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Professora e auxiliar: juntas e mais fortes

O vínculo estabelecido pela dupla de educadoras faz toda a diferença na Educação Infantil. Conheça dicas para construir uma boa relação

No cotidiano, é fundamental que as profissionais se aproximem. Foto: Patricia Stavis / Nova Escola

De quais fatores depende o sucesso da parceria entre a professora e a auxiliar de ensino? Há alguns pontos essenciais para que esse trabalho conjunto seja sólido e produtivo. “A primeira coisa é o respeito pela pessoa e não pelo cargo”, alerta Renata Zenaide, coordenadora de equipe da Secretaria de Educação de São José dos Campos (SP).

“Na época em que fui professora, a educadora do berçário já era mãe, eu ainda não. Ela ajudava muito com a experiência de vida, independentemente da formação acadêmica. O professor tem responsabilidade sobre a parte pedagógica da criança e é papel dele compartilhar com a auxiliar seu modo de pensar e agir, explicar suas atitudes em relação à lida com os pequenos, mostrar por que age de determinado modo e não de outro”, afirma Renata.

Renata enfatiza que o vínculo estabelecido pela dupla de educadores faz toda a diferença na Educação Infantil. “É essencial que cada uma das partes se aproxime e se coloque no lugar do outro. Nos casos em que a formação da auxiliar deixa a desejar, é preciso observar e reconhecer que aquela determinada assistente é, provavelmente, ótima em outras coisas, tem qualidades que independem da educação formal, tem saberes a serem compartilhados. Nessa situação, torna-se papel da direção observar como essa dinâmica funciona, acompanhar a equipe, pensar estratégias, aparar arestas.”, diz a coordenadora.

São muitos os fatores capazes de gerar atrito no relacionamento entre professora e auxiliar. Temperamentos diferentes, falta de empatia, modos de lidar com comentários capazes de provocar tensões. “Às vezes surgem conversas prejudiciais. Certa vez, escutei algo assim: ‘Ouvi dizer que aquela auxiliar veio de tal lugar e é muito folgada’. Isso já cria uma barreira, a profissional começa a não ser bem-vista, bem-aceita. A equipe gestora precisa estar atenta a essas situações, que, muitas vezes, são resolvidas com uma conversa clara, aberta e madura.”

Quando Renata assumiu o período integral numa creche, no início da carreira, seu entusiasmo teve de superar uma ducha de água fria. “É muito difícil, me disseram diversas pessoas. As auxiliares ficam com as crianças o dia todo e se não gostarem do seu jeito falam mal de você para os pequenos. Mas ocorreu justamente o oposto. A auxiliar tornou-se minha parceira e virou amiga para a vida toda. Em diversos casos elas já estão estudando Pedagogia e se tornam professoras. A qualificação é o caminho.”

Nessa relação tão próxima e fundamental para um bom aproveitamento dos pequenos, algumas estratégias são de grande valia. Equilibrar as ações de cuidar e educar entre a professora e a auxiliar, compartilhar o planejamento das atividades, incentivar a ajudante a contribuir com ideias, realçar suas qualidades, todos estes são recursos extremamente úteis no enfrentamento do dia a dia escolar.

Assim como essas atitudes podem dinamizar o trabalho em dupla, há erros capazes de fazer o oposto. Entre eles, pensar que a candidata a auxiliar já sabe lidar com situações do cotidiano infantil, acreditar que ela vai aprender fazendo, associar a atribuição da função ao fato de ser mãe, restringir o cargo aos cuidados de higiene e alimentação da criança, ter postura preconceituosa com homens que exercem a função. “São erros comuns que precisam ser evitados”, alerta a especialista em Educação Infantil Tamira Paula Torres Martins de Souza.

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