Para usar com seus alunos

Sugestão de Atividade: explore o 7 de Setembro com uma saída pedagógica virtual

Com a ajuda da tecnologia é possível conduzir uma exploração com os estudantes pelos principais marcos de memória da data

Vale até convidar os alunos para fazer uma selfie durante a visita virtual. Ilustração: Wikimedia Commons/Caronte Design

Excursões e visitas a locais que fazem parte da história do Brasil bem como a museus que concentram boa parte de elementos de uma época é sempre uma boa atividade para o ensino de história fora da sala de aula, colocando-as em contato direto com imagens e objetos que podem mostrar um pouco da realidade de um outro tempo. Mas como fazer isso sem sair de casa? 

A pandemia não precisa ser impeditivo para atividades fora do livro escolar. Visitas virtuais podem ser uma ótima opção tanto para o momento que vivemos como para outras ocasiões em que os recursos para a realização dessas visitas presencialmente seja um obstáculo. Confira, abaixo, um passo a passo para explorar com as turmas do 1º ao 5º ano. 

ATIVIDADE: ROTEIRO VIRTUAL PARA EXPLORAR O 7 DE SETEMBRO


Indicado para: Turmas do 1º ao 5º ano 

Materiais: Acesso à Internet, computador e ferramentas de comunicação como um e-mail que permita fazer vídeo conferência. A visita virtual pode também ser gravada pelo professor e enviada para o estudante.

Duração: De 3 a 5 semanas

Na BNCC: EF02HI03, EF03HI05, EF05HI07 e EF05HI02 


PASSO A PASSO: 

1. Prepare-se antes da visita: O processo de independência deve ter sido tratado em sala de aula antes da visita virtual. É importante que os alunos façam a visita com um conhecimento básico sobre o período e a construção do 7 de setembro. 

2. Crie um questionário: Elabore um questionário para guiar os estudantes antes, durante e depois da visita. É interessante que o professor disponibilize uma semana antes da saída pedagógica virtual as perguntas e explique que elas deverão ser entregues uma semana depois do passeio virtual. Devido à faixa etária dos alunos, para os dois primeiros anos do Ensino Fundamental recomenda-se que o professor solicite um desenho após a visita, no lugar do questionário. 

PONTO DE ATENÇÃO:  Na hora de produzir o questionário, destaque o que acha fundamental para sua aula. O objetivo é conduzir o olhar do aluno durante a visita, mas servirá também como um instrumento de avaliação da prática, além de ser importante para a terceira etapa da visita, o “depois”. O questionário pode ser impresso e disponibilizado aos estudantes ou pode ser produzido no Google Formulários.

No arquivo abaixo você encontrará sete sugestões de perguntas que podem constar no questionário elaborado para a visita, sugeridas pelo consultor Jair Ferreira. Escolha aquelas que considere mais importantes para serem trabalhadas e acrescente outras que ache pertinente.

BAIXE O QUESTIONÁRIO

4. Antes de levar os alunos, faça a visita sozinho: O professor será o guia da visita dialogada, discutindo com os estudantes sobre cada lugar visitado e a relação deles com a independência do Brasil. É interessante que, antes da visita virtual com os alunos, o professor faça o percurso sozinho para preparar sua da fala conforme vai apresentando os pontos através do Google Maps e do Google Arts e Culture.

PONTO DE ATENÇÃO: Se sua internet for lenta, deixe todas as imagens abertas em janelas diferentes do computador. Dessa forma, você evita problemas técnicos e a dispersão da atenção dos estudantes devido a lentidão do carregamento das imagens. 

5. Confira mais informações sobre os pontos que serão visitados no roteiro: Abaixo, confira os links e algumas informações interessantes de serem abordadas com as crianças durante a saída pedagógica virtual no Google Arts & Culture. 

Ponto 1: Calçada do Lorena 

Dom Pedro I e a sua comitiva subiram a serra pela chamada “Calçada do Lorena”, estrada construída no século fim do século XVIII. Esta é a pintura “Caminho do mar – Calçada do Lorena”, produzida em 1826 [apenas 4 anos depois de Dom Pedro I passar por lá] pelo artista Oscar Pereira da Silva. 

Ao apresentar a imagem, questione os estudantes: o que é mostrado? Quem são os personagens que aparecem? O que eles fazem? Chame a atenção dos alunos para os animais que subiam a Serra do Mar, mulas. Os cavalos não conseguiam percorrer o longo percurso, escorregadio e íngreme. Mulas eram utilizadas para subir a serra.

