Para usar com as crianças

Sugestão de atividade: brincando com as profissões

Um faz de conta com diferentes tipos de trabalho estimula a imaginação e promove situações de escrita espontânea

Ilustração: Juliana Basile/NOVA ESCOLA

“O que você quer ser quando crescer?” Quem nunca ouviu esta frase quando pequeno? As respostas podem ter variado com frequência, mas uma coisa é certa: crianças adoram brincar de ser adulto e de profissões. 

Uma vantagem é que elas não precisam se limitar. Um dia, podem ser médicos, no outro um cozinheiro ou um construtor, e em seguida trabalhar em um salão de beleza. Podem ser quem elas quiserem de uma hora para outra. Esse é o poder do faz de conta. 

Quando estão brincando, as crianças colocam muito de suas vivências. Elas imitam e interpretam os adultos que conhecem, seja a mãe, seu professor, o motorista de ônibus ou a enfermeira que lhes deu uma vacina. Por isso, é preciso estar atento quando esse movimento surge naturalmente. 

Também dá para criar espaços para incentivá-las a assumir papéis diversos. No entanto, é necessário ter cuidado para não direcionar a brincadeira. "Não trazer nada pronto, mas estimular a criança a criar", resume Clarice Fernandes, professora, autora dos planos de aula NOVA ESCOLA e especialista em Psicopedagogia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). 

Nesse período em que estão em casa, oriente as famílias a como promover momentos de faz de conta com as profissões, de forma a que seja estimulante para o desenvolvimento da criança. Para auxiliar, preparamos, com base no plano de atividade da professora Clarice, uma sugestão de atividade. Confira:

Indicado para: Crianças pequenas (4 anos a 5 anos e 11 meses)

Material: Pode variar conforme as profissões envolvidas no faz de conta e os materiais disponíveis. Procure em casa objetos que possam servir para construir elementos da interpretação (caixas, embalagens, potes, tecidos, canetinhas etc.). Também reúna, se tiver, aqueles que já têm uma funcionalidade (estetoscópio de brinquedo, ferramenta de brinquedo, panela etc.).

Espaço: O espaço da brincadeira pode ser construído e adaptado conforme a disponibilidade

PASSO A PASSO

1. Tenha um olhar atento. Enquanto as crianças brincam, elas dizem muito. Observe as relações que estão estabelecendo dentro de suas brincadeiras e os papéis que assumem para, com base nessas informações, refletir como as estimular. 

2. Participe do faz de conta. Dentro do universo criado pela criança, torne-se um personagem. Por exemplo, se a criança estiver brincando de restaurante e oferecer uma comida para você provar, seja um cliente e peça o cardápio. Em seguida, você pode sugerir que elas anotem seu pedido. 

Ponto de atenção: Nesse caso em que a criança anota seu pedido, ela faz uma escrita espontânea. Mesmo em casa, sem o professor para ter um olhar intencional para o registro, é interessante incentivar esse exercício em que a escrita aparece de maneira natural, dentro de uma prática social. Segundo Camila Bon, consultora pedagógica de Educação Infantil, esse tipo de contexto facilita à criança entender que sua comunicação escrita serve para informar algo. 

3. Instigue as crianças. É importante permitir que as crianças criem sua própria brincadeira e o enredo do papel que estão interpretando, mas o adulto não precisa ter um papel passivo. A observação é essencial e permite entender que tipo de provocações é possível fazer para estimular comportamentos, ações e as tramas do faz de conta. Para tal, você pode propor situações ou criar um personagem que demanda uma resposta da criança. Por exemplo, se ela está brincando de consertar algo, você pode se apresentar como um cliente que está com um objeto quebrado e precisa de ajuda. Assim, ela terá de construir a narrativa utilizando o elemento novo que você colocou. Ou, se ela estiver brincando de médico, você pode ser um pai que está levando o filho doente ao consultório. 



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