Como organizar um ateliê de fantasias e adereços
Da ideia inicial à confecção dos materiais, permita que as crianças usem a criatividade no dia da festa
“O Carnaval é momento de brincar com a criatividade”, ressalta Elvisa da Conceição, professora da Gira Girou, em Salvador, e mediadora de vivências com a Cultura Nordestina na instituição.
Para ela, é o momento ideal para que as crianças expressem suas ideias e escolham no que gostariam de se transformar durante a folia. Por isso, cabe ao professor criar um ambiente criativo, com materiais interessantes, capazes de inspirar e soltar a imaginação dos pequenos.
Mas, como organizar essa atividade? Confira 5 pontos para se atentar ao propor um ateliê de fantasias para as crianças:
Organização do espaço
Todos os materiais para o ateliê devem ser disponibilizados ao alcance das crianças para que eles possam explorar livremente - tomando cuidado com materiais sensíveis como cola quente ou tesouras que precisem do auxílio ou supervisão de um adulto. A especialista Maria Paula Zurawski recomenda que o professor pense em um ou dois tipos de produção: um cantinho para a confecção de máscaras e outro de saias e capas, por exemplo.
Elvisa complementa com uma dica extra: para criar um clima agradável enquanto produzem, é possível colocar no fundo as marchinhas trabalhadas em sala, além de outros tipos de músicas clássicas do Carnaval como os sambas-enredo e o axé.
Planejamento das fantasias
Para Daniela Munerato, formadora do Centro de Formação da Vila e coordenadora pedagógica de Educação Infantil na Escola Viva, em São Paulo, além dos materiais e organização do espaço, é importante pensar na forma que o professor encaminha o ateliê. Converse com as crianças a respeito do tema das fantasias e de como vão construir aquilo que imaginaram. Procure equilibrar momentos de exploração com outros de reflexão a respeito do que elas gostariam de fazer.
Nesta atividade sugerimos que as fantasias e adereços sejam realizados com base na marchinha de cada bloquinho que será criado na sala. No entanto, o tema das fantasias da professora Juliana Oliveira da Gira Girou foi livre. Algumas crianças escolheram criar seus próprios super-heróis, por exemplo, e inclusive surgiu um super guardião da natureza entre eles.
No fim, a autoria das fantasias é o que faz diferença. "Quando a criação parte deles, ganha um sentido melhor, se envolvem mais. No dia da festa, eles estavam entusiasmados de verem o que haviam realizado", afirma Juliana. Por isso, é importante que as crianças possam criar e materializar aquilo que imaginaram, permitir que eles passem pelo processo de ter a ideia, pensar como vão executar e colocar a mão na massa.
Ponto de atenção: Não se trata de impor restrições às crianças, mas de ter cuidado para não esbarrar em fantasias com teor preconceituoso. Cabe, portanto, a reflexão de se questionar se aquela roupa é de alguma forma discriminatória ou capaz de ofender algum grupo social.
Materiais para o dia
Poderíamos colocar uma lista de materiais básicos para disponibilizar no dia. Papel machê, cola, tintas coloridas, purpurina, cartolina, entre outros. No entanto, que tal conversar com as crianças para verificar quais materiais eles teriam interesse em utilizar? É possível que eles sugiram outros materiais além dos clássicos, como recicláveis, por exemplo.
Papel do professor
É importante dar espaço para que as crianças tenham autonomia para criar, por isso o professor assume um papel de supervisão e apoio em tarefas delicadas como cortar ou costurar. Ele também pode estimular a criança a desenvolver sua ideia e a colocá-la em prática.
Com os bebês
Ainda que não consigam produzir sua própria fantasia, é interessante que os bebês sejam incluídos no Carnaval e entrem em contato com o clima carnavalesco. Por isso, no lugar de um ateliê de fantasias, é possível que eles participem e produzam algum mural que funcione de decoração para a festa. Ofereça tintas e materiais com diferentes texturas para que eles explorem e deixem a festa ainda mais colorida!
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