Para usar com seus alunos

Passo a passo para levar as bolinhas de gude para a escola

A partir do projeto de Cristiane Pereira, preparamos uma sugestão de atividade para você começar a trabalhar regras com as crianças

Aluna da turma de Cristiane brinca com bolinha de gude na quadra da EE Antonio de Oliveira Bueno Filho, em Araraquara (SP) / Foto: William Santiago

A professora Cristiane Pereira de Souza Francisco, da EE Antonio de Oliveira Bueno Filho, localizada em Araraquara (SP), levou para seus alunos um objeto que pouco aparece nas aulas de Educação Física: a bolinha de gude. Ela conta que a ideia do projeto surgiu da vontade de utilizar materiais baratos e de um levantamento feito com a turma. “Eles conheciam a bolinha, mas nunca haviam brincado. No primeiro momento eu esperava que fossem tentar fazer algo muito próximo do que conhecemos como o jogo da bolinha de gude, mas eles fizeram completamente diferente”.

A sequência didática desenvolvida por ela permitiu que as crianças tivessem contato não só com um objeto novo, mas com os conceitos de brincadeira, jogo e regras. Esse trabalho está previsto na Base Nacional Comum Curricular para o 1º ano do Ensino Fundamental:

(EF12EF01) Experimentar, fruir e recriar diferentes brincadeiras e jogos da cultura popular presentes no contexto comunitário e regional, reconhecendo e respeitando as diferenças individuais de desempenho dos colegas.

Confira o passo a passo e inspire-se.

Indicado para: turmas do 1º ano do Ensino Fundamental

Material: Bolinhas de gude de tamanhos e pesos diversos

Espaço: Quadra de esportes e sala com computador e projetor 

PASSO A PASSO

1. Mapeie o que a turma já sabe: Faça um levantamento sobre o que eles conhecem sobre bolinhas de gude. Apresente a origem do jogo, dê quatro bolinhas para cada criança e deixe que elas realizem uma vivência livre. Não imponha regras, apenas observe e registre o comportamento da turma.

2. Introduza as primeiras regras: Distribua 10 bolinhas para cada um e proponha que eles busquem outras formas de brincar, como não chutar a bolinha, não correr atrás dela e jogar com pelo menos outros dois colegas.

3. Oriente a pesquisa: Peça que cada criança pergunte para seus familiares como eles jogavam. Caso não obtenham resposta, poderão também pesquisar na internet. Após o compartilhamento da pesquisa com a turma, deixe que eles brinquem novamente e observe se alguma forma de jogar descoberta na pesquisa está sendo usada.

4. Apresente um jogo: Mostre uma forma tradicional de se jogar bola de gude. Explique as regras e cuide para que elas sejam cumpridas. Divida os grupos e observe como cada um está jogando e se surgem conflitos em decorrência das regras. Intervenha quando necessário.

5. Amplie as possibilidades: Para que a imposição de uma regra não deslegitime o trabalho livre realizado pelas crianças, mostre vídeos com outras formas de jogar. Converse sobre como um mesmo jogo pode ter variações e sobre como as regras são flexíveis se todos os jogadores estiverem de acordo. Peça que cada grupo escolha uma das possibilidades para rejogar.

6. Envolva as famílias novamente: As crianças deverão convidar alguém da família para jogar bolinha de gude e registrar a forma que escolheram por meio de um desenho. Os pais ou responsáveis, se possível, também deverão registrar a experiência num texto escrito.

7. Avalie: Proponha que os alunos realizem uma vivência livre com as bolinhas de gude novamente. Observe o quanto eles se apropriaram do que foi pesquisado e quais as diferenças da primeira exploração para a última.

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