Por que explorar colabora para o desenvolvimento das crianças?
Estabelecido como um dos direitos de aprendizagem na BNCC, a exploração é alternativa para as brincadeiras em casa
Um armário de cozinha pode ser visto apenas como um lugar para guardar mantimentos, panelas ou potes de plásticos. Mas para bebês, crianças bem pequenas e pequenas pode representar um mundo de possibilidades.
A exploração de materiais estruturados ou de não estruturados - recursos do dia a dia, como latas, plásticos, tampas, também chamados de objetos de largo alcance - é ótima oportunidade para desenvolver o senso de investigação e curiosidade nos pequenos.
Não à toa, explorar está entre os seis direitos de aprendizagem estabelecidos pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC). “A exploração para as crianças é uma forma de conhecer o mundo, as pessoas e a si mesmas”, explica a psicóloga e doutora em Educação, Beatriz Ferraz. Para a especialista, é durante essa ação que a criança procura respostas para perguntas relacionadas com o mundo ao seu redor, como, por exemplo: “Será que a pedra é viva?”
Além disso, a exploração colabora para que as crianças desenvolvam iniciativa e persistência. “Os bebês são exploradores por natureza e uma criança pequena ou bem pequena também. Durante a exploração, elas estão com todos os sentidos em movimento”, observa Silvia Fuertes, coordenadora do núcleo de Educação Infantil da Comunidade Educativa CEDAC.
Para a exploração ser eficaz durante a Educação Infantil, é importante não só oferecer materiais, mas muitas opções diferentes, que possibilitem uma pluralidade de experimentações sensoriais durante a atividade. “A construção com materiais diversos, tais como caixas de papelão, pedras, folhas, areia, potes, promove o desenvolvimento de sua criatividade, pensamento, imaginação, da estética, do desejo de estar junto para consagrações coletivas, do valor da cooperação”, afirma Beatriz.
A exploração durante a quarentena
Em tempos de isolamento social, usar a exploração de materiais pode ser uma alternativa para as brincadeiras em casa. Além de seguir as orientações de oferecer materiais diversos, os responsáveis pelos pequenos podem atuar no papel da escuta e orientação.
“Considerando que muitos não têm formação em Pedagogia, por exemplo, uma possibilidade é interagir com a criança durante esse processo de exploração. O adulto pode valorizar o tipo de criação feito pelos pequenos”, explicou Vládia Pires, supervisora pedagógica da rede pública de Campina Grande (PB).
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