Para repensar a escola

Estratégias para promover a paz nas escolas

Mudanças na rotina escolar, desde o planejamento das aulas até os protocolos de ação, podem fazer a diferença

Com base em recomendações da Unesco e em um estudo das pesquisadoras Telma Vinha e María José Díaz-Aguado, resumimos 4 estratégias para inspirar a construção de um ambiente pacífico.

Em um fundo branco, uma ilustração de uma estrela brilhando em amarelo

1. Abra espaço nas suas aulas para as metodologias ativas 
Escolha metodologias que incluam discussão, experimentação e cooperação como estratégia para melhorar a aprendizagem e aumentar o engajamento dos estudantes. Parte dos chamados comportamentos inadequados (desatenção, impaciência, sinais claros de tédio) que muitas vezes podem ser notados em uma aula expositiva muito longa tende a mudar com a aplicação de metodologias em que os alunos podem se expressar e criar juntos.

Ilustração mostra uma chave de fenda em azul e um lápis, sobre um fundo branco

2. Deixe que os alunos participem da construção de regras
O processo de construção conjunto é um dos pilares da gestão democrática. Quando os alunos participam da construção das regras, eles se tornam mais obedientes e entendem o sentido do que está sendo aplicado. Abrir espaço para assembleias que vão decidir assuntos importantes da escola é tão importante quanto promover rodas de conversa para tratar de conflitos menores ou questões individuais. O importante é manter o foco na escuta ativa e na solução, sem cair na “lavação de roupa suja”. E deixar claro que o objetivo é resolver a questão com diálogo, respeito e argumentos.

Em um fundo branco, dois ícones de balão de diálogo, um com um raio e outro com um ponto de exclamação

3. Transforme conflito em aprendizagem
A partir de uma ocorrência, o professor pode levar a questão para sua turma e trabalhar na prevenção. Ao examinar com os estudantes a causa do conflito e o que é preciso para resolvê-lo, o grupo poderá levantar soluções e pesar as consequências positivas e negativas. Em casos mais complicados, é importante que a escolha disponha de uma pessoa capacitada a mediar conflitos, conversar individualmente com os envolvidos e trabalhar com eles para restaurar a relação. Esse processo não é simples ou rápido, mas não deve ser abandonado no meio do caminho. Há instituições que ajudam a formar profissionais e dão apoio a escolas.

Em um fundo branco, um ícone de um megafone lilás

4. Correção X Punição
Quando o objetivo do estudante é provocar o professor, perder a cabeça, aumentar o tom de voz ou expulsar da sala nem sempre são a melhor solução. “Às vezes funciona responder com uma conduta que os surpreenda, que contrarie o que se espera e se busca com a disrupção”, escrevem Telma e María José. Se houver necessidade de recorrer a medidas punitivas, o ideal é que a correção tenha ligação com o ato praticado, em forma de reparação pelo que aconteceu. Por exemplo: se um estudante vandaliza uma carteira, o adulto deve mostrar a ele como aquele ato prejudica a coletividade e fazer com que o próprio aluno conserte o que quebrou ou repare, de alguma forma, o prejuízo. Para casos excepcionais que entram na esfera criminal, como roubos ou violência física, os meios legais podem ser acionados.

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