Atividade de História: Conhecendo a invenção da escrita com o alfabeto fenício

Estudar a história da escrita é perceber como uma invenção pode surgir da sobreposição de invenções anteriores. A civilização fenícia, que existiu por volta de 1200 a.C., foi a primeira a sistematizar um modelo de alfabeto fonético de que se tem registro, ou seja, criou um conjunto de caracteres para representar sons que, combinados, formavam palavras. 

Os 22 caracteres do alfabeto fenício são considerados uma evolução dos hieróglifos egípcios, usados por volta de 1400 a.C. Séculos depois, foi o alfabeto fenício que apoiou a formatação das escritas das civilizações clássicas, como a dos gregos e romanos, chegando até o alfabeto atualmente adotado pelos povos ocidentais. 

Para mostrar a evolução da escrita ao longo do tempo, adaptamos o plano de aula de História Meios de comunicação: a invenção da escrita, voltado para o 4º ano, de autoria da professora Ana Paula Afonso de Borborema, do Rio de Janeiro (RJ). Nesta atividade, os estudantes poderão perceber a herança que o atual alfabeto ocidental carrega do sistema fenício. Confira o passo a passo.  

ATIVIDADE: RECONHECENDO E DECIFRANDO O ALFABETO FENÍCIO

Alunos terão contato com invenção da Antiguidade que impacta vida da Humanidade até hoje

Indicado para: Turmas de 4º ano

Na BNCC: EF04HI08 - Identificar as transformações ocorridas nos meios de comunicação (cultura oral, imprensa, rádio, televisão, cinema, internet e demais tecnologias digitais de informação e comunicação) e discutir seus significados para os diferentes grupos ou estratos sociais.

PASSO A PASSO

1. Proponha reflexões iniciais sobre o tema da aula. Questione os alunos sobre como eles acham que surgiu a escrita, algo que eles têm tanto contato na escola. Algumas sugestões de perguntas:

- De onde surgiu o alfabeto que usamos?
- Quem teria inventado o alfabeto que usamos?
- Será que é uma invenção nova ou antiga?
- Será que o nosso alfabeto sempre foi escrito da forma como conhecemos?

2. Apresente o alfabeto fenício e contextualize essa sociedade na história da Humanidade. Apresente os 22 caracteres conhecidos do alfabeto fenício (confira aqui). Conte brevemente a história do povo fenício, e como essa sociedade, que existiu por volta do ano 1200 a.C., desenvolveu conhecimentos bastante complexos graças às atividades de navegação e comercialização de produtos na Antiguidade. Confira aqui uma breve contextualização sobre a criação do alfabeto feníncio e, abaixo, um vídeo sobre a história da escrita entre os povos antigos. Se achar pertinente, apresente-o aos alunos.

3. Proponha a observação dos caracteres do alfabeto fenício. Divida os estudantes em pequenos grupos e peça para que, em conjunto, tentem reconhecer algumas letras semelhantes com o nosso alfabeto. Explique que o alfabeto fenício não possuía vogais, apenas consoantes. Se preferir, imprima a imagem e entregue aos alunos para que eles possam marcar as letras que eles associarem ao nosso alfabeto.   

4. Confiram juntos as respostas. Peça a participação dos alunos para indicar as letras associadas aos caracteres fenícios, na lousa ou no caderno. Explique que esse trabalho difícil de reconhecimento foi decifrado por paleógrafos, profissionais especialistas no estudo das antigas formas de escrita, incluindo sua datação, decifração, origem, interpretação etc. Ao final, você pode mostrar aos alunos, de forma consolidada, a relação entre cada letra do alfabeto feníncio com as do nosso alfabeto (confira aqui).

5. Retome a reflexão inicial da atividade. Questione os estudantes sobre os possíveis motivos para a escrita ter mudado ao longo dos tempos. Será que conhecer outros povos, com outras culturas e escritas, influencia essas mudanças? Acolha as respostas dos alunos. Depois, explique que foi o alfabeto fenício o primeiro a organizar caracteres que, juntos, formaram palavras. Foi a partir dele, que se seguiu a criação do alfabeto grego, depois adaptado pelos romanos e que é essencialmente o mesmo que usamos hoje na Língua Portuguesa.       

6. Discuta a evolução da escrita e novas invenções possíveis. Organize um debate em torno da pergunta: Nosso idioma e a forma de escrita continuam mudando ao longo do tempo ou não? Contribua pontuando que a língua é viva e que mudanças são incorporadas o tempo todo – ou seja, novas invenções são feitas sobre invenções do passado. Para exemplificar, liste na lousa palavras que, nas redes sociais ou troca de mensagens instantâneas, são escritas de forma diferente, como “você” que virou “vc”,“muito” em “mt” e “verdade” em “vdd”. Peça outros exemplos aos estudantes.