Para o gestor

Anel de gestão emergencial, uma estratégia coletiva para lidar com a crise

Diante da crise sanitária, a Escola Waldorf Rural Turmalina criou a estratégia com base na coletividade já presente na comunidade escolar

Com a ação, que envolveu toda a comunidade, escola conseguiu replanejar o ano

“Ninguém fica para trás.” Esse é o lema do anel de gestão emergencial, ação estratégica criada pela Escola Waldorf Rural Turmalina, em Paudalho (PE), para enfrentar os gargalos ocasionados pela pandemia. 

A escola, que funciona desde 2016, não conta com uma figura de liderança tradicional, como um diretor ou coordenador. Assim, o anel de gestão emergencial surgiu para tomar decisões em um contexto de incertezas. Coletivamente, a comunidade escolar conseguiu replanejar atividades pedagógicas e driblar dificuldades financeiras ao longo de 2020. 

O primeiro passo foi convidar a comunidade para fazer parte do grupo e, depois, definir as funções de cada um para, então, começar as reuniões semanais. Foi nesses espaços de diálogo, criados por videochamada, que a escola conseguiu traçar uma nova rota para 2020. Além disso, a escola mantém um grupo no WhatsApp que ajuda na organização da comunicação. 

Na experiência da Escola Waldorf Rural Turmalina, atuam nas reuniões semanais: 

- Um responsável de cada comunidade de sala (em geral, o familiar de um aluno)

- Responsáveis da gestão

- Representantes do colegiado de professores

- Um representante dos funcionários

- Um tutor, que, no caso da Turmalina, foi um formador de professores Waldorf

Além da preocupação com o ensino, a escola deparou-se com as dificuldades financeiras enfrentadas por algumas famílias em decorrência da pandemia. Muitos pais não conseguiam mais pagar a mensalidade e tiveram problemas para custear alimentação e moradia. Isso também foi levado para os grupos a fim de buscar, coletivamente, soluções.  

“O anel de gestão emergencial é algo que pretendemos continuar mesmo após a pandemia. Em uma comunidade, precisa haver esse esforço”, reforça o professor Márcio Aragão Boás. “Não perdemos nenhum aluno por questão financeira. Todas as famílias que estavam com dificuldade nós acolhemos e conseguimos manter”, acrescenta. 

Para os educadores, o projeto do anel de gestão emergencial pode ser desenvolvido em qualquer escola e em qualquer situação de crise. Para isso, eles contaram a NOVA ESCOLA algumas dicas que podem ajudar você:

  1. Montar um grupo com representantes de professores, gestores, funcionários e familiares de alunos;

  2. Definir a periodicidade das reuniões e o canal que fizer mais sentido para a comunidade escolar (WhatsApp, Zoom, Meet ou outras plataformas que sejam possíveis à realidade);

  3. Criar subgrupos ligados ao anel de gestão emergencial que representam cada turma. A ideia é de levar para as discussões as necessidades e comunicados de cada etapa do trabalho;

  4. Elencar, a partir das reuniões, as pautas que serão levadas ao conhecimento de todos os membros do anel;

  5. Com isso, fecha-se o círculo e o todo se movimenta para encontrar soluções. 

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