Na prática

Foque nas aprendizagens prioritárias do 6º ao 9º ano com Machado de Assis

Aproveite dois textos clássicos do escritor para mapear os saberes das turmas e trabalhar com a leitura e a produção textual dos estudantes

Ilustração inspirada em Machado de Assis.
Ilustração: Yasmin Dias/NOVA ESCOLA

Neste período de transição e retorno às aulas presenciais, trabalhar com a leitura (individual e compartilhada) e com a produção escrita dos alunos é um bom ponto de partida para os professores de Língua Portuguesa com turmas do 6º ao 9º ano. 

Em especial, Machado de Assis, um dos maiores escritores brasileiros e cuja obra está disponível em domínio público, é grande aliado para mapear os aprendizados e saberes das turmas dos Anos Finais do Fundamental em Língua Portuguesa e, com isso, traçar um diagnóstico dos estudantes para planejar as aulas do segundo semestre de 2021.  

As duas sequências de atividades a seguir foram produzidas pela professora Kátia Chiaradia, doutora em Teoria e História Literária pela Unicamp e consultora pedagógica para os conteúdos desta edição, com base em dois textos de Machado de Assis: Um Apólogo e Conto de Escola, ambos em domínio público e disponíveis integralmente para download nos botões abaixo. A sugestão é de que você utilize o primeiro com os alunos do 6º e do 7º ano e o segundo com os mais velhos, do 8º e do 9º ano. 

A opção por textos do campo artístico-literário deu-se pela especificidade do delicado momento em que todos vivemos, de um prolongado afastamento presencial. Para a pesquisadora, a Literatura pode ter uma importante presença no acolhimento socioemocional de todos, por sua característica muito própria: ao mesmo tempo que brota de subjetividades, pois falamos de uma vivência artística, esta também está enraizada nas experiências coletivas, como as escolares. É importante ressaltar, contudo, que a lógica das sequências pode ser adaptada para textos de todos os campos de atuação previstos na Base.

Além dos textos, os e-books trazem um material de apoio e contextualização para o professor e uma breve biografia do Bruxo do Cosme Velho.

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Ao longo das sugestões de atividades, você encontrará também exemplos de rubricas de avaliação e listas de checagem para apoiar a sua prática. Confira, a seguir, um passo a passo para conduzir as atividades, orientações e modelos de rubrica para avaliar os saberes das turmas.

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Sugestão de Atividade: Um Apólogo, de Machado de Assis 

Parta do texto do escritor para avaliar a leitura e a produção escrita dos alunos do 6º e do 7º ano


Indicado para: Turmas do 6º e do 7º ano

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Proposta 1: Leitura compartilhada do texto Um Apólogo


Na BNCC: EF69LP46, EF67LP28

1. Preparando a leitura de Um Apólogo: Antes de iniciar o trabalho com as turmas, faça o download desse texto de Machado de Assis, em domínio público e disponível para baixar (use o botão abaixo). Leia os materiais com antecedência, envie ou disponibilize o texto para os alunos.

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2. Proponha um debate a partir do título do texto: Apresente o título do texto aos alunos e pergunte a eles: Vocês já leram algum livro ou texto com esse título ou parte dele? Assistiram a algum filme? De que assunto(s) esse texto pode tratar? O que parece ser um apólogo? Você conhece outras palavras com um sufixo “logo”?

Encoraje alguns estudantes que se sintam mais confortáveis em posição de destaque a responder individualmente. Acolha suas respostas.

3. Com relação ao período histórico da obra Um Apólogo, questione: Vocês conseguem imaginar como seria um baile do século 19? O que faz uma baronesa ou um barão? Quem seria uma baronesa hoje? Como seriam as roupas usadas pelas pessoas que frequentavam esses bailes? Quem estaria nesse baile, além da baronesa?

