Para colocar em prática

Cuidados e dicas na hora de planejar as propostas

Confira as orientações das especialistas para garantir que o trabalho pedagógico seja significativo e seguro

Ilustração abstrata de olhos sendo refletidos em um caleidoscópio.
Ilustração: Renata Miwa/NOVA ESCOLA

As vivências de bebês e crianças no mundo promovem encantamento e possibilitam descobertas das belezas da vida que os cercam. Mas elas não deixam de vir acompanhadas de riscos, sobretudo, considerando que eles ainda estão aprendendo o que é perigoso, o que machuca, o que eles não gostam. 

Para garantir que o trabalho pedagógico seja significativo e seguro, é necessário planejamento, definir qual será o papel do professor durante as atividades, bem como garantir a organização e atenção aos cuidados necessários em cada proposta. A seguir, as especialistas dão algumas dicas.

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Planeje. Garanta tempo para as atividades, a fim de que estas sejam prazerosas para os bebês e crianças e privilegie ambientes além da sala de aula e da escola que naturalmente são mais estimulantes para todos os sentidos e para a exploração. “O planejamento precisa ser poroso para o que as crianças vão manifestar na interação com os objetos e existências do mundo”, afirma Heloísa Matos Lins, professora no Departamento de Psicologia Educacional da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).


Proponha uma diversidade de experiências. Parte fundamental das descobertas que as crianças fazem no começo da vida é conhecer o que elas gostam – mas também o que desgostam. “Isso talvez seja mais importante do que agradável. Experimentar um limão, uma superfície rugosa, por exemplo, estimula algumas investigações: o que é isso? Por que eu não gostei? O que é desagradável nisso?”, indica Bruna Bonfá Terra da Silva, professora de Educação Infantil em Campo Largo (PR).


Garanta a segurança dos pequenos. Organize os espaços onde as atividades serão realizadas de forma a diminuir os riscos de acidentes e, dependendo do contexto, peça auxílio de outros educadores para acompanhar a turma. Se em algum momento os bebês ou crianças começarem movimentações que podem ser perigosas, converse com eles. “Seja sincero e explique o motivo de eles não poderem realizar aquela ação. Nada de dourar a pílula”, orienta a professora Bruna.


Envolva-se nas vivências. O papel do professor é organizar, mediar e observar o que bebês e crianças comunicam, mas é também encantar-se com a proposta verdadeiramente. “Se o professor não se envolve, vira uma atividade técnica. Então, é importante abrir-se para os próprios sentidos, viver aquele momento com a turma e didatizar o mínimo possível. Elas estão aprendendo e nós não percebemos tudo e isso é bom. Explore junto e não espere que elas digam e mostrem tudo do jeito que a escola quer”, diz Heloísa.


Registre. Fotos, vídeos e anotações podem ser úteis para revisitar a atividade, avaliar o desenvolvimento dos bebês e das crianças e planejar os próximos passos, desde que não tenham a intenção de classificar as crianças de alguma maneira. “Não existe um jeito único de registrar as observações, porque depende do contexto e da forma que o educar percebe que lhe é útil, só vale atenção para não ficar tempo demais registrando e perder momentos de interação com as crianças”, orienta Keli Patricia Luca, coordenadora pedagógica na rede municipal de São Caetano do Sul (SP).

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