6 dicas para incentivar a autonomia à mesa
O que é possível propor para que as crianças tomem decisões e participem ativamente de sua própria alimentação
Nas instituições de Educação Infantil, é quase impossível que o educador lave as mãos de todas as crianças, sirva todas as crianças e ofereça a comida na boca de cada uma, sobretudo quando elas são maiores. E essa circunstância acaba por favorecer que os pequenos aprendam a “se virar” sozinhos - o que é condição indispensável para o desenvolvimento.
Em casa, pode ser importante também estimular a autonomia da garotada, permitindo que ela participe ativamente de todas as etapas da alimentação. Leia, abaixo, dicas dadas pela nutricionista Juliana Bergamo Vega, pesquisadora do Programa de Transtornos Alimentares na Infância e Adolescência da Faculdade de Medicina da USP (Protad/FMUSP) e autora da página Papos de Papás, e pela educadora Bruna Soares, coordenadora pedagógica da CEEI Almerinda Pereira Chaves, em Jundiaí, no interior de São Paulo. Você pode também copiar o texto e encaminhá-lo às famílias.
1. Envolva a criança na higienização dos alimentos
Em tempos de pandemia de um vírus altamente transmissível, como é o caso do causador da covid-19, é fundamental destacar ainda mais o momento de limpeza dos alimentos, que impede a disseminação de diversas doenças. Convide a criança a participar do processo de lavagem e secagem (que pode variar de acordo com o alimento), permita que ela mesma ajude nesse processo, colocando-os sob a água corrente, esfregando com uma bucha limpa ou deixando-os em um escorredor. Se possível, explique e justifique o processo - mesmo para bebês.
2. Reforce os hábitos de higiene pessoal
Assim como limpar os alimentos antes da preparação e do consumo é essencial, também é necessário ter cuidados de higiene, como lavar bem as mãos com água corrente e sabão antes de comer. Para tornar o momento mais lúdico, vale cantar uma música: se a criança conhecer uma canção, ótimo, se não, vale apresentá-la ao clássico Lavar as Mãos, do grupo Palavra Cantada (para quem não conhece, ouça no Youtube, clicando aqui).
3. Convide-a a preparar da escolha do cardápio
Quando possível, envolva a criança na elaboração do cardápio da família. A decisão final, é claro, cabe aos adultos, mas é possível convidá-las a expressarem sobre quais alimentos mais gostam, de quais estão com vontade e até quais gostariam de experimentar – que tenham ouvido na troca com amiguinhos ou com pessoas da família.
4. Dê a ela responsabilidades na organização do ambiente
Também cabe aos adultos definirem onde será feita a alimentação – na mesa da sala, na cozinha, no sofá etc. –, mas a criança não precisa ser deixada de lado. Cuidar da decoração dos pratos, distribuir os utensílios e a toalha na mesa, escolher como decorar o ambiente para torná-lo mais agradável para a hora da refeição (escolher uma flor ou um desenho para colocar sobre a mesa) são propostas que estimulam a criatividade e o interesse dos pequenos. Além disso, permitem que eles se sintam parte da elaboração do ritual como um todo.
5. Permita que a criança se sirva e se alimente
Se aos adultos cabe a responsabilidade de definir o que será oferecido e onde a refeição será feita, uma das principais tarefas dos pequenos é decidir o quanto vão comer. Permita que eles se sirvam e ajudem-nas a ouvir os sinais do próprio corpo: quanta fome têm, quando estão saciadas e como devem cuidar dos exageros. Também intervenha para ajudá-las a pensar quais dos itens podem ser consumidos em maior ou menor quantidade ou estar presentes na hora de repetir o prato. E tenha em mente algo importante: negar comida, em alguns momentos, também é uma demonstração de cuidado e carinho, dependendo do contexto.
6. Estabeleça combinados sobre aceitação ou rejeição de alimentos
Outra responsabilidade que pode caber à criança é decidir se vai comer ou não algum dos itens que está sendo oferecido. Nesse ponto, a preocupação dos adultos pode ser grande. Para garantir que os pequenos se interessem pelos legumes e verduras in natura ou pouco processados, é importante que eles tenham contato com a maior variedade de alimentos possível ao longo do tempo, participem da preparação, adicionando ingredientes que elas gostam e aumentem o interesse, e também que vejam e conversem com pais, professores e colegas sobre o consumo desses itens. Essas ações são fundamentais para diminuir a rejeição das hortaliças. Quanto mais cedo as crianças puderem entrar em contato com esses alimentos, melhor - desde que respeitadas as recomendações de profissionais de saúde, principalmente em crianças que ainda consomem o leite materno.
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