Para usar com os alunos

Atividade: Sol, nossa bússola natural

Convide os alunos a fazerem como os cientistas e construir a percepção de que é a Terra que gira em torno do astro-rei

Animação de alunos fazendo experimentos com relógio solar.
Ilustração: Ana Carolina Oda/NOVA ESCOLA

Para o povo maori, da Nova Zelândia, o Sol é uma deusa que passeia pelo céu carregando uma árvore em chamas. E essa é mesmo a impressão que fica quando olhamos para o alto: que é a estrela que se move, não a Terra. Para desfazer essa noção e construir a ideia científica adequada, uma atividade com um gnômon e modelos do Sol e da Terra são de grande valia. 

"Usar o gnômon, a haste do relógio solar, é a forma de estudar astronomia dos nossos antepassados. Povos do mundo todo, como os da Polinésia, da Indonésia e da Índia, lançaram mão desse instrumento para praticar a agricultura. Na escola, esse estudo é a base para que depois as crianças possam entender outros fenômenos, até os da física moderna", explica Eder Canalle, físico, professor de Astronomia e coordenador pedagógico do projeto Astronomia no Verde.

Para colocar uma atividade de observação do Sol em prática, a coordenadora pedagógica Roberta Braga Manes da Silva, que atua no Colégio Santa Helena, em São Paulo (SP), orienta os professores a estudarem bastante sobre o tema e imaginar as possíveis perguntas que os estudantes podem fazer durante a aula. Não se trata de ter resposta para tudo nem na ponta da língua. O importante é saber como conduzir a pesquisa depois, na companhia dos alunos para encontrar as respostas.

Quando estava em sala de aula, Roberta construiu relógios solares com as turmas dos anos iniciais do Ensino Fundamental e conta que a experiência encantou as crianças: "Elas vão descobrindo no momento da atividade coisas que parecem óbvias para nós. Por exemplo, que as sombras mudam de tamanho e que as estações têm a ver com a trajetória do Sol durante o ano", diz.

divisória de atividade

Atividade: Do gnômon à órbita da Terra em torno do Sol

Proposta colabora para a compreensão de como acontece a sucessão de dias e noites


Indicado para: 1º ao 5º ano

Material: Um pedaço de madeira, como um cabo de vassoura, folha de papel, lápis, giz ou caneta, uma lâmpada, globo terrestre, um boneco de papel e uma bússola. 

Espaço: Pátio da escola ou outra área que receba sol o dia todo 

Na BNCC: EF01CI05, EF01CI06, EF02CI07, EF03CI08, EF04CI09, EF04CI10 e EF05CI11


PASSO A PASSO

1. Convide a turma para criar uma bússola.  Converse com as crianças sobre o que é uma bússola, para que ela serve e pesquisem sobre como é possível construir uma. Será que o Sol, com seus movimentos no decorrer do dia, tem alguma coisa a ver com esse instrumento? 

2. Construam um gnômon. Em uma área da escola que receba luz solar o dia inteiro, fixe no chão um pedaço de madeira, como um cabo de vassoura, em posição vertical.

3. Observem as sombras. Ao longo de um dia, peça para os estudantes observarem a variação das sombras e desenhá-las no chão ou em uma folha de papel que possa ser colocada sempre na mesma posição. Converse com os alunos sobre o que eles acham que aconteceu para a sombra mudar de posição ao longo do dia.

4. Encontrem os pontos cardeais. Depois, ao achar a menor sombra formada pelo gnômon, peça para a turma ligar a ponta da sombra à base da madeira. Essa é a direção do sul geográfico. A partir daí, é só traçar os demais pontos cardeais (o norte fica oposto ao sul; o leste fica à direita e o oeste, à esquerda).

5. Comparem com uma bússola. Com os pontos cardeais desenhados, peça que os estudantes os comparem com uma bússola. Os indicadores não vão ser compatíveis. Aí surge a oportunidade de a turma pesquisar sobre a diferença entre polos geográficos e os magnéticos. Os primeiros são os lugares onde o eixo de rotação da Terra corta a superfície do planeta – temos, assim, o polo norte, na região da América do Sul, Europa e Ásia; e o polo sul, na região da América do Sul, África e Oceania. Já os polos magnéticos são os pontos do planeta em que um ímã aponta para baixo, formando um ângulo de 90 graus com o chão. Vale retomar com o grupo que, no caso da bússola solar, o instrumento indica os polos geográficos.

6. Construam um modelo da Terra e do Sol. Use uma lâmpada para representar o Sol e, em um globo terrestre, cole um boneco em pé sobre o Brasil. Explique para a turma que o objetivo é reproduzir em tamanho menor o que eles observaram usando o gnômon.

7. Representem o movimento da Terra. Mantendo a lâmpada no centro, gire o globo terrestre em torno dela e peça que as crianças observem a sucessão de dias e noites e o que acontece com a sombra do boneco – o mesmo que observaram no gnômon.

8. Finalizem a atividade. Retome as hipóteses levantadas pelos estudantes durante a observação das sombras do gnômon e pergunte o que pensam agora, após a experiência com o modelo, para avaliar se compreenderam como se dá a passagem do tempo na Terra e sua movimentação em torno do Sol.

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