
2. As habilidades de leitura constantemente aparecem integradas aos campos de atuação, uma vez que a língua é estudada sempre em relação ao seu uso social. O contexto de produção continua fundamental para o trabalho com a leitura.
3. A cultura digital entra em cena com os textos multimodais, em que as produções escrita e a audiovisual interagem. Ao fim do Ensino Fundamental, os alunos precisam estar capacitados a ler, compreender e criticar essas produções.
Esse vídeo fala sobre como realizar uma atividade de leitura pelo professor.
GRAMÁTICA, ANÁLISE LINGUÍSTICA E SEMIÓTICA
Como era nos PCNs
1. A partir da perspectiva de que a língua deveria ser considerada em situações de uso, os PCNs minimizaram as questões gramaticais, que não foram tratadas de forma objetiva.
Como ficou na BNCC
1. Questões gramaticais estão mais explicitadas, a cada ciclo do Ensino Fundamental.
2. A BNCC propõe que a análise da língua seja feita de maneira contextualizada às práticas sociais. A memorização de regras deve ser substituída pela compreensão das formas de uso, de acordo com a situação.
3. A análise linguística, em classe, deve abranger textos multimodais e multissemióticos.
“Sempre que for pertinente, deve-se vincular o conhecimento gramatical com outras dimensões da reflexão, por exemplo, com os efeitos enunciativos ou pragmáticos, ou quando vinculamos a morfologia das palavras com a ortografia", afirma Mirta Castedo, pesquisadora argentina e professora da Universidade de La Plata, neste artigo.
ORALIDADE
Como era nos PCNs
1. O documento já compreendia a ideia de que a aprendizagem da linguagem ocorre por meio do uso que fazemos dela, na interação com o outro. A análise da língua oral e/ou escrita é feita considerando que se trata de um instrumento de interação social.
2. Havia apenas a indicação genérica de se abordar a linguagem oral nesse âmbito, porém, em relação ao “como fazer”, o documento era mais genérico.
Como ficou na BNCC
1. A capacidade de se produzir discursos — orais ou escritos — adequados às situações é tomado na BNCC como um fundamento pedagógico, tendo em vista a necessidade de formar usuários competentes da língua.
2. A Base prescreve os conhecimentos essenciais, as competências e as habilidades linguísticas relacionadas às práticas de oralidade, que se espera que as crianças e os jovens desenvolvam em cada etapa da Educação Básica em todo país.
Clique aqui e conheça o projeto da professora trabalhou com seus alunos desde a formulação dos textos à entonação usada.
Fontes: Cristiane Mori, professora do Instituto Singularidades; Egon de Oliveira Rangel, professor do Departamento de Linguística da Pontifícia; Universidade Católica (PUC-SP); Luciana Falciano Oruz, analistapedagógica do Serviço Social da Indústria (SESI-SP); Maria José Nóbrega, professora do curso de Especialização em Formação de Escritores do Instituto Superior de Educação Vera Cruz; e Marianka Santa Barbara, formadora de professores na Comunidade Educativa CEDAC.
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