Para usar com os alunos

4 Estratégias de compreensão leitora para alunos do 3º ao 5º ano com dificuldades de alfabetização

Confira sugestões como leitura compartilhada, saraus e outras atividades que podem proporcionar avanços aos alunos

Animação de grupo de alunas fazendo atividade de leitura.
Ilustração: Juliana da Costa/NOVA ESCOLA

Apesar do contexto crítico na alfabetização das turmas de Anos Iniciais do Ensino Fundamental, os educadores precisam sempre ter em mente as quatro principais situações didáticas para alfabetizar. Segundo a pedagoga especialista em alfabetização Isis Nogueira, são elas: a leitura e a escrita feitas pelo aluno; e a escrita e a leitura feitas pelo professor. “Neste momento de angústia, a leitura e a escrita do professor são deixadas de lado por serem consideradas menos urgentes - o que é um equívoco, já que as crianças podem progredir muito a partir delas”, analisa. “Alunos podem construir sentidos sobre um texto a partir da leitura feita pelo professor. É por meio dela, aliás, que eles podem aprender procedimentos que não acessariam sozinhos”, completa.

Estratégias que se amparam nessa participação conjunta do professor e do aluno na hora da leitura foram citadas por outros especialistas ouvidos para este Box, como opções para dirimir as defasagens na alfabetização dos Anos Iniciais. Confira algumas delas abaixo.

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Leitura compartilhada

Aqui o professor deve escolher o texto que será o objeto da leitura conjunta em sala de aula. Textos jornalísticos são mais comumente usados nessa atividade. Após a leitura de cada trecho pelo professor, em voz alta, ele deve realizar uma série de perguntas para a turma com o objetivo de estimular a compreensão das informações explícitas e implícitas do texto. Importante construir esse roteiro de perguntas anteriormente, para garantir a relação de bons questionamentos. “Nessa atividade, o professor ajuda a nortear o texto, apoiando a assimilação e guiando a leitura ao fazê-la de forma compartilhada”, avalia a professora coordenadora Andréa Maia de Araújo, da EE Solange Apparecida Landeiro Aguiar - Sul 2, localizada em São Paulo (SP).


Leitura conjunta de relato de experimento

Depois de terem se engajado na realização de um experimento, os estudantes são convidados para a leitura das etapas do processo, que pode acontecer de várias formas. Crianças que já leem convencionalmente podem contar o que compreenderam para o colega; crianças que não leem convencionalmente podem agrupar as etapas do experimento na ordem correta; o professor pode ler as etapas e pedir aos estudantes a identificação de determinadas etapas do experimento ou mesmo letras ou palavras específicas. “Numa atividade de localização de palavras, é importante que o professor questione corretamente 'onde está escrita tal palavra?' E não 'o que está escrito?’’, ressalta a pedagoga especialista em alfabetização Isis Nogueira. 


Realização de saraus 

Estimulados pela finalidade de se apresentarem para a turma e aos pais, os alunos escolhem textos para treinar a fluência leitora. A estratégia foi adotada na EE Professora Josefina Maria Barbosa, de São Paulo (SP), conta a coordenadora pedagógica Cleide da Silva Sousa. “Ao ler e reler um texto, o estudante também pratica a expressividade e a entonação”, explica.


Estímulo à prática de leitura diária

Por causa do tempo alongado diante dos aparelhos eletrônicos durante o ensino remoto, a equipe pedagógica da Escola da Vila percebeu que era o momento de resgatar as conversas em sala de aula sobre as leituras literárias, conta a coordenadora Miruna Kayano Genoino. Além de leitura compartilhada de livros na escola, as crianças são incentivadas a retirar livros na biblioteca para praticar a compreensão leitora em casa.

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