PARA USAR COM OS ALUNOS

Convide os alunos a abrirem as janelas para que aprendam Ciências com o Sol, a Lua e o céu

Observar os astros, estrelas e nosso querido satélite natural não dependem de grandes recursos: bastam criatividade, curiosidade e gosto pela investigação científica

Ilustração de menina olhando pela janela, observando a cidade.
Ilustração: Nathalia Takeyama/NOVA ESCOLA

Nos primeiros meses de isolamento social por conta da pandemia de covid-19, janelas de casas e apartamentos se tornaram uma das principais pontes de conexão entre pessoas de todos os lugares do país. Através delas, ocorreram diversas manifestações artísticas e protestos. Mas não é de hoje que essas aberturas para o mundo nas casas e prédios despertam certo fascínio. Afinal, muitas vezes, é se debruçando nelas que se tem a possibilidade de contemplar o que há ao redor e aprender mais sobre os mistérios do mundo. 

Por isso, as janelas também são grandes aliadas das crianças na hora de expandir os conhecimentos científicos, sempre, claro, com segurança e a  supervisão de um adulto, principalmente em apartamentos. Mesmo nos que possuem rede de proteção, vale ressaltar a importância de se tomar todos os cuidados, segundo a professora Elisa Greenhalgh Vilalta, autora do Time de Autores de NOVA ESCOLA para planos de aula de Ciências para o Fundamental 1.

Além de perceber as diferentes vistas que se pode ter a partir das janelas de casa, as crianças podem olhar para o céu e observar, por exemplo, o passar do tempo, as mudanças das fases da lua e as posições do sol em diferentes horas do dia, segundo a educadora.

“A janela é uma possibilidade de a criança ver o mundo de fora. Ela sai de dentro do ambiente da casa dela para ver o ambiente que está do lado de fora. Então, ela vai perceber que as vistas são diferentes. Se for de um apartamento, quando olhar a rua, de um ponto, verá uma coisa e, quando olhar de outro, verá outra coisa. Ou seja, as janelas mudam os pontos de vista”, observa Elisa. 

Se a criança morar numa casa, as possibilidades também são muitas: uma janela que dá para o quintal, outra que dá para o muro, outra que dá para a rua ou até mesmo para a janela do vizinho. Todos esses cenários podem e devem ser aproveitados na hora de sugerir atividades no contexto do ensino remoto, de acordo com a professora. 

Luciana Hubner, selecionadora do Prêmio Educador Nota 10 e educadora responsável por programas para incentivo e qualificação do ensino de Ciências na Educação Básica, lembra que, ao pensarmos em como os cômodos de casa podem colaborar com o ensino de Ciências, é válido destacar que o conhecimento científico existe para ajudar as pessoas, pequenas ou grandes, a entenderem o mundo a sua volta, as transformações e as limitações com o próprio corpo. “A ciência ajuda a conhecer a si e ao outro, não só o ‘outro’ enquanto pessoa, mas também enquanto ambiente; a relação de si e do outro com esse entorno”, acrescenta. 

Para saber mais sobre como levar isso para as aulas de Ciências, confira a seguir algumas breves sugestões de atividades e as habilidades da BNCC de Ciências relacionadas.

divisória de atividade

ATIVIDADE 1: DE QUAIS JANELAS SE VÊ O SOL DURANTE O DIA?

Como trabalhar com os alunos: Primeiramente, peça que os alunos desenhem uma planta de sua casa, marcando um retângulo para representar a localização da janela presente em cada cômodo. Oriente o aluno a realizar observações em cinco momentos do dia. Escolha cinco cores de lápis diferentes, um para cada horário: de manhã cedinho, às 11, às 14, às 16 e às 18 horas. Em cada um desses horários, o aluno deverá ir às janelas observar se é possível visualizar o sol, sua posição e tamanho aparente. Peça que registrem esses dados em uma folha. Comparando os dados das observações coletados em cada janela, que conclusão eles podem tirar? Os estudantes podem compartilhar os desenhos e suas hipóteses com os colegas. 

Uma forma de ampliar a atividade para que os alunos associem a posição do sol ao tamanho da sombra projetada é propor que os alunos selecionem um objeto, ou façam um bonequinho de papel espetado a um palito de churrasco, e o deixem fixado em um local próximo a uma janela. Assim, além de observar a presença e a posição do sol, eles também podem perceber a presença da sombra e suas características, como tamanho e tonalidade. 

Habilidade da BNCC de Ciências relacionada: EF02CI07 - Descrever as posições do Sol em diversos horários do dia e associá-las ao tamanho da sombra projetada.


ATIVIDADE 2: POR QUE VEMOS A LUA EM FORMATOS DIFERENTES?

Como trabalhar com os alunos: Distribua um calendário do mês vigente (é interessante que ele seja impresso, pois será usado para o registro da atividade) para os alunos explorarem: nome do mês, quantos dias tem, quantas semanas completas. Peça que observem dia a dia as formas que a lua apresenta no céu e as desenhem no calendário. As crianças devem anotar e perceber quanto tempo leva para que a lua esteja da mesma forma que eles observaram no primeiro dia (4 semanas). Este material permite, posteriormente, comparações entre as observações e registros da turma e a compreensão das áreas claras e escuras da Lua, além de conversas sobre as diferenças entre o olhar e foco do observação, uma postura real e presente na ciência. 

No momento da sistematização, ajude os alunos a compreenderem o porquê da constância dos períodos e os movimentos que a Terra faz ao redor do Sol apresentando um modelo, como o tradicional globo com uma lanterna. 

PONTO DE ATENÇÃO: É importante explicar que todo modelo é uma representação da realidade e não a retrata ou a reproduz de forma exata. 

Habilidade da BNCC de Ciências relacionada: EF04CI11 - Associar os movimentos cíclicos da Lua e da Terra a períodos de tempo regulares e ao uso desse conhecimento para a construção de calendários em diferentes culturas.


ATIVIDADE 3: O QUE VEMOS NO CÉU DURANTE O DIA? E À NOITE?

Como trabalhar com os alunos: Antes de iniciar a atividade, garanta que os alunos tenham à disposição materiais como papel-celofane, lápis de cor e outros recursos que indicaremos. Mostre fotos do céu noturno e do céu diurno e pergunte para os alunos o que eles conseguem ver de semelhante e de diferente. Depois, peça que peguem um cartão azul-marinho, observem o céu e desenhem com lápis de cor branco os astros que podemos ver ao longo da noite.

Depois, solicite que eles peguem um pedaço de papel-celofane ou transparente do mesmo tamanho do cartão azul e peça que observem o que conseguem ver no céu durante o dia. Incentive-os a desenhar com cola colorida ou mesmo hidrocor (azul clara, branca e amarela) o que podemos ver no mesmo céu nessa hora do dia, cobrindo todo o espaço. Após secar, passe a fita na lateral do cartão “transparente” e pregue na lateral do cartão azul-marinho fazendo uma sobreposição. Deixe que observem os trabalhos realizados. Peça que os alunos compartilhem suas produções e lance as perguntas: quais semelhanças e diferenças podem ser observadas? Por que você acha que isso acontece?

Habilidade da BNCC de Ciências relacionada: EF03CI08 - Observar, identificar e registrar os períodos diários (dia e/ou noite) em que o Sol, demais estrelas, Lua e planetas estão visíveis no céu.

Plano de aula relacionado: Observação do céu durante o dia e durante a noite

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