4. Acolha as hipóteses levantadas, com responsividade: fazendo comentários estimulantes, que reconheçam o esforço do estudante e sua progressão, bem como o valor do compartilhamento de ideias para a construção coletiva. Esse movimento de preparação para a leitura possibilita que os estudantes relacionem à sua expectativa de leitura de histórias conhecidas e não conhecidas, com temáticas familiares ou diferentes.

5. Anote as percepções. Caso você esteja presencialmente com as turmas em sala de aula, peça que os alunos se sentem confortavelmente para ler e ouvir o texto. Reforce que a história se passa no século 19 e que há diferenças entre a sociedade daquela época e a atual, quanto ao vocabulário e os costumes. No entanto, apesar dessas diferenças, situações semelhantes às do conto ainda acontecem.

6. Conduza a leitura do texto: Disponibilize trechos do texto para os estudantes. Reserve um instante para que possam conhecer, ao menos parcialmente, os trechos oferecidos: a sintaxe, as escolhas de vocabulário e as sequências que caracterizam o gênero, entre outros.

A leitura pode ser compartilhada, o(a) professor(a) pode pedir a alguns alunos para fazerem a leitura em voz alta, e cada um lendo um trecho.

No caso de a leitura ser feita pelo(a) próprio(a) professor(a), anuncie à classe que você começará a leitura, e convide-os a analisarem a expressividade de sua leitura e dos seus gestos em relação ao texto escrito. Pergunte à turma: Quem são as personagens que aparecem no trecho? Quem você acha que é mais importante: a agulha ou a linha? Por quê?

As dúvidas de vocabulário que surgirem podem ser esclarecidas em grupo, de forma que os alunos tentem deduzir os significados pelo contexto. Se houver algum disparate, ou eles não chegarem a um consenso, anote a palavra na lousa para ser pesquisada por eles após essa primeira leitura. 

Discutidas as questões, peça aos alunos que continuem a leitura de um segundo trecho silenciosamente. Depois, convide aqueles que se sentirem confortáveis a lerem também em voz alta. Dica: se possível, grave trechos dessa leitura para, mais à frente, aproveitá-los em um audiobook.

7. Abra um diálogo com as turmas: Proponha um momento para que os alunos, tendo concluído a leitura da segunda parte, troquem impressões sobre a leitura em duplas ou em pequenos grupos e, depois, compartilhem suas impressões no grande grupo, de maneira bastante livre, sem se preocupar se estão fazendo as perguntas “certas” ou dizendo o que “deveriam”. 

Caso tenham dificuldade em iniciar as conversas, sugira que eles perguntem uns aos outros: Você está gostando dessa história? Por quê? Que parte do enredo mais chamou atenção até o momento? Como você imagina o próximo trecho da história?

Termine de ler os trechos da história selecionados para e com a turma. Caso desejem, os estudantes podem continuar organizados em duplas e o leitor da vez convidar o próximo leitor.

8. Peça que os alunos destaquem as passagens do texto que consideraram mais envolventes, interessantes e curiosas, bem como descrições ou informações que possam parecer muito diferentes ou muito semelhantes com relação à atualidade, apesar da diferença de tempo. Instigue a sensibilidade na leitura.

A seguir, confira uma sugestão de critérios que você pode utilizar para avaliar a leitura colaborativa do conto Um Apólogo realizada pelos estudantes.

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Sugestão de critérios para avaliar a leitura colaborativa do contodivisória

Proposta 2: Leitura individual ou em pequenos grupos do texto Um apólogo


Na BNCC: EF69LP34

1. Peça aos alunos que grifem, a cada página, frases ou trechos que lhes tenham chamado atenção e que anotem, com suas palavras, por que tais trechos são importantes.

2. Caso desejem, os estudantes podem comparar suas anotações e conversar sobre suas leituras individuais, porém é importante que leiam sozinhos. Explique-lhes que suas anotações serão insumo para uma produção de texto.

