Calculando estrelas: como levar a Astronomia para as aulas de Matemática
Em Teresina, a professora Laryssa propôs a construção de um Sistema Solar
A Matemática permeia todo o estudo da Astronomia. Ela está presente nas distâncias, nos raios e volumes dos planetas. Em suas órbitas elípticas, nas proporções e conversão de medidas, e nos cálculos de velocidade e aceleração.
Uma atividade prática que pode envolver todos esses conceitos é a construção de uma maquete que represente o Sistema Solar em escala menor. Ela requer materiais simples e pode facilmente ser adaptada para diferentes graus de dificuldade.
"Quando os alunos aprendem por meio de projetos, eles entendem a finalidade de aprender esses conceitos matemáticos que às vezes são muito abstratos, porque podem aplicá-los para construir algo", diz a professora Laryssa Lopes, que conduziu essa atividade com os alunos do Ensino Fundamental II da EM Delmira Coelho Machado, em Teresina (PI). Professora de Geografia, Laryssa promoveu a atividade interdisciplinar pra ajudar as crianças a aprenderem sobre os planetas e facilitar as aprendizagens de Matemática
Ela também explica que esse projeto é interessante para desfazer a noção errônea que muitos livros didáticos trazem, retratando o Sol quase do tamanho de outros planetas, e como se eles estivessem equidistantes e suas órbitas igualmente centralizadas.
"Enquanto eles desenvolviam a maquete, a gente ia conversando sobre vários conceitos da Astronomia, da Matemática e das condições para a existência de vida na Terra. Foi uma boa oportunidade para os alunos se aprofundarem no tema e aplicarem seus conhecimentos, tanto de Geografia quanto de Matemática", comenta a educadora, que realizou o trabalho com as turmas do 6º ao 9º ano.
Confira a sugestão de atividade:
Construindo um pequeno Sistema Solar
Materiais: papel milimetrado, folha de isopor, esferas de isopor de diferentes tamanhos e tintas coloridas
1. Calculando volumes e distância: peça para os alunos buscarem informações sobre o diâmetro dos planetas do Sistema Solar e do Sol, e calcularem seus volumes, considerando-os esferas perfeitas. Eles também devem medir a distância entre o Sol e Netuno e decidir o tamanho da maquete, para determinar a proporção entre as medidas reais e as da representação. Os estudantes também pesquisam e calculam a distância média entre os planetas e convertem todas as medidas para centímetros. Por fim, organizam essas informações em uma tabela.
2. Adapte: de acordo com o ano e o perfil da turma, leve todos ou parte dos dados prontos, e peça que os estudantes façam os cálculos mais simples ou só a organização das informações.
3. Visualizando o produto final: sugira que os estudantes desenhem no papel discos do tamanho dos astros, em uma mesma escala, para terem noção da relação de tamanho entre os corpo celeste. Depois, peça que eles usem um papel milimetrado para traçar as órbitas dos planetas, já usando as distâncias e escalas corretas, com atenção ao centro de cada trajetória e o posicionamento do Sol.
4. Montando a maquete: agora, os estudantes reproduzem as órbitas dos planetas em uma folha de isopor, que serve de base para os planetas, confeccionados com bolas de isopor ou papel amassado envolto por fita-crepe. Para finalizar, posicionem os astros e pintem o isopor e os corpos celestes de acordo com suas características.
5. Para desafiar os alunos: peça que os alunos busquem a posição real dos planetas em determinada data na hora de posicioná-los em suas órbitas. Também é interessante pedir que eles estimem a posição dos planetas dali a alguns meses, calculando a trajetória a partir de suas velocidades orbitais médias.
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