Ponto 2: Figueira das lágrimas

A Figueira das Lágrimas possui mais de dois séculos de vida e está localizada na Estrada das Lágrimas, no atual bairro do Sacomã, zona sul de São Paulo. Para muitos historiadores, Dom Pedro e sua comitiva descansaram embaixo da figueira antes de partirem para o lugar onde ocorreu o Grito do Ipiranga. Durante a Guerra do Paraguai, as famílias se despediam dos soldados neste lugar, por isso recebeu o nome de Figueira das Lágrimas. A árvore é tombada como patrimônio histórico. 

Ponto 3: Parque da Independência – Vista aérea

O parque foi inaugurado em 1989 para unir diversos edifícios e monumentos no mesmo lugar. Este momento, o professor deverá destacar os 3 lugares que serão visitados: o Monumento à Independência, a Casa do Grito e a fachada do Museu Paulista.

Vista aérea do Monumento à Independência

Ao acessar a vista aérea, pergunte aos estudantes sobre o riacho que aparece na imagem. É esperado que os estudantes identifiquem que se trata do Riacho do Ipiranga, presente no Hino Nacional. 

O Monumento à Independência foi construído em 1922, no centenário da Independência, no local onde Dom Pedro I deu o grito do Ipiranga. No entanto, existem controvérsias entre os historiadores se foi nesse exato local que ocorreu o ato. 

Ponto 4: Galeria de imagens 

Apresente as duas primeiras imagens da galeria de imagens do Monumento à Independência. Na face frontal do monumento, há um painel em alto-relevo de bronze retratando o “Brado do Ipiranga”. Dentro do monumento está a Cripta Imperial. Nela, estão sepultados os restos mortais de Dom Pedro I, da sua primeira esposa, a Imperatriz Leopoldina e sua segunda esposa, Dona Amélia.

Ponto 5: Casa do Grito

Ela ficava na beira do Caminho do Mar e, durante o século XIX, era utilizada como uma espécie de hospedaria pelos viajantes e tropeiros que passavam pelo Caminho do Mar. Existe muitas controvérsias sobre a data de sua construção. O professor Jair orienta que o ano de 1844, a data mais antiga, seja a data trabalhada com os alunos. 

Mostre as seis primeiras imagens da galeria aos estudantes, dando destaque a sexta imagem, uma representação de como deveria ser a casa no século XIX.

Ponto 6: Museu Paulista da USP

O Museu Paulista da USP, mais conhecido como Museu do Ipiranga, começou a ser construído durante o governo de Dom Pedro II, filho de Dom Pedro I. Ele é considerado um edifício monumento, uma vez que foi edificado como um marco de memória do processo de independência do Brasil. O museu foi inaugurado em 1895, já na República. 

Dica: Se estiver realizando a visita em videoconferência, proponha uma “selfie” na frente do museu com sua turma e compartilhar a fotografias com eles.  A ação é interessante para registrar boas memórias da visita pedagógica com as crianças. 

Ponto 7: Quadro “Independência ou Morte”

Esta é a imagem mais conhecida relacionada à independência do Brasil. O quadro foi encomendado em 1886 pela Comissão do Monumento à Independência, grupo criado para do Museu do Ipiranga. A obra do pintor Pedro Américo ficou pronta só em 1888. 

Nesse ponto, é interessante questionar os estudantes sobre a data da produção do quadro. Pergunte quais elementos presentes na obra foram visitados. O Riacho do Ipiranga e a Casa do Grito são representadas na pintura. 

Deixe evidente que o quadro foi produzido mais de meio século depois da independência do Brasil e que o autor quis passar uma mensagem na obra, uma ideia de independência. 

Existem muitos questionamentos dos historiadores em relação à obra. Muitos afirmam que a Casa do Grito não existia na época da independência, que o relevo está errado e que o Riacho do Ipiranga não deveria estar no lugar onde aparece. Mostre aos alunos essas as várias visões e explique que são questões em aberto, que precisam de novas fontes históricas para obter um consenso. Essas fontes, porém, podem nunca ser encontradas.

A página do Arts and Culture do Google mostra diversos detalhes da obra e até mesmo os estudos realizados por Pedro Américo para produzir a obra. Se preferir, o professor pode ir para a última página, onde temos a obra completa em alta definição.

6. Conduza o fechamento da atividade: Pergunte aos estudantes se têm alguma dúvida e lembre-os de trazer o questionário respondido (ou o desenho, no caso dos pequenos) na próxima aula. Ele será um material importante para as próximas aulas do período.

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