Para repensar a escola

Como incluir as auxiliares nos momentos de formação?

Participar de reuniões, ajudar no planejamento de atividades e estar a par de tudo o que ocorre na escola: tudo isso ajuda na formação das auxiliares

Formar a auxiliar é fundamental para a Educação Infantil. Na foto, a equipe da Emet Paulo Carneiro. Foto: Patricia Stavis / Nova Escola

Quando a auxiliar limita suas funções a acolher os pequenos, cuidar da higiene, dar colo, alimentar, coordenar as brincadeiras, acudir quando algum imprevisto ocorre, observar as reações durante as interações com os companheiros de creche – o que por si só já é uma rotina bastante abrangente –, ela deixa de ser peça fundamental na engrenagem do aprendizado. 

Mas quando participa do planejamento das atividades, tem a chance de partilhar com a professora situações que nem sempre esta presencia, então se chega ao que se espera dessa dupla: forma-se uma parceria.

“Todos os envolvidos na escola têm responsabilidade com a criança, especialmente em Educação Infantil”, afirma Renata Zenaide, coordenadora de equipe da Secretaria de Educação de São José dos Campos (SP). A auxiliar tem de ser informada sobre tudo o que acontece e precisa estar incluída nas ações de planejamento das atividades.

“A auxiliar é uma profissional da educação”, acentua a professora Ana Cláudia Teixeira Monteiro, da Emet Paulo Carneiro. “E os pais, familiares e demais envolvidos precisam aprender a valorizar o trabalho dessa pessoa que passa tanto tempo com os pequenos. É bom lembrar que o primeiro contato da criança com a escola se dá por meio da auxiliar.”

Na avaliação de Ana Cláudia, cabe à escola possibilitar a formação da assistente. Renata Zenaide concorda. “Na rede municipal de São José dos Campos temos formação continuada. Assim que são contratadas, essas auxiliares recebem orientação e é nesse início que muitas vezes percebem que não têm o perfil adequado à função: vontade de aprender, estar aberto a novos conhecimentos, disponibilidade total para ajudar os pequenos, facilidade de comunicação e de entrosamento.”

Para a especialista em Educação Infantil da Secretaria de Educação e Cidadania de São José dos Campos Tamira Paula Torres Martins de Souza, a escola tem de usar os recursos de tempo disponíveis para a formação das auxiliares.

Compartilhar textos e vídeos, criar um canal de comunicação para conectar professores e auxiliares, tornar acessíveis a todos as boas práticas, o que pode ser feito usando murais. Outro modo de inclusão é propor encontros rotineiros entre professores e auxiliares, grande oportunidade de troca de reflexões. “A escola deve criar as condições para que esses funcionários atendam às expectativas neles depositadas, já que entre as responsabilidades destes profissionais está o cuidar e educar as crianças, motivo maior da existência de cada instituição de Educação Infantil.”

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