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Atividade: colheres viram brinquedo pela imaginação das crianças

Na proposta, esses utensílios e outros objetos triviais da casa instigam a criatividade

O que será que Bernardo Alvim de Almeida Simões, de 4 anos, está criando? Com algumas colheres de plástico e uma caixa de ovo, ele deu asas à imaginação. Foto: Marcela Alvim/NOVA ESCOLA

Os brinquedos tradicionais têm seu lugar no desenvolvimento e na diversão das crianças. Mas pode ser muito estimulante propor um novo ambiente, com materiais de largo alcance, em que objetos do cotidiano e da natureza são deslocados das prateleiras e quintais - e de suas funções usuais - para servirem à brincadeira.

Fernanda Silvia Lionese, professora da Educação Infantil na rede municipal de São Paulo (SP) e integrante do Time de Autores de NOVA ESCOLA, realizou a atividade com algumas de suas turmas antes de as escolas fecharem. Fernanda conta que as crianças exploravam cada detalhe dos materiais: “Elas abriram uma vasilha de amaciante, que estava limpa, mas ainda tinha cheiro, e ficaram sentindo o aroma. Depois colocaram milho dentro de um pote e chacoalharam para ouvir o som que produzia. As diferentes transparências e temperaturas também costumam interessar bastante”.

A professora sugere repetir a brincadeira muitas vezes, e aos poucos introduzindo novos materiais e possibilidades. “Cada vez que a criança brinca, ela cria novas histórias e explora os materiais de outras formas”, diz. 

Abaixo, você encontra o passo a passo da atividade, que pode ser facilmente reproduzida em um ambiente doméstico. As fotos que ilustram esta reportagem foram produzidas pela fotógrafa Marcela Alvim, a pedido de NOVA ESCOLA. Marcela recebeu o sobrinho, Bernardo Alvim de Almeida Simões, de 4 anos, em casa para realizar o ensaio, seguindo todas as normas de segurança sanitária. Confira:

ATIVIDADE: TRANSFORMANDO OBJETOS EM BRINQUEDOS

Como envolver as crianças pequenas em uma atividade criativa com materiais de largo alcance


Indicado para: Crianças pequenas (4 anos a 5 anos e 11 meses)

Material: Objetos diversos, como potes, colheres, caixas, bacias, tecidos, cordas, massinha, pregadores, sucatas e elementos naturais

Espaço: À escolha


PASSO A PASSO

(As instruções abaixo devem ser compartilhadas com os pais ou responsáveis. Você pode fazer isso por escrito, por áudio no WhatsApp ou de qualquer forma conveniente)

1. Selecione os materiais: Sozinho, ou juntamente com a criança, escolha uma variedade de materiais, como potes, colheres, cestos, caixas, bacias, tecidos, cordas, massinha, pregadores, sucatas e elementos naturais como gravetos, folhas, água e gelo, terra e areia. Se a criança desejar incluir um objeto que não é adequado, como uma faca, explique o motivo de não poder brincar com ela. Também vale deixar disponíveis cola, tesoura, fita adesiva, barbante e tinta.

O garoto brinca com um lençol branco e uma bola de meia colorida. Foto: Marcela Alvim/NOVA ESCOLA

2. Organize o espaço: Escolha um lugar em que a brincadeira possa ser realizada sem atrapalhar as investigações da criança, como espaços de passagem e, se possível, que seja amplo. Disponibilize os materiais de forma atraente e organizada, sobre caixas de papelão ou panos de cor neutra.

3. Convide a criança a explorar: Mostre o espaço e os objetos, mas não diga o que pode ser feito com eles. A proposta é de que a criança descubra por si só o que faz sentido para ela. Diga que se ela desejar pode brincar com esses objetos.

4. Observe: E não faça intervenções, a não ser que a criança peça algo. Se ela convidar você para participar da brincadeira, siga as instruções e investigações feitas por ela. Preste atenção aos materiais que mais interessam a ela, quais interações faz e se cria narrativas.

O capitão Bernardo comanda o barco pelo mar cinza e vermelho do quintal. E a mangueira? Só ele sabe o que é. Foto: Marcela Alvim/NOVA ESCOLA

5. Registre: Se possível, faça anotações, fotos ou vídeos, sem chamar muita atenção da criança para isso. A ideia é manter a brincadeira o mais genuína possível. Esses registros devem ser compartilhados mais tarde com você, professor, que pode consolidar os registros em uma ficha disponível nesta caixa.

6. Finalize: Se precisar encerrar a atividade enquanto a criança ainda está brincando, avise dez minutos antes, e depois desmontem e guardem juntos. Se for possível e a criança desejar, deixe os materiais como estão para que no dia seguinte ela possa continuar de onde parou.

Brincar com os efeitos da purpurina na água mexe com o tato e percepção visual da criança. Bernardo fez essas experiências utilizando uma bacia clara, que realça as cores por contraste. Foto: Marcela Alvim/NOVA ESCOLA

7. Realize a atividade novamente: Aos poucos, amplie as possibilidades. Por exemplo, se a criança está se divertindo empilhando potes, ofereça mais potes diferentes. Ou se ela está tentando pendurar algum objeto, monte um pequeno varal. O mesmo vale para o contrário: se ela não demonstrou nenhum interesse em um material após vários dias de brincadeira, retire-o do espaço.

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