Brincadeira com água, diversão garantida
O banho de esguicho ajuda os pequenos a trabalhar a socialização, a afetividade, a motricidade e a enfrentar o medo da água
Antes de nascer, todos vivemos nove meses mergulhados na água, elemento vital para a vida, capaz de deflagrar memórias, acalmar e ao mesmo tempo suscitar curiosidade. Portanto, nada mais natural e prazeroso do que promover brincadeiras em torno desse recurso natural. Nenhuma criança resiste. E sempre que a temperatura aumenta, é delas que vem a sugestão: vamos brincar com água?
Há 32 anos como diretora do Externato Aldeia, escola particular no bairro de Pinheiros, São Paulo, Helô Reuter já perdeu a conta de quantas vezes os pequenos pediram para se divertir com água. “Sempre trabalhei escutando as crianças e observando os interesses que manifestam. O verão ainda nem chegou, mas em dias quentes a pergunta ‘o que podemos fazer para enfrentar o calor’ acaba surgindo”, conta.
Entre as muitas brincadeiras que os 40 pequenos do Externato Aldeia compartilham, o banho de esguicho costuma estar na lista de favoritos. “Vamos molhando todo mundo, agora a cabeça, os pés. Eles adoram. Às vezes começam com medo, querendo fugir, depois topam. Quero que a escola seja um prolongamento da casa. Quem mora em apartamento, por exemplo, onde vai dar o banho de esguicho? Aqui os pequenos vivem experiências que antigamente ocorriam no quintal.”
Trabalhar brincando e criando situações de incentivo ao pensar sempre foi a estratégia pedagógica adotada por Helô. “É dessa forma que as crianças se desenvolvem”, constata. A socialização, a afetividade, e a motricidade são alguns campos favorecidos pelas atividades com água. “Todos se ajudam. Quem gosta mais incentiva quem tem receio da água fria. É mais desconforto do que medo. Mas com o apoio dos colegas, eles vencem a resistência.”
Para a especialista em Educação Infantil Maria Paula Zurawski, também professora de Pedagogia e Pós-Graduação em Educação Infantil do Instituto Vera Cruz, brincadeiras com água ajudam no autoconhecimento. A questão do medo é trabalhada de modo lúdico. “Além disso, sempre haverá um protocolo de saúde da escola para que os pequenos não fiquem molhados tempo demais, para que não haja risco de ficarem doentes.”
Para Helô, a brincadeira com o esguicho ajuda a enfrentar um certo excesso de preocupação dos familiares. Em alguns casos, a criança escuta muito em casa que brincar com a água a deixará doente e por isso pode mostrar resistência na hora de entrar na brincadeira. “Mas quando percebe o grande prazer proporcionado pela atividade adere totalmente. Quando surgem poças de água perto do tanque de areia eles adoram. Ficam com os pés nessa laminha e voltam pro esguicho. Uma delícia para quem brinca e para quem observa”, garante a diretora.
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