Coloque sua turma para jogar volençol
Conheça a experiência da professora Fernanda Lionese com o jogo que põe as crianças para cooperar e ter contato com a Matemática
Brincar é algo natural para as crianças, desde bebês. É por meio das brincadeiras que elas exploram, conhecem e entendem o mundo. Nos jogos coletivos, as crianças aprendam a conviver, a comunicar-se com os colegas, a seguir regras, a lidar com vitórias e frustrações e a desenvolver a coordenação motora, entre outros aprendizados. A possibilidade de proporcionar essa experiência motivou Fernanda Silvia Lionese, professora na EMEI Antonio Raposo Tavares, em São Paulo, e membro do Time de Autores da NOVA ESCOLA, a apresentar para sua turma de 4 a 6 anos o volençol. Ela havia conhecido a atividade em um curso sobre jogos cooperativos e resolveu adaptá-la – a proposta original era para o Fundamental I.
A principal mudança foi a retirada da rede. Na versão para a Educação Infantil, a disputa é entre duas equipes, que ficam lado a lado, cada uma segurando um lençol. O número mínimo por equipe é de 4 crianças, para ter ao menos uma segurando em cada ponta do lençol. Elas precisam lançar a bola para acertar o lençol da equipe adversária e marcar ponto. “As crianças são desafiadas a criar movimentos, algumas vezes, de maneira que ainda não experimentaram. É também uma oportunidade para compreender que o jogo coletivo exige organização, regra e cooperação. E entender os próprios limites, até onde ela pode chegar e o que é preciso para melhorar o desempenho em uma próxima vez”, explica Fernanda.
Também uma brincadeira, os jogos permitem ao professor ampliar o repertório das crianças. “É uma maneira de utilizar uma situação gostosa e divertida, que é o brincar, para promover, intencionalmente, aprendizagens específicas”, diz Karina Rizek, coordenadora pedagógica da Avante Educação e Mobilização Social e formadora da Escola de Educadores. Segundo ela, o uso de jogos como estratégia de aprendizagem pode ser utilizado com crianças a partir de 2 anos, desde que se considerem as características da faixa etária, as construções já realizadas com a turma e a complexidade do jogo.
No caso do volençol, que exige coordenação de movimentos, a sugestão da professora Fernanda é de apresentá-lo para a turma apenas depois que ela estiver entrosada. “É melhor não fazer no início do ano, quando muitas crianças não se conhecem, não há vínculo, e o grupo ainda não se comunica bem. Isso porque pode ocorrer de cada uma fazer seu movimento de maneira isolada e o jogo não acontecer”, justifica. Estimular o registro e a análise da pontuação também só deve ocorrer após o grupo ter tido contato com estratégias de representação numérica e entender a relação entre número e quantidade.
Aula ponto a ponto
- Fernanda abre a aula com uma roda de conversa, convidando as crianças a experimentar o novo jogo e abrindo espaço para que elas falem sobre o que sabem a respeito do vôlei.
- A professora lê as regras do jogo e instrui as crianças
- Em seguida, a turma se divide em times, enquanto alguns pequenos ficam responsáveis pelo placar.
- O material é distribuído e o jogo começa.
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