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Sugestão de atividade: faça os alunos confeccionarem um jogo em casa

Shisima, que pode ser criado com materiais simples, permite desenvolver raciocínio matemático

Ao elaborar o próprio jogo, os alunos desenvolvem habilidades motoras. Ilustração: Estúdio Kiwi

Originário do Quênia, o Shisima é um jogo de estratégia que envolve dois jogadores. O objetivo é ser o primeiro a alinhar três peças seguidas sobre um tabuleiro octogonal.

Fácil de ser confeccionado, o Shisima foi a escolha do professor Joabson Pereira para as aulas neste período de quarentena. O docente leciona para uma turma multisseriada (1º ao 5º ano) na escola rural EM Padre Estanislau Kostka Laurentino, em Pombos, e para o 5º ano na EM Mariana Amália, em Vitória de Santo Antão (ambas cidades de Pernambuco). “Aqui, temos o desafio de acesso restrito à internet. Por isso optei por esse jogo, que pode ser construído com material reciclável encontrado nas casas das crianças”, conta Joabson. Que tal desenvolvê-lo com seus alunos? Confira abaixo o passo a passo.

Defina os objetivos de aprendizagem

Ter clareza sobre quais competências e habilidades pretende desenvolver entre a turma é o que norteia a escolha do jogo. Além de uma proposta que pudesse contornar o desafio do acesso restrito de seus alunos à internet, o professor Joabson desejava proporcionar momentos para as crianças se divertirem e estreitarem o vínculo com suas famílias. No contexto de jogo, elas aprendem respeito a regras e ao outro e a lidar com a frustração e a perda. A possibilidade de estimulá-las cognitiva e criativamente também foi considerada. 

Escolha o jogo

Com esse olhar, Joabson optou pelo Shisima, jogo de tabuleiro que trabalha, sobretudo, o raciocínio matemático e poderia ser utilizado tanto pela classe multisseriada quanto pelos alunos do 5º ano. O fato de as próprias crianças confeccionarem o jogo permite também o desenvolvimento de habilidades motoras. E como ele é construído utilizando materiais reciclados como papelão e tampinhas de garrafa, é possível promover uma reflexão sobre sustentabilidade. Outro ponto que contribuiu para a escolha foi a oportunidade de proporcionar o contato dos estudantes com informações sobre outra cultura, no caso a queniana.

Apresente a proposta e suas regras

Como o professor não estaria presente no momento em que as crianças estivessem construindo ou jogando o Shisima, Joabson precisava garantir que todos entendessem claramente a proposta. Ele, então, optou por duas maneiras de apresentar o jogo e suas regras. Gravou um vídeo (veja abaixo) e o disponibilizou no YouTube e no grupo de WhatsApp das famílias. Para os pais e responsáveis que não podiam acessar o recurso audiovisual, foi enviado um manual contendo imagens e textos explicativos (clique aqui para baixar). “Os maiores tiveram mais autonomia e os menores contaram com a ajuda dos adultos para produzir o tabuleiro. Sugeri que jogassem livremente com os irmãos, amigos e também os pais e outros parentes”, explica Joabson. 

BAIXE AQUI: TUTORIAL DE MONTAGEM DO TABULEIRO

Estabeleça um momento para feedbacks

Para monitorar a atividade, o professor pediu para que os alunos gravassem vídeos deles jogando e depois compartilhassem no grupo de WhatsApp. “O Shisima permite várias maneiras de jogar e foi legal acompanhar as estratégias de cada um. Com uma das alunas, por exemplo, aprendi um jeito que eu não conhecia”, conta Joabson. 

Promova debates

É importante realizar conversas com a turma sobre os diversos aspectos do jogo. Joabson usou o WhatsApp para isso. Foram discutidas as estratégias adotadas pelos alunos para vencer o jogo, em trocas que permitiram aprendizados mútuos. O professor também promoveu reflexões sobre a origem do Shisima. Ele contou a história do tabuleiro e estimulou as crianças com perguntas como: onde fica o Quênia? E quais outros elementos da cultura africana conhecemos? “Foi uma oportunidade para abordar conteúdos previstos na lei que determina o ensino de história e cultura afro-brasileira e africana nas escolas”, ressalta o educador. 

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