Explorando os sons em casa
Entenda como a exploração da música pode colaborar para o desenvolvimento e como usar objetos em casa para fazer barulho
A colher de pau bate na panela e faz um barulho que chama a atenção das crianças. Os olhos de um bebê se dirigem para quem está batendo palmas, ou quando ouve a voz de seus responsáveis. Não importa como, mas os diferentes tipos de sons são atrativos, motivos de diversão e de desenvolvimentos para os pequenos.
Na Educação Infantil, por exemplo, a música está presente em diferentes momentos da rotina. “Tem a canção para comer, para dormir, para se divertir, mas é importante a gente olhar para além disso. Não só a canção como funcionalista. Olhar, por exemplo, como as crianças podem inventar canções que façam sentido para elas”, explica a professora Teca Alencar, da Universidade de São Paulo (USP) e consultora do Instituto Arte na Escola.
Para a professora de música Sandra Mara de Cunha, da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) e mestre em Educação, a música também funciona como linguagem para as crianças. “A BNCC coloca um foco para a exploração de materiais que produzem sons, mas podemos também pensar de maneira mais ampliada, apresentando instrumentos convencionais.”
Como nem todas as casas possuem esses materiais tradicionais, é possível trabalhar com a exploração de sons usando itens domésticos. “Qual criança não foi até o armário da cozinha para abrir e explorar o que tem lá? Colher de pau, panelas, potes de plástico, que, virados com a boca para baixo, se transformam em tambores, e talheres em geral podem ser alguns tipos a ser usados”, diz Sandra. A caixa de sapatos com objetos pequenos dentro também pode servir como um chocalho, sugere Teca.
A professora alerta como os pais precisam ter uma escuta acolhedora nesses momentos. “Muitos reclamam para as crianças da bagunça e pedem para parar, mas é nesse tipo de situação que os responsáveis podem propor e fazer junto”, afirma a professora de música Sandra.
Além dos materiais disponíveis em casa, as especialistas indicam o corpo humano para trabalhar os sons. “É possível usar o próprio corpo, conforme as crianças crescerem, por exemplo. Usar a expressão corporal, descobrir sons do corpo ao bater palmas, fazer sons diferentes com voz”, indica Teca. Brincar com os sons de vogais e onomatopeias pode ser uma opção também.
Mas não basta oferecer os materiais, é necessário orientar as crianças, fazê-las refletir e apresentar as relações e diferenças entre os materiais. “Na Educação Infantil, penso que ainda não é importante nomear os conceitos, mas questionar o que seria uma música alegre, qual é mais triste, suspense”, sugere Sandra.
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