Para aprender com a prática

4 sugestões de atividades para explorar o universo

Conheça o passo a passo de experiências para aprofundar o estudo da Astronomia no Fundamental II

Além de ensinar sobre o universo, as atividades trabalham conteúdos interdisciplinares. Ilustração: Duda Oliva/Nova Escola

A Astronomia nasceu da prática: a cabeça erguida, olhando para o céu, medindo sombras e anotando trajetórias, em meio à natureza. A experimentação é o espírito dessa ciência, e ela deve ser utilizada na hora de trabalhar o assunto com as crianças. 

Conheça atividades para observar o Sol, a Lua e as estrelas com os estudantes, que, além de ensinar sobre os astros, também mobilizam conhecimentos interdisciplinares de Matemática, Geografia e Artes.

Construindo um relógio solar

Existem outras maneiras de observar o céu para além de usar um telescópio. Na escola Waldorf Rudolf Steiner, em São Paulo (SP), a professora Susana Nicolas construiu um relógio solar com seus alunos do Ensino Fundamental II. "A partir da observação das sombras projetadas ao longo do ano, discutimos os movimentos da Terra em relação ao Sol", explica a educadora.

1. Organize os materiais: você vai precisar de uma vareta de cerca de 15 centímetros e pedras numeradas de 1 a 12 com tinta. 

2. Construa o relógio: encontre uma área na escola que receba luz solar o dia, e finque a vareta no chão, inclinando-a cerca de 10 graus em direção ao sul. Consultando um relógio, retorne ao local a cada hora cheia e marque a ponta da posição da sombra com a pedra correspondente até completar o círculo.

3.Convide os estudantes: organize as visitas dos alunos ao relógio solar ao longo do ano. Para registrar as mudanças de posição e tamanho da sombra, use um papel maior do que o relógio, divida-o ao meio e posicione-o no chão, ao redor da vareta. Peça, então, para que os alunos registrem a trajetória do Sol ao longo do dia, cerca de uma vez por mês, se possível todo dia 20 para maior precisão. Ao final, terão um calendário solar.

Aprendendo por meio de desenhos

Observar o céu noturno com os estudantes pode ser um desafio pelo horário, a poluição luminosa e as condições climáticas. Uma opção é usar representações gráficas do céu para que eles se familiarizem com as constelações.

1. O mapa do céu: apresente aos alunos a Carta Celeste, que contém as 88 constelações atuais definidas pela União Astronômica Internacional. 

2. Ofereça os materiais: além de papel, tintas e lápis para os alunos desenharem, mostre também ilustrações e mapas antigos do céu, que evidenciam as figuras formadas pelas constelações, mas com caracterizações diferentes.  

3. Explique a atividade: peça para cada estudante escolher uma constelação. Explique que eles devem tomar por base a figura do conjunto de estrelas, mas propor uma releitura para sua caracterização, e desenhá-la. O importante é que os alunos pontuem as principais estrelas da constelação.

4. Para ir além: mostre para as crianças a forma e a posição no céu das constelações de Touro, Órion, Cão Maior, Cão Menor, Centauro e o Cruzeiro do Sul. Elas são visíveis nas noites de verão e as mais fáceis de identificar. Em seguida, peça que os estudantes desenhem esses conjuntos de estrelas posicionando-os como em um mapa, que pode servir de referência para que eles realizem a observação noturna do céu.

Aprendendo a achar o Cruzeiro do Sul

Outra atividade que ensina sobre as constelações e pontos cardeais é aprender a identificar o Cruzeiro do Sul, visível quase o ano todo mesmo em grandes centros urbanos. Para tanto, peça que os estudantes encontrem no céu formações que se pareçam com a constelação e observem quatro características:

1. Encontre a cruz:  cheque se os pontos cardeais correspondem à posição da constelação.

2. Verifique o brilho das estrelas: a partir da estrela mais brilhante, a ponta sul do Cruzeiro, o brilho das estrelas deve diminuir no sentido horário. 

3. Busque a Intrometida: além das quatro principais, há uma quinta estrela menor entre a ponta sul e leste da cruz. 

4. Ache as Guardas da Cruz: se esse for mesmo o Cruzeiro do Sul, haverá duas estrelas muito brilhantes, e próximas, apontando para a estrela que marca o oeste. 

Para observar a Lua

O professor Fábio Moura, que leciona na EMEF Governador Carlos Lindemberg, em Serra (ES), realiza uma atividade simples e educativa: marcar os ângulos de elevação da Lua usando a mão. “O principal não é a precisão, mas que os alunos compreendam as fases da Lua e os ângulos”, explica o educador.

1. Medindo os graus: peça para os estudantes esticarem os dedos e a palma da mão, formando um ângulo reto entre o polegar, que marca 90 graus e o dedo mínimo, que marca o grau zero. Explique que os ângulos entre os demais dedos representam, respectivamente, 30, 45 e 60 graus.

2. Explique a atividade: peça que os alunos observem a Lua de três a quatro vezes por semana durante um mês e em horários diferentes, e registrem o grau de elevação e a fase da Lua naquele momento. 

3. Avalie: para corrigir a tarefa, utilize aplicativos que mostram a trajetória e a elevação da Lua. 

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