Confira dicas de plataformas para criar e adaptar jogos on-line
Todas com opções de ferramentas gratuitas, sugestões permitem elaborar atividades pedagógicas acessíveis para serem realizadas em encontros virtuais ou de forma individual pelos alunos
Cada vez mais educadores apropriam-se de novas tecnologias, seu uso – uma verdadeira necessidade em tempos de isolamento – não deixa de ser uma oportunidade de reinventar as práticas na escola. Os jogos eletrônicos potencializam capacidades humanas, têm design hiper-realista e estimulam a coordenação visomotora. “Podem ser de aventura, quebra-cabeças, de estratégias, para construir cidades ou criar civilizações, administrar crescimento, colocar em jogo regras sociais e fazer simulações,” exemplifica Wagner Antonio Jr., mestre em Educação pela Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (FEUSP), pesquisador de jogos e NTICs (Novas tecnologias de informação e comunicação) e diretor de formação da Secretaria Municipal da Educação de Bauru (SP).
Os jogos pedagógicos e lúdicos, não tão sofisticados quanto os games, precisam ser atrativos para o aluno, que preferem dispositivos touch (com tela sensível ao toque) ao computador. “Seria desejável preparar os professores para o uso de novas tecnologias já na formação inicial”, pondera o gestor. Veja aqui algumas opções de plataformas que estão sendo usadas para jogar com as turmas, todas com ferramentas gratuitas:
São duas versões de um jogo de adivinhação e desenhos on-line, que funciona direto no navegador (não precisa ser baixado e tem versões de aplicativo para Android ou iOS). A diferença da versão .io é que não pede cadastro para criar uma sala ou participar do jogo. O objetivo é tentar adivinhar o que outros estão desenhando. Há várias salas com temas pré-definidos, mas é possível criar sala própria e usar a criatividade para trabalhar temas de vários componentes curriculares. Um grupo de acadêmicos da área de Ensino de Ciências e Matemática da Universidade Franciscana, em Santa Maria (RS), testou a ferramenta, verificando a construção mental de conceitos de geometria por meio de desenhos. A conclusão foi de que as três habilidades visuais – visualização, imaginação e criatividade – foram bem exploradas durante o game, que julgaram adequado para o Ensino Fundamental.
De maneira bem simples, permite ao professor criar um quiz sobre qualquer tema. Após cada resposta, a ferramenta devolve imediatamente quantos alunos acertaram a questão, o que favorece o monitoramento sobre a compreensão do assunto abordado e permite ao docente até mesmo gerar relatórios de avaliação de desempenho. Como é muito dinâmico, pois atribui mais pontos a quem responde mais rápido, o Kahoot! gera disputas e brincadeiras, engajando os estudantes. As crianças podem jogar individualmente ou em grupos, o que estimula o compartilhamento de conhecimentos e a colaboração. Elisa Greenhalgh Vilalta, professora-autora e mentora do Time de Autores de NOVA ESCOLA e professora em Maceió (AL), sugere que se insiram imagens ou vídeos nas perguntas e varie os formatos das respostas como verdadeiro e falso ou múltipla escolha. E dá uma dica: a plataforma está disponível em inglês, mas é possível usar o botão direito do mouse e apertar a opção ‘traduzir para o português’.
São 12 modelos diferentes de jogos de peças ou letras, entre eles, quebra-cabeças, caça-palavras, palavras cruzadas, sopa de letras e memória. É possível criar e customizar adicionando suas próprias imagens e variando as temáticas. Os alunos podem jogar de forma interativa, acessando cada um de sua casa, colaborando e montando um quebra-cabeça juntos, por exemplo. “Disponibilizei um link para montarem juntos uma obra famosa que escolhi para trabalhar na aula de artes, isso pode ser feito também de forma assíncrona”, orienta Elisa. No Ensino Fundamental 1, após a montagem do quebra-cabeças, ela sugere que a turma conte uma história inspirada pela imagem, trabalhando a oralidade e a produção escrita. As palavras-cruzadas têm aplicação óbvia nas aulas de inglês. Porém, com criatividade é possível trazer vocabulário específico de vários componentes curriculares, interessante para fixação e revisão de aprendizagens.
Com um imenso repositório, entre jogos de memória, labirintos, caça-palavras e muitos outros, é um bom lugar para selecionar propostas prontas ou criar novas opções. “Separei para a minha turma do 1º ano um sobre consciência fonológica (vogais) e outro sobre números e quantidades de 1 ao 9. Os dois têm dinâmica do jogo da memória, com desenhos que fazem par com o número ou letra correspondente à imagem na foto”, explica Ana Lúcia Sanches Bazan, profissional do Núcleo de Ensino Renovado (NER) de Bauru (SP). Depois que uma das crianças da sua turma de 4º ano perguntou o que era palafita, a professora Ana Cristina Astolfi, de Taboão da Serra (SP), montou uma atividade de separação no Wordwall sobre tipos de casas, buscando as imagens na internet. “Como o site conta pontuação e o tempo que eles demoraram nas respostas, os alunos querem que eu faça rankings. Aí, aproveito para trabalhar com eles representações, tais como os gráficos de pizza e de barras.”
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