Para aprender sobre a prática

5 dicas de como trabalhar com o desenho

Saiba como diversificar os materiais, contextualizar a atividade e avaliar o desenvolvimento das crianças

Imagem: Caronte Design

Desenhar é fundamental como forma de expressão da criança para o mundo. Segundo Rita Luciana Berti Bredariolli, professora do Instituto de Artes da Unesp, riscar e colorir também proporciona um rico exercício de experimentação.

Para ajudar você a planejar atividades cada vez melhores, reunimos cinco dicas de especialistas. Vamos lá?

1. Desenho orientado ou desenho livre?

Há uma grande discussão sobre os termos de “desenho orientado” e “desenho livre”. A professora Andrea Aly, da Escola da Vila, em São Paulo (SP), prefere falar em propostas diferentes. “Existe uma proposta que é mais solta, porque a gente entende que nada é livre. A criança tem uma família, uma cultura, coisas que aparecem para ela por uma série de razões”, explica. 

Para Rita, é importante ter uma escuta atenta, um olhar cuidado e disponibilidade de entrar no mundo da criança, independente do tipo de atividade de desenho.

2. Contextualize a atividade e mostre referências para as crianças

Na Educação Infantil, Rita explica que não funciona levar as crianças para uma exposição e ficar falando na frente de um quadro. “A contextualização que os professores precisam fazer é ouvir o que as crianças têm a dizer sobre a imagem apresentada e o que elas sentiram”, diz. Para Rita, observar a relação da criança com o trabalho e estar junto dela, acolhendo as histórias que ela tem a contar é o que importa mais.

3. Diversifique os materiais sempre que possível

Pensando na importância da experimentação, a professora Andrea e a especialista Rita recomendam que os educadores apresentem os diversos tipos de materiais: giz de cera, lápis colorido, giz de lousa… Até as sobras de frutas e verduras que iriam para o lixo podem servir como materiais.  “Nem todas as escolas têm condições financeiras, por isso é possível aproveitar o espaço físico e os elementos naturais disponíveis na escola”, sugere Rita. “Leve as crianças para brincarem com a terra, por exemplo”.

Também é importante variar os suportes do desenho (que podem ser caixas de papelão, papéis cortados com diferentes formas) e as posições nas quais as crianças trabalham (na mesa, no chão). “Essa diversidade faz parte da experimentação, porque uma hora a criança vai saber que a linha saiu daquele jeito porque ela fez deitada no chão, ou porque usou outro tipo de lápis”, explica Andrea. Rita também sugere que o professor observe o material escolhido pela criança.

4. Proponha desenho todos os dias

Se você tem dúvidas sobre com qual frequência oferecer desenho como atividade para as crianças, as especialistas no assunto têm a resposta na ponta da língua: todos os dias. “É necessário propiciar todo dia esse ambiente para ver como as crianças se sentem. Sem estipular prazo ou horário”, explica Rita.

5. Avaliação em Arte é sempre subjetivo, mas possível

Se a criança pinta para fora, não consegue segurar o lápis, não desenha direito, então, não se desenvolveu, certo? Não é bem assim. A professora Andrea ressalta que um erro comum é justamente avaliar um desenho como “bom” apenas quando ele se aproxima muito da realidade. “Na verdade, o primeiro critério que a gente precisa levar em consideração é se a criança se envolveu com a proposta, explorou o material e como se apropriou daquilo”, explica.

Outra forma de avaliar é pela marca pessoal da criança. “Se ela sempre faz determinado desenho - gosta de árvore, por exemplo - e vai se aprimorando nesse tema, observar a evolução é uma maneira de avaliar”, diz Andrea.



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