Para usar com seus alunos

Sugestão de Atividade: o que é que os sons da casa têm?

Trabalhe a investigação dos sons e a dança como expressão musical com os alunos do 1º e 2º anos

Atividade convida os alunos a  dançar com músicas gravadas e explorar objetos sonoros das casas. Ilustração: Nathalia Takeyama/Nova Escola

Nas aulas virtuais, a superexposição às telas do computador ou celular, em espaços limitados, torna urgente o movimento corporal como prática. Toda música pode ser expressa corporalmente em todos os âmbitos da linguagem, sendo para expressar o ritmo, a melodia, a intensidade, o timbre, como o caráter ou o gênero musical.

Portanto, música e movimento dançam de braços dados. Aqui, é também importante e necessário que o professor possa, juntamente com seus alunos, desfrutar desse jogo de corpo. Afinal, todos estão vivendo o contexto da pandemia e seus efeitos.

Na proposta a seguir, em cada aula, os alunos dançam com músicas gravadas e na sequência, exploram objetos sonoros de suas casas. A duas experiências unificam-se quando os alunos tocam e dançam sua própria expressão musical.

Por isso, idealmente sugerem-se músicas instrumentais, afastando a possibilidade de a letra das canções induzir a uma dança teatralizada. O objetivo é expressão livre.

ATIVIDADE: O QUE É QUE OS SONS DA CASA TÊM? 

Convide os pequenos para descobrir os sons do ambiente doméstico


Indicado para: Turmas do 1º e do 2º ano

Materiais: Objetos de uso cotidiano selecionados pelo aluno

Na BNCC: EF15AR14, EF15AR15, EF15AR17 e EF15AR24

Tempo: Cada aula pode ter por volta de 30 minutos


PASSO A PASSO: 

Dança e exploração sonora com objetos que estão ao redor 

1.Coloque a música sugerida a seguir para tocar no celular, posicionando-o perto do computador. Quando a música começar a tocar, peça para os alunos sinalizarem se estão escutando bem. Todos devem dançar livremente, cada um do seu jeito.

Sugestão de música: “Quadros de uma exposição – Balé dos Pintinhos em suas cascas de ovos” do compositor Modest Mussorgsky, na versão para sintetizador de Isao Tomita.  Apresente somente o áudio, pois as imagens podem induzir os movimentos.

2. Peça para que as crianças olhem ao seu redor e escolham um objeto para produzir sons. Depois, cada uma vai apresentar o seu som para todos, ligando o microfone, uma de cada vez. Se não for possível ver o objeto na tela de seu computador, tente adivinhar coisas sobre o objeto da criança, como de qual material é feito (plástico, metal, madeira), qual o tamanho, a forma. Assim, isso também se torna um jogo e as crianças podem ir percebendo que o timbre é produzido por materiais, tamanhos e formas diferentes.

Observação: Enquanto uma criança toca o seu objeto sonoro apresentando-o de microfone ligado, pode acontecer de as outras, em suas casas, de microfones desligados, explorarem os sons do seu próprio objeto enquanto escutam quem está tocando. O fato de esses sons não serem audíveis a todos torna essa situação uma experiência musical e não uma interferência ruidosa que possa comprometer o processo de aprendizagem.

Dança e exploração sonora com objetos que estão em outros espaços da casa. 

3. Se as crianças gostaram da música dos pintinhos, dance novamente com ela: Perceba a diferença de quando as crianças dançam já conhecendo a música que vai tocar. Comente com os alunos depois, caso tenha observado algo especial.

4.Peça para que as crianças procurem objetos em outro cômodo: Solicite que as crianças escolham algum lugar da casa, que não seja o espaço em que estão realizando a aula, para achar objetos e produzir sons. Repita o procedimento de apresentação e observações do passo 1.

Dança e exploração sonora com objetos que produzam sons graves e sons agudos

5. Nova sugestão de música para dançar: Limonchiki e Odessa Bugar, músicas tradicionais do Leste Europeu, interpretadas pelo grupo The Klezmer Tunes. A escolha dessas músicas pode ampliar o repertório das crianças, além de inspirar alegria.

6. Escolha dois objetos de sua casa, um que produz sons graves e outro sons agudos.  Apresente-os para os alunos servindo de exemplo. Peça que eles escolham em qualquer parte da casa um objeto que emita sons graves e outro que emita sons agudos.

Para ajudá-los, pode-se usar também as palavras fino e grosso, nunca deixando de usar as palavras correspondentes apropriadas à linguagem musical, agudo e grave, respectivamente. Quando voltarem com seus objetos sonoros, os alunos vão tocar, todos juntos, em dois momentos diferentes, explorando livremente os sons graves e depois os sons agudos.

Observação: A cada vez, indique o momento de todos começarem e pararem de tocar juntos. Fique atento para que, no momento de tocar, os alunos escolham o objeto que corresponde a cada classe de sons, os graves e os agudos. Pergunte a cada aluno individualmente qual som gostou mais de produzir e peça que o toque para o grupo.

Dança e jogo

7. Escolha para dançar uma música instrumental popular ou tradicional da região em que você vive. A escolha dessa música é para valorizar a cultura regional

8. Brinque de Morto-Vivo: Vamos fazer um jogo com os sons graves e agudos semelhante à brincadeira Morto-Vivo. Quando o professor toca o seu objeto que produz sons graves, os alunos agacham, quando toca seu objeto que produz sons agudos, os alunos levantam.

Dança e exploração sonora com objetos da cozinha. 

9. Dance mais uma vez com a música escolhida no passo 7.

10. Peça para que todos os alunos escolham um objeto sonoro da cozinha: Cada um apresenta o seu objeto e som para a turma. Depois, divida o grupo em dois, conforme a variedade de objetos que vierem. Os grupos podem ser divididos, por exemplo, em colheres e os outros objetos; objetos de raspar (como ralador) e objetos de bater; objetos de metal e objetos de outros materiais; e por aí vai. Cada grupo desses toca em momentos diferentes, na ordem em que for combinado pelo professor.

Dançando a própria música. 

11. Reúna os objetos sonoros: Cada aluno pega os seus objetos pesquisados: os graves, os agudos, os objetos da cozinha. Todos levantam-se da cadeira para tocar, porque vão dançar enquanto tocam.

Para escolher quais objetos usar, podem seguir a ordem que for definida pelo grupo para fazerem as diferentes batucadas. Por exemplo, tocam todos os objetos de som grave, em um grande improviso coletivo, e dançam ao som da própria música. Depois tocam com objetos de sons agudos, e como sugestão podem combinar movimentos corporais mais suaves. Para tocar e dançar com os objetos da cozinha, podem ser todos juntos, ou ainda propor uma divisão, como a que foi feita no passo 10.

Possibilidade do plano para aula presencial:

Nas aulas presenciais, as crianças buscam objetos sonoros ao seu redor, na sala de aula e em outros espaços da escola. Se as crianças estiverem fazendo as aulas remotas por meio do celular e usando plataformas, como o WhatsApp, elas podem fazer pequenos vídeos produzindo os sons com os objetos sonoros. Quanto às propostas de tocar coletivamente, é possível criar pequenos grupos de quatro crianças para realizarem as atividades.


Este plano de aula foi elaborado pela professora de Música do Colégio Notre Dame e da Escola Projeto Vida, em São Paulo, Roseli Novak, e sob a consultoria da professora de Arte Marisa Szpigel, da Escola da Vila (SP)

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