Para colocar em prática

Brincadeiras e práticas para exercitar a imaginação da turma

Sugestões de abordagens e experiências que vão incentivar a inventividade das crianças

Animação de criança brincando com dinossauros de plástico que aos poucos se transforma em um dinossauro imaginário.
As coisas existem como existem hoje porque um dia alguém as imaginou. Ilustração: Victoria Koki/NOVA ESCOLA

As práticas cotidianas da Educação Infantil estão repletas de atividades que incentivam o trabalho com a imaginação, o que pode ser intensificado quando a intencionalidade educativa do professor está voltada para isso. Escolher um repertório de qualidade e variado também é muito importante para estimular a criatividade, a fantasia, o jogo simbólico e o potencial imaginário das crianças. 

Com a ajuda de Elisiane Andreia Lippi, professora de Educação Infantil e assessora pedagógica, e Maria Paula Zurawski, formadora do Coletivo Curió, elaboramos uma lista com sugestões de abordagens e experiências que vão incentivar a imaginação e a criatividade das crianças.

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Conte e reconte histórias 

“A contação de histórias tem muita potencialidade quando se trata de fomentar o imaginário, porque nestes momentos as crianças podem criar cenários, imaginar as personagens agindo, conversando, lutando. Além disso, podem criar suas próprias histórias, contando um final diferente da história original, por exemplo”, sugere Elisiane. 

Apesar de bastante comum na Educação Infantil, é interessante que o professor se atente para diversificar o modo como a contação é feita e quais outras atividades podem estar relacionadas a ela. Por exemplo, grave sua narração, adicione efeitos sonoros a ela e peça que as crianças escutem de olhos fechados. Nem sempre é preciso pedir que elas façam um desenho da história. Uma boa conversa é uma oportunidade para que elas pratiquem a verbalização dos seus pensamentos.  


Explore imagens, livros, revistas e obras de arte

Há uma série de objetos que as crianças não podem tocar pela necessidade de preservação, mas também, é importante não “sacralizar” os objetos da cultura para que eles não sejam vistos como algo distante. Tenha sempre disponíveis livros e revistas ricos em imagens e com narrativas interessantes que as crianças possam tocar, manusear e levar para casa. A partir dessas obras, sugira a releitura por meio de diferentes materiais e técnicas, como colagem, pintura em guache, desenho com carvão e outras possibilidades. Sempre que possível, ofereça a oportunidade de mistura de diferentes técnicas em uma mesma atividade, o que sugere o levantamento e o teste de hipóteses: qual material é o ideal para externalizar o que estou pensando?


Planeje visitas a espaços culturais

Os elementos da cultura são fruto da imaginação, da intervenção ou da apropriação humana. As coisas existem como existem hoje porque um dia alguém as imaginou. Faça uma pesquisa e encontre na sua cidade centros culturais que possam receber a visita das crianças. Depois, converse com elas sobre os elementos e atividades observados nesse espaço e sobre como elas podem recriá-los em suas brincadeiras. Por exemplo: assistir a uma peça de teatro pode incentivá-las a dramatizar uma história já conhecida; a visita a um museu mostra a possibilidade de organizar uma exposição das obras da turma. 


Interaja com a natureza

A natureza está repleta de cores, cheiros, texturas e sons instigadores. Invista em passeios pela área externa da escola ou em alguma praça ou parque em sua proximidade. Chame atenção das crianças para os elementos naturais, proponha momentos de brincadeiras livres e oriente que elas recolham alguns desses elementos naturais. As possibilidades são muitas e vão desde a criação de uma coleção de folhas e pedras até de minhocas. Em sala, as crianças podem imaginar o que fazer com essas folhas (colagens, carimbo de folhas com giz, desenho de observação) e imaginar como vivem as minhocas e a partir disso investigar mais a respeito (como neste projeto). 


Mantenha um acervo de fantasias e acessórios da turma

“O professor pode organizar com as famílias uma caixa de acessórios ou um cabideiro com fantasias com peças que não são mais utilizadas como: pulseiras, colares, lenços, relógio, óculos de sol e chapéu. Também é possível organizar um cabideiro com fantasias de personagens variados”, diz Elisiane. Em diversas atividades, o professor pode convidar as crianças a experimentarem as peças em diferentes combinações e de formas usuais e não usuais. Uma calça pode virar uma blusa? Duas crianças conseguem calçar o mesmo sapato e caminhar juntas? Como se vestiria um monstro?

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