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Proposta 3: Produção escrita com base no texto Um Apólogo


Na BNCC: EF67LP30, EF69LP51 e EF69LP44

1. Preparando a produção escrita: Pergunte se os estudantes percebem, na obra, diferenças culturais em relação à contemporaneidade. Essa conversa é fundamental para que aconteça a apropriação de repertório dos estudantes à produção escrita iniciada. Questione: Comparando-se com os personagens do Um Apólogo, hoje, qual é a expectativa de sua família sobre seus estudos e seu futuro profissional? Qual é a sua própria expectativa sobre o futuro? Se vocês estivessem na situação de poderem escolher entre ser agulha, ser linha ou ser alfinete, o que vocês prefeririam? Por quê? Se acontecesse algo parecido com você (perceber que está abrindo caminho para alguém que se beneficiará dos seus atos), qual seria sua reação? Se fosse possível escrever outro desfecho para o texto lido, o que você sugere para terminar a narrativa?

2. Anote e compartilhe as diferenças e semelhanças encontradas pelos alunos: Em um local a que todos tenham acesso (lousa, um documento compartilhado no Google Docs, um cartaz de papel kraft e flip chart, entre outros) anote as diferenças e semelhanças apontadas, ampliando-as com o que achar necessário. Recomende que cada estudante também faça suas anotações. Peça que os alunos anotem as palavras que desconhecem e/ou que sejam pouco usuais, junto a elas, o que pressupõem que significam e hipóteses da importância do seu uso. 

3. Pergunte se gostaram do texto. Assegure em suas aulas, professor(a), a importância da fruição literária. Convide os alunos a compartilharem as passagens que consideraram mais envolventes, interessantes e curiosas. Instigue a sensibilidade na leitura.

4. Proponha, em seguida, que os alunos falem livremente sobre o evento narrado, especialmente sobre o que reconhecem na história e o que eles conseguem depreender como sendo a principal temática. Incentive-os a falarem e a estabelecerem relações com suas leituras, com seu repertório cultural, com sua vida, de modo a fomentar uma leitura mais significativa. Proponha, também, que os alunos, agora, pensem nas semelhanças entre a história narrada na obra e o Brasil, e o mundo contemporâneo. Compreender que o enredo de uma obra tem potencial universal é importante para o compartilhamento de sentidos na leitura.

Tendo sido feitas as discussões iniciais, peça que os alunos partilhem sua percepção a partir da comparação e que dialoguem sobre o reconhecimento do trabalho de cada um, como se pode diminuir a distância entre o que se faz e como se pode usufruir dos benefícios do seu trabalho. 

5. Proponha a criação de uma narrativa inspirada na obra Um Apólogo: Por fim, com foco na habilidade EF67LP30, propomos que os alunos produzam uma narrativa inspirada na obra Um Apólogo. Nossa sugestão é uma conversa entre materiais que eles tenham na mochila, às vésperas de um grande evento da escola. A moral pode ser a mesma do texto de Machado de Assis. 

6. Divida os alunos em duplas e inicie o planejamento do texto: Se achar conveniente, você pode instruí-los sobre as características do gênero, a saber, basicamente: narrador, personagens, espaço, tempo e, evidentemente, enredo.

7. Após o planejamento inicial, solicite que os alunos escrevam a primeira versão do texto da dupla: Enquanto os alunos escrevem, você pode orientar o processo, circulando pela sala. Ao passar pela carteira de cada dupla, solicite a atividade de planejamento, confira os itens preenchidos pelos alunos e dê sugestões, conforme for necessário.

8. Peça que as duplas troquem as produções e façam uma avaliação do trabalho da outra: No final da aula, peça que os alunos pausem a produção das resenhas e troquem a atividade com outra dupla, para que todos possam realizar uma primeira avaliação das resenhas dos colegas.

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Proposta 4: Leitura de Um Apólogo com foco na avaliação por pares


Na BNCC: EF67LP28 

1. Compartilhe com os alunos uma lista de checagem de critérios para avaliar a produção textual: Professor(a), para apoiar você na organização das produções de seus alunos, sugerimos uma lista de checagem de critérios (checklist), que pode orientar o processo autoral dos estudantes e, por isso, deve ser compartilhada com eles. Ela pode ser usada por eles na avaliação dos trabalhos dos colegas.

