Para aprender com a prática

Leve os rios voadores da Amazônia para a aula de Geografia

Inspire-se na atividade da professora Ana Paula de Mello e mostre para o 6º e o 7º ano a influência da floresta no equilíbrio climático

A floresta atua como uma bomba atmosférica, sugando a umidade oceânica que se condensa em enormes volumes de vapor: os rios voadores. Foto: Reprodução/Documentário "Os rios voadores da Amazônia"

Todos os dias, a floresta Amazônica transpira 20 bilhões de toneladas de água, carregadas em forma de vapor pelos rios voadores. É um volume colossal, ainda maior do que as 17 bilhões de toneladas despejadas pelo rio Amazonas no Atlântico diariamente. Os rios voadores, também chamados de rios verticais, alteram o sentido dos ventos e afetam as chuvas em locais bem distantes. O avanço do desmatamento, porém, está ameaçando este equilíbrio, segundo o relatório "O futuro climático da Amazônia", produzido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) em 2016.

Aguçar a percepção da turma sobre a importância da floresta da bacia amazônica para o equilíbrio climático foi o objetivo da professora de Geografia Ana Paula Teixeira de Mello, da EM Levi Carneiro, em Niterói (RJ), quando elaborou o plano de aula Floresta Amazônica: a relação entre o clima e a floresta para Nova Escola. ”A compreensão sobre a formação dos rios voadores é fundamental para o combate ao desmatamento e para o maior entendimento a respeito do equilíbrio climático terrestre, que muitas vezes são assuntos distantes da realidade de muitos alunos”, explica Ana Paula, que foi uma das vencedoras do Prêmio Educador Nota 10 de 2018. Ouça o depoimento dela sobre o desenvolvimento do plano e, em seguida, confira o passo a passo da atividade. 

Indicado para: 6º e 7º ano 
Habilidade da BNCC: EF06GE05

Passo a passo 

1.Descubra o que a turma sabe a floresta
Antes de introduzir o tema, a professora Ana Paula perguntou aos alunos: Quando falo sobre Floresta Amazônica, o que vem na sua cabeça? Essa floresta se restringe ao Brasil? Qual a sua importância? “Muitos alunos não sabiam que a floresta é tão grande que ocupa outros países”, lembra. 

2. Apresente a Amazônia e a biodiversidade
Faça um panorama do que é a Floresta Amazônica: seu tamanho territorial, biodiversidade, cultura etc.

3. Localize no mapa
Mostre a abrangência da Floresta Amazônica no mapa para que os alunos tenham noção do seu tamanho proporcional e comente com a turma que além, por ser densa e úmida, ela é fundamental para o equilíbrio do clima em todo o planeta.

4.
Explique o que são os rios voadores
Fale sobre a formação dos rios voadores e explique o fenômeno de evapotranspiração das plantas. Para facilitar o entendimento, Ana Paula indica apresentar reportagens ou vídeos sobre os rios voadores para a turma. Um exemplo é o curta documentário "Os rios voadores da Amazônia", de Bettina Ehrhardt, disponível aqui. 

5. Abra o debate 
Após o vídeo, proponha um debate com algumas perguntas, como:  Qual é a relação entre a chuva e a vegetação? Sem vegetação existiria umidade? Como o desmatamento pode interferir na vida da floresta? 

6. Hora da atividade
Após a discussão, a ação proposta por Ana Paula foi a produção de cartuns para representar a reflexão sobre a aula. Para a realização da atividade é necessário explicar para a turma o que é um cartum e para que serve. A sugestão é que os trabalhos desenvolvidos sejam sobre os seguintes temas: floresta amazônica, biodiversidade, rios voadores e a relação entre vegetação e chuva, e o equilíbrio climático do planeta.

7. Apresentação dos alunos
No final da atividade, cada aluno deve ter a oportunidade de apresentar seu cartum para a turma e dizer a que o tema se refere, por que escolheu o tema e qual o seu sentimento sobre o tema escolhido. 

8. Opiniões construtivas
Estimule a turma a criticar construtivamente os trabalhos apresentados. “Foi muito interessante observar os alunos neste momento da aula, pois pude perceber a construção do conhecimento de forma coletiva e o cuidado, e a relação de respeito ao tratar sobre o trabalho do colega”, conta a professora. 

 

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