PARA REPENSAR A PRÁTICA

WhatsApp, sim, porém menos telas: o que fica da experiência do espaço ekoa no contexto remoto

Grupos de interação com as famílias e incentivo às experiências das crianças em casa serão mantidos, mas é importante diminuir a exposição dos pequenos a celulares e computadores

As educadoras Ana Paula Yazbek e Márcia Oliveira listaram alguns dos pontos positivos da interação a distância que serão mantidos no presencial. Foto: Lana Pinho/NOVA ESCOLA

A pandemia do coronavírus trouxe à tona diversos aprendizados e reflexões sobre o ensino. Uma dessas avaliações, destaca Ana Yasbek, passa pelo papel da Educação Infantil, inicialmente pensada como o lugar de guarda da criança.

“Com a quarentena, veio a necessidade de distanciamento e a insegurança que causa a volta ao presencial. Esse sentido de guarda da escola se esvaziou nesse cenário. Temos de ressignificar a Educação Infantil”, propõe.

Entre os aprendizados da pandemia, Ana Paula e sua colega Márcia de Oliveira listaram pontos positivos desenvolvidos no contexto remoto que podem ser preservados no retorno à escola, mas também uma prática que não faz tanto sentido manter com atividades presenciais: o uso de vídeos e telas com os bebês e crianças bem pequenas. Confira:

O QUE FICA

Grupos de WhatsApp

Por meio deles, foi feita a comunicação da escola com as famílias e as crianças. As educadoras veem isso como algo muito produtivo. Muitas famílias que nem se conheciam direito estreitaram laços e trocaram experiências no trato com os filhos, dicas culturais, desafios. Na relação com a escola aconteceu o mesmo. “A troca foi muito respeitosa e produtiva”, diz Ana Paula. “Os grupos serão mantidos, até porque muitas crianças ainda permanecem em casa.”

Márcia lembra que por meio da tecnologia pôde ver os bebês crescerem, acompanhou seus primeiros passos e palavras, celebrou aniversários. “Foi importante. Com o retorno, os grupos ganham novo significado, mas achamos importante manter esse canal para contato e estreitamento de vínculos.”

Produção de vídeos

Para oferecer conteúdo às crianças e famílias, o espaço ekoa criou sua própria TV, aberta a qualquer pessoa interessada em Educação. Mais do que propostas para as crianças, as ideias são de atividades que os pais e responsáveis possam fazer com os filhos. Isso será mantido, com a produção de novos conteúdos periodicamente. 

Explorar o ambiente de casa

As experiências nas residências dos pequenos foram muito incentivadas durante a quarentena. A ideia é dar continuidade a esse desenvolvimento na rotina doméstica. “Falamos para as famílias aproveitarem o tempo em casa estimulando os pequenos a olharem para a janela e verem as cores locais, por exemplo, sentirem os cheiros da casa”, diz Márcia. 

Brincar com meias, roupas e com objetos que não ofereçam perigo na cozinha também foram outras propostas apresentadas que podem continuar. A ideia é de que o ambiente doméstico é rico e precisa ser conhecido pelas crianças, sempre com supervisão de um adulto.

Kits para quem não retornou

Os kits oferecidos às crianças que frequentam o ekoa também estão disponíveis às que ainda não voltaram para o espaço. Os pais passam na escola e pegam o material, para brincarem com as crianças em casa. Isso vai permanecer até a volta de todos ao presencial.

O QUE NÃO FICA

Vídeos para bebês e crianças bem pequenas

Comum na quarentena, o uso de telas na Educação Infantil deve ser reduzido ao máximo. Os mais novinhos não se fixam muito tempo diante da tela, e o espaço ekoa faz críticas ao uso de equipamentos como tablets e celulares pelos pequenos. A escola decidiu apostar mais em conteúdos feitos para que familiares realizem atividades com as crianças no lugar de vídeos para entreter os pequenos.

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