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Sugestão de critérios para orientar a produção escrita da narrativa

2. Peça que os alunos leiam as produções de seus colegas, fazendo apontamentos construtivos, buscando apoiá-los na (re)elaboração do texto. Para isso, eles podem usar o checklist sugerido. 

3. Depois de feitas as críticas, peça para que as duplas troquem as atividades e façam as adequações que julgarem válidas ou necessárias. Peça para que entreguem a primeira versão da narrativa nessa aula, ou na aula seguinte.

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Sugestão de critérios para avaliar a elaboração de uma narrativa

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Sugestão de Atividade: Conto de escola 

Parta do texto de Machado de Assis para desenvolver propostas de atividades de leitura e produção escrita com os estudantes


Indicado para: Turmas do 8º e do 9º ano

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PROPOSTA 1: Leitura compartilhada do texto Conto de Escola no grande grupo e desenvolvimento da oralidade


Na BNCC: EF69LP46, EF89LP33

1. Preparando a leitura de Conto de Escola: Antes de iniciar o trabalho com as turmas, faça o download desse texto de Machado de Assis, em domínio público e disponível para baixar no botão abaixo. Leia os materiais com antecedência, envie ou disponibilize o texto para os alunos.

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2. Proponha um debate oral em sala, a partir do título do texto. Apresente o título do texto aos alunos e pergunte a eles: Vocês já leram algum livro ou texto com esse título ou parte dele? Assistiram a algum filme? De que assunto(s) esse texto pode tratar? 

Encoraje alguns estudantes que se sintam mais confortáveis em posição de destaque a responder individualmente. Acolha as respostas dos alunos. 

Com relação ao período histórico da obra Contos de escola, questione: Vocês conseguem imaginar como seria uma escola do século 19? O que seria uma palmatória? Com relação às famílias, como elas eram estruturadas?

Peça que observem a capa do livro (ou o título do e-book) e levantem hipóteses acerca do que o conto vai tratar, como, por exemplo, o que acontecerá na escola que merece ser contado. Acolha as hipóteses levantadas, com responsividade: fazendo comentários estimulantes, que reconheçam o esforço do estudante e sua progressão, bem como o valor do compartilhamento de ideias para a construção coletiva.

Esse movimento de preparação para a leitura possibilita que os estudantes relacionem à sua expectativa de leitura de histórias conhecidas e não conhecidas, com temáticas familiares ou diferentes.

3. Anote as percepções. Caso você esteja presente com os alunos na sala de aula, solicite que todos se sentem confortavelmente para ler e ouvir o conto. Reforce que a história se passa no século 19 e que há diferenças entre a sociedade daquela época e a atual, quanto ao vocabulário e os costumes. No entanto, apesar dessas diferenças, situações semelhantes às do conto ainda acontecem. 

4. Faça a leitura do texto. Reserve um instante para que possam conhecer, ao menos parcialmente, os trechos oferecidos: a sintaxe, as escolhas de vocabulário e as sequências que caracterizam o gênero, entre outros. No caso da leitura compartilhada, você pode pedir a alguns alunos para fazerem a leitura em voz alta, cada um lê um trecho. No caso de a leitura ser feita pelo professor, anuncie à classe que você começará a leitura. Convide-os a analisar a expressividade de sua leitura e dos seus gestos em relação ao texto escrito. Pergunte à turma: Quem são as personagens que aparecem no trecho? Onde e quando a história se passa? Por que razão Pilar decide ir à escola nesse dia?

As dúvidas de vocabulário que surgirem podem ser esclarecidas em grupo, de forma que os alunos tentem deduzir os significados pelo contexto. Se houver algum disparate ou eles não chegarem a um consenso, anote a palavra na lousa para ser pesquisada por eles após essa primeira leitura.

