Para usar com as crianças

Atividade 1: cuidado para a Cobra Grande não te pegar

Baseada em uma lenda amazônica, brincadeira promove a coordenação motora e favorece a integração da turma no contexto de atividades presenciais

Ilustração de objetos como peteca, corda e outros brinquedos, sobre tapete.
Ilustração: Flávia Borges/NOVA ESCOLA

Nas profundezas de rios e lagos da Amazônia uma cobra gigantesca desliza à espreita. Todos a temem, especialmente os ribeirinhos. A lenda desse ser de dimensões extraordinárias surgiu entre os índios amazonenses e até hoje circula por toda a Região Norte. Muitos acreditam que foi a Cobra Grande, também conhecida como Cobra Honorato, Norato ou Boiuna, quem criou parte dos rios caudalosos ao deixar sulcos na terra, posteriormente cobertos de água.

De acordo com uma das versões da lenda, uma índia engravidou da cobra Boiuna e deu à luz gêmeos, Honorato e Maria Caninana, ambos com a aparência do réptil. Com medo dos filhos, a índia decide jogá-los no rio. Enquanto o menino de coração bondoso volta de vez em quando para rever a mãe, a menina guarda rancor e, como vingança, ameaça navegantes com sua aparência monstruosa. 

O pobre Honorato, que em noites de lua cheia assume a versão humana, não pode se livrar da maldição de voltar a ter aparência de cobra até que se livre da irmã. A solução é matar Maria Caninana, mas quem se atreve?

Reza a lenda que para eliminar o monstro é preciso feri-lo na cabeça e colocar leite em sua boca enorme. Os pescadores não têm coragem, o bicho medonho de proporções descomunais tem olhos que iluminam o rosto dos que tentam se aproximar. 

Mas a lenda tem final feliz. Um dia um soldado corajoso consegue ferir Cobra Grande na cabeça e derramar leite bocarra adentro. Libertado da maldição, Honorato assume a aparência humana e volta para o convívio da família.

Essa história inspira brincadeiras praticadas pelas crianças da Região Norte e é base para a sugestão de atividade de Francisca Janine Silva, coordenadora pedagógica de escolas da rede pública de Paragominas, no Pará. O medo da cobra vira um incentivo para que as crianças se movimentem sem parar, rindo e se divertindo com o perigo de serem engolidas pelo monstro. Além de promover a capacidade motora, favorece a integração do grupo.

divisória de atividade

Coloque as crianças para brincarem de Cobra Grande

Confira a proposta baseada em uma lenda amazônica


Indicado para:
Crianças pequenas (4 anos e 5 anos e 11 meses)

Espaço: Área ampla, de preferência aberta

Na BNCC: EI03EO06 - Manifestar interesse e respeito por diferentes culturas e modos de vida. 

EI03CG02 - Demonstrar controle e adequação do uso de seu corpo em brincadeiras e jogos, escuta e reconto de histórias e atividades artísticas, entre outras possibilidades.


PASSO A PASSO

1. Estude: Antes de propor a atividade para a turma, é importante pesquisar sobre as histórias, lendas e brincadeiras da Região Norte. Aqui, você encontra referências de sites e livros.

2. Conte a história que inspira a brincadeira: Reúna a turma em roda e pergunte quem já ouviu falar da história da Cobra Grande. Caso não conheçam, aproveite o relato descrito acima para contar a eles. Explique que se trata de uma lenda do Norte do país. Se tiver um mapa disponível, mostre a região para as crianças. No final, deixe-as comentarem suas impressões.

3. Divida a turma: Depois da história, convide as crianças a participarem da brincadeira da Cobra Grande. Divida os pequenos em dois grupos: em um estarão os que irão representar a cobra e no outro aqueles que serão engolidos pela serpente.  

4. Explique a dinâmica: Conte à turma como funciona a brincadeira. As crianças do primeiro grupo devem formar uma fila e se apoiarem umas nas outras, se encaixando como se formassem um trem (ou, no caso, uma cobra). As demais se espalham pelo espaço, pois farão o papel das possíveis presas do monstro. A criança que fica à frente do trem comanda a brincadeira ao fazer movimentos sinuosos imitando a Cobra Grande em busca das presas. A cobra não pode ser quebrada, ou seja, as crianças não devem cair ou sair do encaixe. Aí está o desafio: fazer movimentos rápidos em curva para os dois lados. A brincadeira acaba quando todas as crianças espalhadas pela área forem engolidas pela cobra.

5. Inverta os papéis e repita a brincadeira: É possível repetir a brincadeira trocando os papéis de cobra e presa, e de quem está no comando. 

ADAPTAÇÃO PARA O ENSINO REMOTO 

Envie um vídeo contando a história da Cobra Grande, convidando crianças e famílias a brincarem e ensinando as regras. Oriente pais e responsáveis a fazerem adaptações de acordo com o espaço disponível (varanda, corredor, quintal etc.) e o número de pessoas que podem participar da brincadeira. Sugira que, ao final, eles perguntem às crianças como foi aprender uma nova brincadeira. Incentivo-os a compartilhar, por meio de fotos e vídeos, a vivência com a turma.

Divisória de fechamento

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