Para colocar em prática

Dicas para o êxito da Semana Pedagógica

Quais estratégias podem contribuir para o seu sucesso e o que deve ser evitado

Mosaico composto por ilustrações abstratas sobre recursos para uso na semana pedagógica.
Ilustração: Laissa Ribeiro/NOVA ESCOLA

Refletir sobre o que deu certo e o que não deu em 2021, conhecer outras realidades para buscar exemplos de práticas que funcionaram e abrir um espaço de escuta. Essas são algumas estratégias que podem contribuir para o êxito da Semana Pedagógica de 2022. Além dessas, quais outros caminhos podem ser adotados? E o que deve ser evitado?  

Tornar o ambiente acolhedor 

Preparar uma mesa com um café da manhã ou da tarde é sempre boa pedida quando o assunto é acolhimento. Pode parecer simples, mas, ao fazer isso, é possível tornar o momento de discussão mais horizontal, coletivo e propício a reflexões em conjunto. É o que diz Maria Thereza Marcílio, presidente da Avante Educação e Mobilização Social. 

“É preciso ter um cuidado no acolhimento. É fundamental convocar as pessoas a atuarem coletivamente. Mais do que nunca, percebemos que a gente não resolve certas situações individualmente. Nós vivemos em uma coletividade e as soluções para os problemas se encontram no coletivo”, ressalta. 

O planejamento começa muito antes 

Daiana Michele dos Passos, diretora da EMEI Pica-Pau Amarelo, em Novo Hamburgo (RS), também chama atenção para o fato de que a Semana Pedagógica começa a ser pensada no ano anterior. Portanto, não adianta querer dar conta de tudo no último momento, uma vez que durante todo o ano letivo a equipe diretiva deve ir observando e anotando pontos de atenção que necessitam ser retomados ou modificados. 

“Além disso, uma boa dica é optar por assuntos que são de importância e de interesse do grupo, contribuindo para o êxito do encontro. Acredito que devem ser evitados assuntos de pouca relevância para a prática para que não desmotive ou desinteresse o grupo”, recomenda a gestora. 

Apostar na democratização do planejamento 

Karina Rizek, consultora associada da Avante Educação e Mobilização Social e diretora pedagógica da Escola Global Me, garante que a organização de espaços, ambientes e materiais não pode ficar de fora das estratégias da semana. Tudo isso deve ser feito com os profissionais. Afinal, trata-se de importantes instrumentos de trabalho do professor.

Por isso, o educador deve organizar essa gestão, bem como pensar em uma rotina de momentos do dia a dia: o que vai fazer logo depois que as crianças chegam, que horas fará a leitura de histórias, quais serão os momentos de livre escolha, como serão os trabalhos, se em pequenos grupos ou com grandes rodas, e como se dará a inserção das múltiplas linguagens. 

“Ao falarmos de estratégias, um ponto crucial é essa questão da democratização desse planejamento, dessa preparação, e isso tanto da gestão com os professores e depois, em um segundo momento, dos professores com as crianças, principalmente com idade a partir de 3 anos, que já têm mais condições de ajudar a organizar essa rotina”, observa Karina.  

O que evitar

Uma coisa que não deve acontecer, de acordo com Ilenia Negrin, professora da rede municipal de Jundiaí (SP), é transformar a Semana Pedagógica em um momento meramente administrativo e burocrático, o que, segundo ela, é não só uma perda de tempo como grande frustração para os professores.

“Muitas vezes o professor chega na escola cheio de expectativas, perguntas, curiosidades, e então o tempo todo é dedicado a combinados burocráticos, calendário, sábado letivo etc., questões que não precisam tomar tanto tempo na pauta. Acho que esse é um erro que muitas escolas cometem: transformar esse momento numa pauta administrativa”, diz.

Nessa mesma linha, Karina Rizek reforça que é preciso evitar, ainda, semanas pedagógicas autoritárias, nas quais a gestão escolar comenta e se coloca como sabedora de tudo. “É essencial lembrar que quem está na sala, que são os professores, auxiliares e assistentes, conhecem muito da realidade das crianças, muito do que é estar no dia a dia com as faixas etárias. Por isso a gente fala em uma troca, de falas e de escutas de todos”, conclui.

Mais sobre esse tema