5. Discutidas as questões, peça aos alunos que continuem a leitura silenciosamente. Depois, convide aqueles que se sentirem confortáveis a lerem também em voz alta. Dica: se possível, grave trechos dessa leitura para, mais à frente, aproveitá-los em um podcast.

6. Incentive a troca de percepções sobre o texto: Proponha um momento para que os alunos, tendo concluído a leitura da segunda parte, troquem impressões sobre a leitura em duplas ou em pequenos grupos, e, depois, compartilhem suas impressões no grande grupo, de maneira bastante livre, sem se preocupar se estão fazendo as perguntas “certas” ou dizendo o que “deveriam”. 

Caso tenham dificuldade em iniciar as conversas, sugira que eles perguntem uns aos outros: Você está gostando dessa história? Por quê? Que parte do enredo mais chamou atenção até o momento? Como você imagina o próximo trecho da história?

7. Termine de ler os trechos da história selecionados para e com a turma. Caso desejem, os estudantes podem continuar organizados em duplas e o leitor da vez convidar o próximo leitor. Peça que os alunos destaquem as passagens que consideraram mais envolventes, interessantes e curiosas, bem como descrições ou informações que possam parecer muito diferentes ou muito semelhantes com relação à atualidade, apesar da diferença de tempo. Instigue a sensibilidade na leitura.

8. Avalie a leitura colaborativa: Confira, a seguir, uma sugestão de critérios para avaliar a leitura compartilhada dos alunos.

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Sugestão de critérios para avaliar a leitura colaborativa do conto

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PROPOSTA 2: Leitura individual ou em pequenos grupos


Na BNCC: EF69LP34, EF69LP49

1. Apresente o texto: Envie para os alunos ou compartilhe com eles o texto Conto de Escola, de Machado de Assis. Abaixo, você encontrará o texto original em PDF.

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2. Solicite que os alunos destaquem trechos do texto: Peça que grifem, a cada página, frases ou trechos que tenham chamado atenção e que anotem, com suas palavras, por que tais trechos são importantes. Caso desejem, os estudantes podem comparar suas anotações e conversar sobre suas leituras individuais, porém é importante que leiam sozinhos. Explique-lhes que suas anotações serão insumo para uma produção de texto. 

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Proposta 3: Produção escrita (resenha) com base no texto lido


Na BNCC: EF89LP26, EF69LP51, EF69LP44 e EF69LP45

1. Prepare os alunos para a escrita: Pergunte se os estudantes percebem, na obra, diferenças culturais em relação à contemporaneidade. Essa conversa é fundamental para que aconteça a apropriação de repertório dos estudantes à produção escrita iniciada. Sugestões de perguntas para nortear a discussão: Comparando-se com os personagens do Conto de Escola, hoje, qual é a expectativa de sua família sobre seus estudos e seu futuro profissional? Qual é a sua própria expectativa sobre o futuro? Se vocês estivessem na escola com Pilar, onde vocês prefeririam estar, na escola ou matando aula? Por quê? Hoje é viável matar aulas? Como é sua escola em comparação com a escola de Pilar? O que você estaria fazendo agora se não estivesse na escola? Além do exemplo sobre aulas e férias, cite alguns exemplos de situações em que o tempo psicológico difere do tempo físico. Qual o desfecho que você gostaria que acontecesse no Conto de Escola? Se acontecesse algo parecido com você (ser coagido a passar cola ou ser vítima de delação), qual seria sua reação? Se fosse possível escrever outro desfecho para o conto, o que você sugere para terminar a narrativa?

2. Anote as diferenças e semelhanças apontadas pelos alunos: Em um local a que todos tenham acesso (lousa, um documento compartilhado no Google Docs, um cartaz de papel kraft e flip chart entre outros), anote as diferenças e semelhanças apontadas, ampliando-as com o que achar necessário. Recomende que cada estudante também faça suas anotações. Peça que os alunos anotem as palavras que desconhecem e/ou que sejam pouco usuais, junto a elas, o que pressupõem que significam e hipóteses da importância do seu uso. 

