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Conheça a trajetória de 5 invenções úteis no cotidiano para compartilhar com a turma

Evoluções, adaptações, inspirações, projetos criados para outras funções: conheça as histórias de 5 objetos presentes no nosso cotidiano

Ilustração de objetos dispostos no chão, próximo a uma roda de bicicleta.
Ilustração: Tayna Marques/NOVA ESCOLA

Grandes invenções têm lugar decisivo quando contamos a aventura humana ao longo do tempo: a escrita, o relógio, a eletricidade e o avião marcaram profundamente a cultura e as civilizações. Mas já parou para pensar como outras tantas criações que impactam diariamente a nossa vida nem sempre são celebradas como deveriam? Ou que sequer conhecemos como elas chegaram até nós? 

Pensando nisso, preparamos uma lista com a história de cinco invenções marcantes para o nosso cotidiano. Leia e compartilhe a trajetória dessas relevantes criações e de seus inventores com seus alunos de Anos Iniciais.  

Caneta esferográfica

Propaganda comercial numa revista argentina de 1945, promovendo a primeira caneta esferográfica.
Propaganda comercial numa revista argentina de 1945, promovendo a primeira caneta esferográfica. Foto: Wikipedia

O sistema de funcionamento das rotativas do jornal em que trabalhava inspirou o revisor tipográfico húngaro László Bíró, em 1937, a criar um dos objetos mais onipresentes em nosso cotidiano: a caneta esferográfica. 

Ali, Bíró percebeu que a mesma lógica do cilindro embebido em tinta para estampar o papel também poderia ser aplicada em um objeto capaz de substituir a caneta-tinteiro. Com o irmão Georg, que era químico, foi possível escolher a tinta mais adequada, e com o amigo Imre Gellért, técnico industrial, chegaram ao modelo que incluía tubo com bolinha de aço numa das pontas que, ao ser pressionada contra o papel, liberava a tinta contida no reservatório do tubo. O projeto foi patenteado em 1938. 

Com o avanço da Segunda Guerra Mundial no ano seguinte, Bíró cruzou o Atlântico e, com um amigo residente em Buenos Aires, Argentina, abriram fábrica para a produção em escala da caneta. Depois de aperfeiçoamentos e de reconhecimento internacional do invento, as canetas esferográficas (ou birones, como eram chamadas na Argentina), ganharam as prateleiras do país e do mundo. 

Limpador de para-brisas

Ilustração de Mary Anderson para seu limpador de para-brisas.
Ilustração de Mary Anderson para seu limpador de para-brisas. Ilustração: Reprodução/Escritório de Patentes e Marcas Registradas dos EUA

Foi durante uma viagem de bonde por Nova York, em 1900, que a americana Mary Anderson teve a ideia de um limpador de para-brisas. Cada vez que a neve encobria a janela dianteira do veículo, o motorista precisava parar para limpá-la. 

Por isso, ela imaginou um dispositivo acionado manualmente e que movia uma espécie de braço com mola e uma lâmina de borracha apoiada no vidro. Depois de desenhar e prototipar o limpador, em 1903, ofereceu às montadoras de carros da época, que não demonstraram muito interesse. Achavam que o acionamento manual poderia distrair o motorista.

Anos depois, em 1917, Chalotte Bridgwood aperfeiçoou o projeto original de Mary e criou limpadores automáticos acionados eletricamente. A nova invenção também não mobilizou as montadoras. Apenas anos após ambas as inventoras terem as patentes expiradas, o dispositivo, hoje considerado imprescindível, passou a ser incorporado na produção dos carros.

Zíper

Modelo de zíper criado pelo engenheiro elétrico sueco Gideon Sundback em 1913.
Modelo de zíper criado pelo engenheiro elétrico sueco Gideon Sundback. Ilustração: Reprodução/Blog Escalada

O primeiro tipo de fecho mais próximo do que conhecemos hoje por zíper foi patenteado em 1851 pelo americano Elias Howe, também criador de um modelo de máquina de costura. O ponto é que o seu dispositivo tinha muitos problemas: emperrava, enferrujava, estourava, além de ter encarecido bastante o preço de um par de calças, por exemplo. Anos depois, em 1893, outro americano, Whitcomb Judson, criou outro fecho, para botas, mas que ainda estava longe de funcionar bem.

Foi só em 1913 que Gideon Sundback, um engenheiro elétrico sueco que trabalhava nos Estados Unidos, criou um sistema no qual os dentes poderiam ser puxados por uma peça de forma deslizante. O termo "zíper" só foi adotado tempos depois e a origem é controversa. Mas o fato é que ultrapassou o universo da moda e passou também a ser usado para lacrar outras estruturas, como bolsas de armazenamento de equipamentos militares.

Post-it

O cientista Art Fry sugeriu o uso do post-it como conhecemos hoje: um bloco de papel para anotar recados.
O cientista Art Fry sugeriu o uso do post-it como conhecemos hoje: um bloco de papel para anotar recados. Foto: 3M

Foi diante de um resultado inesperado de pesquisa, em 1968, que surgiu o post-it, esse pequeno bloco de papel com área adesiva e que é usado em todo o mundo. O químico Spencer Silver, funcionário da 3M, e sua equipe trabalhavam na busca por uma nova cola superaderente. O resultado obtido, no entanto, foi o oposto: a cola criada aderia a superfícies e poderia ser facilmente movida para outras, sem perder sua resistência. Diante dos resultados do experimento, Silver convocou outras equipes da empresa para pensarem diferente: que produto aquela descoberta poderia gerar? Foi aí que outro cientista da 3M, Art Fry, sugeriu o uso que conhecemos hoje, de bloco de papel para anotar recados e que virou item imprescindível de papelaria para crianças e adultos. 

Vaso sanitário moderno

Projeto de Alexander Cumming para o primeiro vaso sanitário moderno.
Projeto de Alexander Cumming para o primeiro vaso sanitário moderno. Ilustração: Reprodução/theplumber.com

Apesar de registros de latrinas existirem desde 3100 a.C., na Península Itálica, apenas em 1775 foi criado o sistema de vaso sanitário adotado nos tempos atuais. O escocês Alexander Cumming, relojoeiro especialista em mecânica de objetos minúsculos, ficou conhecido como o inventor do "S-bend", tubulação em curva, em formato S, que ligava o vaso ao sistema de esgoto. Antes dessa invenção, o encanamento era reto e permitia que os odores de fezes e de urina retornassem ao banheiro, caso o vaso não estivesse muito bem vedado. Com a invenção de Cumming, a água represada em uma das dobras do cano barrava o mau cheiro do esgoto. Foi apenas em 1851 que o vaso com o novo sistema foi lançado em Londres, na Exposição Universal em Crystal Palace, grande evento para exibição de inovações de todo o mundo. Uma grande fila de participantes formou-se para usar a nova descarga, que custava 1 centavo para quem quisesse acioná-la naquela ocasião.

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