Para colocar em prática

O que levar em conta na hora de organizar o espaço escolar

Saiba o que funciona ou não na Educação Infantil em relação às práticas, abordagens e combinados

Duas crianças brincando. O menino com um coelho de pelúcia em mãos e uma menina sorrindo.
Ilustração: Nathalia Takeyama/NOVA ESCOLA

As adaptações para o cumprimento dos protocolos sanitários contra a covid-19 impuseram uma série de desafios na dinâmica das crianças com os espaços das creches e escolas. Em um momento em que as mudanças ainda são novidade, nem sempre é fácil garantir as regras e combinados. 

Pensando nisso, reunimos dicas de Ceila Luíza Pastório, diretora da creche Baroneza de Limeira, em São Paulo, Eliana Sisla e Maria Teresa de Carvalho, psicólogas especialistas em Educação Infantil e formadoras do Instituto Avisa Lá, sobre o que funciona e o que não dá certo na hora de planejar e organizar espaços seguros e dinâmicos. Confira:

TEM FUNCIONADO...

1 – Priorizar atividades em ambientes externos. Além de garantirem o respeito aos protocolos sanitários, espaços ao ar livre possibilitam inúmeras propostas pedagógicas, interações com ambientes estimulantes e contato com a natureza.

2 – Envolver as crianças nos combinados em relação ao uso dos espaços. Recomenda-se incluir as crianças na discussão sobre como os ambientes da escola devem ser utilizados sem comprometer os protocolos sanitários. Quais soluções elas propõem para enfrentar a pandemia? Definir as novas regras em conjunto contribui para que os pequenos respeitem os combinados com mais facilidade.

3 – Incluir etapas de higienização dos brinquedos nas atividades. É possível aproveitar as brincadeiras para as crianças participarem da limpeza dos brinquedos, reforçando de forma lúdica mais um protocolo sanitário.

4 – Reavaliar o uso de materiais. Evite atividades com tecidos e outros materiais de higienização mais complexa. Prefira elementos da natureza e materiais não estruturados que podem ser descartados após o uso.

5 – Reforçar os protocolos sanitários de forma lúdica. Para manter o distanciamento, por exemplo, vale marcar o chão com adesivos em formato de pegadas coloridas, além de pregar cartazes com desenhos instruindo os protocolos sanitários.

6 – Incentivar a troca e o cuidado entre as crianças. Ao dividirem os espaços da escola, uns cuidam dos outros. Por isso é tão importante que os pequenos compreendam os combinados e cuidados com a saúde para ajudar os colegas.

NÃO FUNCIONA...

7 – Punir a criança quando ela descumprir algum combinado em relação ao uso do espaço. Se isso acontecer, trate-a de forma respeitosa e acolhedora, entendendo as dificuldades de compreender e executar determinado protocolo. Nesse momento, é tão fundamental explicar, informar e contextualizar a importância dessas regras e estratégias para a saúde de todos como amparar as crianças.

8 – Impedir de qualquer forma o contato físico entre as crianças. Deve-se planejar atividades que exijam menos aproximação entre elas, mas intervir para impedir o contato pode levá-las a compreenderem que o outro é perigoso - o que não é verdade. No lugar disso, reforce os cuidados individuais (uso de máscara, higiene das mãos e demais protocolos) e fale sobre como acontece a contaminação.

9 – Utilizar fita zebrada para bloquear o acesso a áreas da escola. Essa é uma sinalização emergencial e universal, comum no trânsito ou lugares de multidões e anonimato. Esse não é o caso da escola ou creche, onde cada criança é vista na sua individualidade. O ambiente escolar deve ter referenciais amigáveis e acolhedores. Ao explicar para as crianças o motivo de isolar certos espaços, convide-as a pensarem de que forma fazer isso.

10 – Responsabilizar as crianças pela higienização dos materiais. A limpeza dos brinquedos pode fazer parte do cotidiano das crianças de forma lúdica e espontânea, mas é importante lembrar que elas não devem ser responsabilizadas pela manutenção e limpeza dos materiais.

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