10 livros e curtas-metragens para trabalhar a diversidade com os pequenos
Confira seleção de obras que valorizam a pluralidade e vão ajudar a ampliar o repertório das crianças e naturalizar o tema no cotidiano delas
Na Educação Infantil, uma ótima maneira de iniciar conversas e fazer com que alguns temas façam parte do cotidiano das crianças é por meio de filmes ou da contação de histórias. Com a colaboração de especialistas e educadoras, NOVA ESCOLA preparou uma lista com livros e vídeos sobre diversidade de classe social, cultural, de gênero, de configurações familiares e de pessoas com deficiências. Os professores podem trabalhar diretamente com a turma ou incluir em propostas a serem enviadas às famílias.
PARA LER COM AS CRIANÇAS
Com a história de Raiza, uma garotinha levada, o livro convida as crianças a conhecerem suas raízes e territorialidade por meio de experiências prazerosas. “Rainhas apresenta uma experiência de felicidade a partir do cotidiano de quem vive nas classes populares. Ele é interessante de ser trabalhado porque contempla uma diversidade que não estamos acostumados a ver tratada nas escolas, fala de famílias que moram nas comunidades”, comenta Fátima Santana, coordenadora pedagógica da CMEI Dr. Djalma Ramos, em Lauro de Freitas (BA), e mestra em Ensino das Relações Étnico-Raciais pela Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB).
Luza e suas duas mainhas vivem em uma bela casa azul e sua história doce e leve pode contribuir para a construção do respeito a todas as formas possíveis de amar e cuidar do outro. “Gosto deste livro porque ele compartilha outra experiência de família, que não é heteronormativa: a história de uma menina com duas mães. A narrativa centra-se no nome da criança e na construção familiar”, diz Fátima. É possível aproveitar a história para conversar com as crianças sobre nomes próprios.
São muitas as crenças e teorias acerca de onde viemos e como tudo começou. Mas pouco se fala da criação do mundo sob o ponto de vista das diferentes tradições africanas. Nesse livro, é apresentada a versão segundo os mitos iorubá. “Ele é importante para ser trabalhado na Educação Infantil no que se refere a outro olhar, a partir da mitologia africana, sobre a criação do mundo e para a religiosidade”, reflete Fátima. Na roda de conversa, aproveite para perguntar para as crianças quais outras versões elas conhecem e, assim, incluir outras culturas e visões no bate-papo.
“Indico esse livro porque, além da história de aventuras de curumim (criança) de uma aldeia tupinambá, este apresenta ilustrações que mostram a beleza da fauna e da flora brasileiras. Assim, podemos conhecer a importância que a natureza sempre teve na vida dos povos indígenas”, explica Aparecida Queiroz, indígena do povo pankararu e professora de Educação Infantil. Na obra, é possível conhecer mais dos tupinambá, grupo indígena que ocupava algumas regiões do litoral brasileiro antes da colonização portuguesa, seus costumes, a divisão de tarefas entre homens e mulheres, a agricultura da tribo, as refeições das famílias e como as crianças se divertiam, aprendiam e ajudavam os adultos.
Este livro tem frases curtas e diretas que apresentam de modo simples as diferenças das famílias, abordando assuntos como adoção, diferenças raciais, culturais e sociais e como o amor une todos nessas configurações familiares. As ilustrações coloridas também ajudam a chamar atenção de bebês e crianças.
PARA ASSISTIR COM AS CRIANÇAS
Luca é um personagem cadeirante da Turma da Mônica. Desde que o viu pela primeira vez, Mônica tem uma quedinha por ele, e Cascão e Cebolinha querem aproveitar esse fato para pregarem uma peça na dona da rua. O desenho é curto, divertido, apresenta personagens já conhecidos e é uma ótima oportunidade para trazer para o imaginário das crianças pessoas com deficiência em contextos cotidianos.
Quem disse que menina não pode ser gamer, que menino não gosta de dançar ou que homens não podem chorar? Nesta história, a Turma da Mônica mostra que todos podem ser o que quiserem e que é importante que homens e mulheres dividam as tarefas. Filme curto, pode servir para iniciar a conversa com a turma sobre igualdade entre gêneros.
Vencedor do Oscar de 2020, o curta apresenta a história da pequena Zuri, que acorda determinada a transformar seus cabelos crespos em um estiloso arranjo de tranças. Para isso, ela conta com a ajuda, não de uma cabeleireira, mas do próprio pai, que no início está bastante inseguro e desajeitado. A cultura afro-brasileira também pode ser abordada por meio de livros. Aqui, uma lista com dez títulos.
A Folia de Reis, também chamada de Reisado ou Festa de Santos Reis, é uma festa popular e tradicional brasileira e que também acontece em outros países. Nesse episódio do famoso desenho Dora Aventureira, a protagonista apresenta alguns elementos e origens da festa. Ele pode ser utilizado para iniciar com as crianças um trabalho sobre a diversidade das festas populares na cultura brasileira. Disponível na Netflix.
Ian é um menino com paralisia física e cerebral. Como todas as crianças, ele quer ter amigos e brincar no parquinho, mas a discriminação e o bullying o impedem. Porém, ele não desiste dos seus sonhos e, com a ajuda de todos, consegue alcançar seus objetivos. Premiado em diversos festivais de cinema internacionais, o curta permite abordar o tema da inclusão.
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