6 dicas para preparar os alunos para estudar com autonomia
Entenda como envolver os estudantes nas atividades propostas para o trabalho em casa
Quanto mais jovens são os alunos, maiores são as dificuldades para fazer com que a aprendizagem remota dê certo. "Estudantes do Fundamental I costumam ter menor autonomia para se organizar e realizar as atividades", explica Ana Lucia Souto, criadora de conteúdos da Khan Academy no Brasil. Por isso, é importante que o educador tome certas precauções na hora de planejar o uso do modelo de sala de aula invertida – ou até ao usar outras metodologias para este momento em que as aulas presenciais estão suspensas. Leia, abaixo, seis sugestões para que seu planejamento seja bem-sucedido.
1. Reserve tempo para fortalecer vínculos e apresentar os recursos
"Precisamos considerar que este é um momento de aprendizagens para todos", defende Helena Mendonça, coordenadora de tecnologias educacionais na Escola da Vila, em São Paulo. Por isso, leve em conta que as primeiras interações a distância servirão para reforçar vínculos e apresentar as plataformas. Pergunte como os alunos estão organizando seus dias, o que têm feito, diga que está com saudades e convide-os a opinar sobre os recursos a serem usados (videoconferência ou WhatsApp, por exemplo).
2. Reorganize o currículo
Nem todos os conteúdos poderão ser simplesmente levados do planejamento presencial para o modelo remoto. Por isso, observe nas suas habilidades quais podem ser priorizadas neste momento. "Vimos que conseguimos começar mais rápido com atividades de leitura literária, em Língua Portuguesa, e sobre o sistema de numeração, em Matemática", exemplifica Miruna Kayano, coordenadora de anos iniciais do Ensino Fundamental na Escola da Vila. A ideia é priorizar esses tópicos agora e, com mais calma, pensar em como elaborar atividades sobre os demais temas que sejam engajantes e possam ser realizadas com autonomia pelos estudantes.
3. Pense em propostas desafiadoras
Faça o possível para despertar o interesse das crianças pelo estudo. "É preciso que eles tenham vontade de consumir os conteúdos indicados pelo professor", destaca Ana Lucia. Dê início à sequência didática, propondo uma questão disparadora ou expondo uma situação-problema que os instigue a buscar mais informações sobre o tema. Nas atividades, evite tarefas que levem os estudantes a localizar e reescrever informações presentes nos materiais de estudo. Foque no desenvolvimento de operações, como analisar, relacionar, comparar, classificar, e assim por diante.
4. Pense em conteúdos engajantes
Ao selecionar materiais de estudo, procure por aqueles que despertarão maior engajamento. Videoaulas e vídeos explicativos podem ser usados, mas com moderação – e sempre com duração curta. Conteúdos mais interessantes incluem documentários, reportagens, textos literários, músicas, infográficos, recursos interativos, e assim por diante. "É preciso que os estudantes tenham prazer em aprender", afirma Renata Capovilla, formadora de professores em tecnologia e sócia da Íntegra Educacional.
5. Dê preferência a recursos adequados à faixa etária
Procure por soluções tecnológicas que os estudantes possam utilizar sem a supervisão permanente das famílias. Lembre-se de que muitos pais não estão tão familiarizados com as tecnologias ou seguem trabalhando e não conseguem guiar os estudantes em todas as tarefas. Proponha atividades que eles possam elaborar usando o próprio caderno (em vez de imprimir ou ter de utilizar on-line) e apresente comandas em áudio ou vídeo (especialmente para alunos que ainda não leem convencionalmente).
6. Conte com o apoio das famílias
Esteja em contato constante com os pais. Peça retornos sobre o tempo que as atividades estão tomando e a viabilidade de realizá-las. "Na escola, sabemos bem como gerenciar o tempo, mas em casa é muito diferente", diz Miruna. Dê instruções bem claras sobre como eles podem apoiar (determinando um horário fixo de estudo, por exemplo) e entenda as possibilidades das famílias – em casas com mais crianças ou com pais ainda trabalhando pode haver maior dificuldade no acompanhamento.
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