PARA USAR COM OS ALUNOS

Atividade de História: contando a trajetória de pessoas que se foram recentemente

Na proposta, estimule os alunos a valorizarem a memória de quem não está mais entre nós enquanto aborda a importância do registro histórico para crianças do 2º ano

Fotomontagem de criança segurando várias fotografias antigas de parentes.
Crédito: Duda Oliva/NOVA ESCOLA. Fotografia: Getty Images.

Registrar a vida de quem partiu é uma forma de manter viva na memória a presença daquela pessoa que marcou uma família ou uma comunidade. Além de tocar em tema sensível para o momento, resgatar as histórias de quem faleceu no último ano, por covid-19 ou outro motivo, também é uma atividade oportuna para reforçar o relato oral como uma fonte histórica importante. 

Pensando nesse contexto, consultamos a professora de história Alessandra Bremm para adaptar o seu plano de aula Registrando histórias locais para uma sugestão de atividade a ser aplicada neste momento de retomada das aulas.

Para a docente de Lagoa Vermelha (RS), a atividade pensada para turmas do 2º ano poderá ter resultados finais diferentes, como um registro escrito ou gravado ou então um desenho. Caberá ao professor avaliar qual formato pode ser mais interessante para a sua turma.

Diferentemente de outros relatos históricos em que os personagens são distantes do círculo familiar ou de convívio das crianças, aqui a pessoa retratada terá algum grau de proximidade. Por esse motivo, a atividade pode ganhar contornos de homenagem. 

Para a psicóloga e mestre em Educação Mariana Tavares, rememorar fatos sobre uma pessoa que partiu também ajuda a ressignificar aquela perda. Sendo assim, ela alerta que, antes de aplicar uma atividade com este formato, é importante que a equipe escolar realize ações anteriores sobre o luto, que preparem o aluno para esse momento posterior de pesquisa sobre a pessoa que morreu.

Confira o passo a passo a seguir.

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ATIVIDADE: AS HISTÓRIAS DE QUEM PARTIU

Convide os alunos a pesquisar e registrar quem eram e como viveram pessoas importantes de sua comunidade ou convívio pessoal


Indicado para: Turmas de 2º ano

Na BNCC: EF02HI08 - Compilar histórias da família e/ou da comunidade registradas em diferentes fontes.


PASSO A PASSO

1. Fale sobre relatos orais com a turma. Primeiramente, contextualize a importância dos relatos orais e dos registros para constituição das histórias locais. Explique também o conceito dos obituários – tipo de texto que apresenta, de forma breve, a vida de pessoas que morreram e que geralmente é publicado em jornais –, e também o conceito das biografias – tipo de relato mais robusto e que retrata a vida de pessoas (mortas ou não), com mais detalhes.  

2. Proponha uma pesquisa. Depois, apresente a atividade aos alunos: pesquisar e recuperar histórias de alguém conhecido pelo aluno e que faleceu no último ano. Peça que escolham a pessoa que será objeto da atividade. Indique que podem selecionar alguém da própria família, da escola ou da comunidade.   

PONTO DE ATENÇÃO: Essa atividade pode ser feita de forma coletiva ou individual. Avalie conjuntamente com coordenadores e gestores escolares que tipo de formato acha mais adequado aplicar com a turma. Essa definição é importante para estabelecer o resultado final da atividade e avaliar as condições socioemocionais dos estudantes.

3. Entrevista. Para levantar informações sobre a pessoa retratada, peça aos alunos que conversem com ao menos duas pessoas que conviveram com ela. Para apoiar esse papo, pensem juntos em uma lista de perguntas. Abaixo, indicamos algumas possibilidades:

- Nome do entrevistado:

- Onde você conheceu essa pessoa?

- Qual a sua lembrança dessa pessoa?

- Lembra-se de alguma história com ela? Qual?

Indique que as respostas poderão ser escritas pelos entrevistados ou gravadas em áudio ou vídeo. 

4. Após as conversas, é hora de materializar os relatos de alguma forma. Como já foi dito, os registros podem ser escritos, em forma de texto curto; podem ser gravados em áudio ou em vídeo; ou então podem virar desenhos feitos com as informações coletadas.

5. Retorno individual ou coletivo dos registros. Aqui, a atividade pode seguir por dois caminhos:

a) Entrega dos trabalhos apenas ao professor: nesse caso, é Importante saber como foi a experiência para a aluna ou aluno e o que representou falar e saber mais sobre a pessoa falecida.

b) Apresentação coletiva das histórias registradas: nesse caso, é importante dar abertura para fala em grupo sobre a pessoa ou as pessoas retratadas; sobre como se sentiram com a experiência e, por fim, exposição dos trabalhos feitos em um mural ou nas redes sociais da escola, por exemplo.  

PONTO DE ATENÇÃO:  Se achar interessante e adequado, compartilhe os resultados finais com as famílias dos estudantes.

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