PARA REPENSAR A ESCOLA

Pelos alto-falantes ou celulares: 9 dicas para montar uma rádio escolar com os alunos

Da compreensão sobre a realidade dos alunos ao roteiro e aos cuidados com a gravação, confira pontos-chave para criar uma programação que engaje toda a comunidade escolar

Ilustração de fones de ouvido e livros empilhados com torre de rádio posicionada de forma abstrata sobre eles.
Ilustração: Julia Coppa/NOVA ESCOLA

Criar uma rádio na escola tem potencial de gerar experiências pedagógicas incríveis para os alunos do Fundamental 1, além de engajar e dar voz à comunidade escolar. Mesmo com as aulas ainda no formato remoto, é possível levar a ideia à frente de forma adaptada. Confira abaixo algumas dicas de José Sérgio Dutra Pinchiaro, professor de produção de música e som dos cursos livres do ateliescola Acaia, em São Paulo, para facilitar e inspirar a produção de uma rádio com seus alunos. As sugestões foram adaptadas a partir de um bate-papo em vídeo da equipe de Nova Escola com o educador (assista ao fim da matéria).

Entenda a realidade da escola

Ao iniciar o projeto, é preciso entender a realidade da escola. Quais as atividades estão sendo trabalhadas, como tem sido a participação dos alunos e quais as dificuldades, principalmente agora com as aulas remotas. É possível transpor as atividades e práticas pedagógicas para esse formato, mas o planejamento deve partir da compreensão do contexto escolar.

Envolvimento de outros docentes e alunos

Essa abordagem exige trabalho em conjunto entre docentes e crianças. A produção da rádio, mesmo que simples, exige etapas como definição de pautas, pesquisa e roteiro. O uso do áudio amplia as possibilidades de se trabalhar diversas habilidades como leitura, escrita e argumentação. Muitos formatos textuais podem ser trabalhados dentro da linguagem digital.

Comece a rádio da escola

Montar uma rádio não exige tanto investimento, tampouco equipamentos sofisticados. Na ausência de microfone, o celular é uma ótima opção, já que a maioria dos aparelhos conta com o recurso de gravação de voz. Para edição dos arquivos, alguns aplicativos de celular e softwares gratuitos podem ajudar (confira algumas opções abaixo). 

Defina um fluxo de atividades

É importante que as etapas de produção da rádio estejam alinhadas com as capacidades dos alunos. Crie um cronograma com previsão para pauta, edição, produção e revisão dos conteúdos. Essas etapas, muitas vezes, já fazem parte da rotina pedagógica de entregas, o que pode facilitar esse trabalho. Dê condições para que as crianças desenvolvam o protagonismo e participem mais.

Cuidados com a qualidade de som

Oriente os pequenos locutores e narradores a manterem uma distância entre o microfone e a boca para evitar aqueles sons tipo “puff”, que ocorrem quando o ar bate no microfone. Peça para que usem textos curtos e oriente para que, durante a leitura, façam pausas nos momentos de respiração para facilitar a edição do áudio. 

Escolha as ferramentas digitais

O Anchor é uma ferramenta bastante simples e explicativa para gravar e compartilhar. O Spreaker Studio é outra boa opção: ele permite inserir trilhas e deixar a modulação automática – com isso, durante a gravação, a música diminui quando o apresentador estiver falando e aumenta quando ele para de falar. Outro software utilizado é o Audacity, que também conta com recursos fáceis para edição, inserção de áudio e cortes (saiba mais sobre as ferramentas aqui).

Use música, vinhetas, efeitos de áudio

Esses recursos ajudam a ilustrar os programas, a programação da rádio e cria mais identificação e envolvimento dos alunos. Os aplicativos para edição já possuem bibliotecas com sons de apoio e recursos para inclusão e edição desses elementos de áudio.

Organize o roteiro

O roteiro pode ser feito para um único programa que a turma estiver produzindo ou para a programação completa. Ele apresenta a sequência do que vai ser gravado, com marcações que indicam momentos de locução, de vinhetas, de entrada de áudio de um aluno e outros detalhes referentes à produção. 

Formatos

Você pode definir com as crianças os formatos, assuntos, linguagem e a duração do programa. No primeiro, é interessante focar mais no conteúdo, na quantidade ou tempo. Com as crianças ainda em ensino remoto, as atividades precisam ser pensadas de forma que elas aproveitem ao máximo a experiência sem sobrecarregá-las.

Assista ao bate-papo de NOVA ESCOLA com o professor José Sérgio Dutra Pinchiaro.

Mais sobre esse tema