Para colocar em prática

O que fazer para atividades mistas darem certo na pré-escola

Confira o que funciona e o que não dá certo ao colocar o modelo semipresencial em cena na Educação Infantil

Ilustração abstrata de crianças brincando com pincéis e livros de foto em momentos presenciais na escola e em momentos remotos em casa.
Ilustração: Nathalia Takeyama/NOVA ESCOLA

Pode até parecer simples fazer atividades compartilhadas com as famílias ou responsáveis pelas crianças. Mas ao planejar o passo a passo é importante prever os percalços que podem surgir e pensar também nas práticas que tendem a ter mais sucesso. 

“Assim, ninguém vai se frustrar nem se achar sobrecarregado diante das tarefas a serem realizadas”, diz Karina Rizek, consultora da Avante Educação e Mobilização Social. 

Pensando nisso, elencamos dez dicas dadas por Karina e por Fabiana Bechara da Fonseca, integrante do time de autores de NOVA ESCOLA e educadora do Colégio Miraflores, em Niterói (RJ), para contribuir com o sucesso das atividades realizadas parte em casa e parte na escola. Confira:

TEM FUNCIONADO...

1. Comunicar com clareza o que familiares ou responsáveis precisam fazer e dar exemplos sempre que possível. Envie bilhetes ou mensagens de WhatsApp com as explicações necessárias. Estabeleça também um canal de comunicação, como um grupo de WhatsApp, para que as famílias possam tirar dúvidas com você. 

2. Fixar um dia da semana para enviar a proposta para casa e outro para que as crianças levem para a escola o resultado. Isso evita confusões e ajuda a organizar a rotina em casa. 

3. Orientar sobre como organizar o espaço. Quando a turma tiver de usar tinta ou outros materiais líquidos em casa, é fundamental dar dicas para os adultos sobre como organizar o espaço para evitar sujeira. Vale sugerir forrar o chão com jornal ou tecidos velhos ou então realizar a atividade no quintal. 

4. Destinar às famílias e aos responsáveis tarefas que não demandem muito tempo. É preciso considerar que muitos pais trabalham fora, chegam tarde da noite em casa, e ainda têm de dar conta de afazeres domésticos. 

5. Manter os adultos da casa engajados na atividade. Uma forma de incentivar esse interesse é o compartilhamento com as famílias do que o grupo faz na escola por meio de diferentes registros e mídias.

6. Deixar claro que a participação de familiares é muito bem-vinda, mas não obrigatória. Isso é importante para respeitar a rotina e o contexto em que vive cada um.

EVITE…

7. Enviar para casa materiais que não possam ser substituídos com facilidade pela escola. É normal que as crianças percam itens. 

8. Colocar as realizações em casa como etapas imprescindíveis. Não deixe de contemplar as crianças que, porventura, tenham se esquecido de levar para a escola o que produziram em casa ou que não contem com a participação das famílias nas atividades. Reserve sempre na rotina um tempo para que elas façam a atividade, enquanto a turma se dedica a outra prática. 

9. Questionar os motivos das famílias que não estejam participando das atividades em casa. Em vez disso, prefira ampliar o prazo de entrega, perguntar em que pode ajudar ou ainda oferecer a elas a opção de a criança realizar a atividade na escola. 

10. Pedir aos familiares tarefas que possam estar além das suas possibilidades. Na dúvida, prefira deixar tarefas de escrita e pesquisa, por exemplo, para serem feitas na escola. Para casa, invista em propostas que envolvam o fortalecimento de vínculos, como conversas entre crianças e adultos.

Mais sobre esse tema