Angola e as marcas da independência tardia nas aulas de História
Estude o processo histórico da última ex-colônia a se libertar do jugo colonial português e explore as consequências da colonização europeia nos tempos atuais
Angola foi a última colônia portuguesa a se tornar independente, em 1975, marcando o fim do império colonial no continente africano. Para além de dar visibilidade aos processos históricos, políticos e econômicos, é fundamental que os alunos do Fundamental 2 compreendam as consequências da independência tardia para os países que só se libertaram do jugo colonial na segunda metade do século 20.
Nesta atividade, o objetivo é apresentar o processo histórico e como se deu a independência de Angola, mas abordando também as questões contemporâneas que ainda pautam a vida no país africano de língua portuguesa.
A professora de História Daniela Moraes - que leciona para todas os anos do Fundamental 2 (Escola Dom Quixote) e do Ensino Médio (Uninorte Jr), ambas em Londrina (PR) - é autora do plano de aula As lutas pelas resistências coloniais na África por meio de alianças no século 19.
Com base nele, Daniela propõe agora uma atividade que tem como foco a Independência de Angola, porém, tratando também de temas fundamentais, como a “colonização” ainda presente na sociedade angolana e o racismo estrutural.
Atividade: Angola e as marcas da independência tardia
Indicado para: 8º ano
Material: Folha A4, lápis para desenho ou comum, lápis de cor, hidrocor, canetinhas coloridas, giz de cera, revistas e jornais para recorte, régua, cola branca e tesoura sem ponta, bem como materiais que achar necessário para a elaboração de um cartaz.
Vídeo História da Independência de Angola
Música “Fila do banco”, do rapper angolano MCK
Objetivo: Compreender as diferentes formas de resistência dos povos africanos durante o imperialismo do século XIX.
Na BNCC: EF08HI26 - Identificar e contextualizar o protagonismo das populações locais na resistência ao imperialismo na África e Ásia
PASSO A PASSO
1. Apresente o objetivo da aula, utilizando o projetor, a lousa ou lendo para os alunos.
2. Introduza o assunto apresentando como se deu o processo de Independência de Angola, uma das últimas colônias a se constituírem como nação independente no pós-colonialismo.
3. Organize a turma em trios, considerando que os grupos sejam formados entre alunos que possam colaborar entre si.
PONTO DE ATENÇÃO: Como alternativa para estimular a curiosidade dos alunos, com base no objetivo da aula, você poderá reformular o modo de abordagem do objetivo, como: “A diplomacia como ferramenta de resistência ante a dominação europeia na África do século 19”.
4. Apresente o contexto que será discutido, tirando dúvidas dos alunos e dando centralidade à independência de Angola. O texto sugerido é uma reportagem de 2015 (acesse aqui).
5. Utilize o mapa político da África para situar os estudantes sobre a localização de Angola. Você pode usar recursos como o Google Maps, caso prefira.
6. Agora, leia a reportagem Estátua polêmica reacende debate sobre racismo em Angola e peça aos alunos que expliquem, com suas palavras, o que o grupo entendeu sobre o que o material trata.
PONTO DE ATENÇÃO: Chame atenção de que se trata de uma reportagem feita em parceria com o jornalismo de Angola, bem como a pauta antirracista está vigente na sociedade atual do país. Essa fonte dialoga com o material a seguir e corrobora com a questão das resistências negras angolanas diante do racismo, ainda presente, mesmo após a independência de Angola em 1975.
7. Retome o material para a problematização da aula, extraído do artigo Angola: Houve independência, mas não descolonização das mentes. Nele, há uma problemática quanto aos domínios da população branca em uma relação de subjugação negra, seja de modo institucional, no que toca às desigualdades salariais e de cargos de empregos, entre brancos e negros, bem como o apagamento das etnias africanas nativas de Angola diante da sobreposição cultural portuguesa, ou seja, ainda há uma forte presença sobre o racismo estrutural, institucional, além da permanência da mentalidade neocolonial.
8. Após ler com atenção as fontes apresentadas, os alunos deverão fazer um cartaz informativo explicando o que é racismo institucional e como combatê-lo.
9. Oriente os alunos a imaginarem que o cartaz estará exposto em locais de grande circulação, como entrada de bancos, hospitais, universidades, postos de saúde, mercados e centros de assistência social.
10. O cartaz poderá ser confeccionado com recortes de revistas, desenhos autorais, tópicos com explicações e o que a imaginação permitir.
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