3. Pergunte-lhes se gostaram do texto. Assegure em suas aulas, professor(a), a importância da fruição literária. Convide os alunos a compartilharem as passagens que consideraram mais envolventes, interessantes e curiosas. Instigue a sensibilidade na leitura.

4. Proponha, em seguida, que os alunos falem livremente sobre o evento narrado, especialmente sobre o que reconhecem na história e o que eles conseguem depreender como sendo a principal temática. Incentive-os a falar e estabelecer relações com suas leituras, com seu repertório cultural, com sua vida, de modo a fomentar uma leitura mais significativa. Proponha, também, que os alunos, agora, pensem nas semelhanças entre a história narrada na obra e o Brasil, e o mundo contemporâneo. Compreender que o enredo de uma obra tem potencial universal é importante para o compartilhamento de sentidos na leitura.

5. Após as discussões iniciais, teça diálogos entre o texto lido e o momento atual: Tendo sido feitas as discussões iniciais, peça que os alunos partilhem sua percepção a partir da comparação e que dialoguem sobre a percepção de ética, corrupção, delação, cola, vergonha, humilhação como aparecem no texto e como as situações enfrentadas pelos personagens são vistas hoje. 

6. Oriente a produção de uma resenha crítica: Por fim, com foco na habilidade EF89LP26, propomos que os alunos produzam uma resenha crítica sobre a obra, cujo enfoque esteja na atualidade de Conto de Escola

PONTO DE ATENÇÃO: A resenha crítica é gênero textual simultaneamente informativo, descritivo e opinativo sobre determinada obra: livro, artigo, filme, série, peça teatral, apresentação de dança etc. Nela, o resenhista sintetiza as ideias e expõe suas apreciações e considerações, buscando influenciar seus leitores.

7. Pesquise com os alunos a estrutura de uma resenha: Oriente os estudantes, em duplas, a começarem a produção pelo planejamento do texto. Para isso, instrua-os a pesquisarem a estrutura de uma resenha. Se achar conveniente, você também pode instruí-los sobre as características do gênero, basicamente: título, síntese da obra resenhada e crítica contextualizada.

8. Organize os alunos em dupla para a escrita: Depois que os alunos terminarem o planejamento da resenha, peça que comecem a escrever a primeira versão do texto. Enquanto os alunos escrevem, você pode orientar o processo, circulando pela sala. Ao passar pela carteira de cada dupla, solicite a atividade de planejamento, confira os itens preenchidos pelos alunos e dê sugestões, conforme for necessário.

9. Peça para a dupla trocar o texto produzido e realizar uma avaliação dos pares: No final da aula, peça que os alunos pausem a produção das resenhas e troquem a atividade com outra dupla, para que todos possam realizar uma primeira avaliação das resenhas dos colegas. A leitura com foco na avaliação por pares pode ser desenvolvida na próxima aula.

10. Ofereça aos alunos uma lista de checagem de critérios para avaliação: Professor(a), para apoiar você na organização das produções de seus alunos, sugerimos uma lista de checagem de critérios (checklist), que pode orientar o processo autoral dos estudantes e, por isso, deve ser compartilhada com eles. Ela pode ser usada por eles na avaliação dos trabalhos dos colegas.

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Sugestão de critérios para orientar a produção escrita da resenha

11. Peça que os alunos leiam as produções de seus colegas, fazendo apontamentos construtivos, buscando apoiá-los na (re)elaboração do texto. Para isso, eles podem usar o checklist sugerido (disponível para download acima).

Depois de feitas as críticas, peça para que as duplas troquem novamente as atividades e façam as adequações que julgarem válidas ou necessárias. Peça para que entreguem a primeira versão da resenha nessa aula, ou na aula seguinte.

A seguir, confira uma sugestão de critérios para avaliar a elaboração das resenhas dos alunos:

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Sugestão de critérios para avaliar a elaboração de uma resenha

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